sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A pena do fogo eterno

Irmão Elias, o conhecimento sobre o Gehena ou Vale de Hinom é histórico! Não se trata de uma questão filosófica, mas fatos sobre um lugar que existia. Não há como negar a existência deste lugar. Ensinar que Gehena ou Vale de Hinom se refira a um lugar grego conhecido como inferno é contrariar não apenas a Bíblia, mas também a história. Não podemos, realmente, irmão traduzir estas plavras, Gehena, Vale de hinom, mundo dos mortos, sepultura, tudo por "inferno", uma palavra latim adicionada às escrituras. A própria Bíblia descreve detalhes deste lugar, exatamente como é descrito pela história. De modo que esta noção de inferno contradiz não apenas a Bíblia mas também a história hebraica. E apocalipse 20:14, irmão, como lhe mostrei, apresenta a mesma linguagem de Isaías 34:10 que diz: "Nem de noite nem de dia se apagará; para sempre a sua fumaça subirá; de geração em geração será assolada; pelos séculos dos séculos ninguém passará por ela." Isaías 34:10 Se formos ao lugar onde se encontrava os Ribeiros de Edom os encontraremos, ainda, hoje queimando, irmão? Sodoma e Gomorra, continuam queimando, irmão? "Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno." Judas 1:7 Estas cidades foram postas como EXEMPLO da pena destinada aos ímpios! Portanto, temos que entender estes assunto segundo os EXEMPLOS BÍBLICOS e não nossas crenças tradicionais! Não é nossa compreensão ocidental, extremamente influenciada pela cultura grega que deve ser usada como entendimento para o que encontramos escrito na Bíblia, mas sim a PRÓPRIA CULTURA dos escritoras que as escreveram e seu entendimento acerca do assunto, na própria Bíblia irmão, segundo encontramos registrados nos livros que utilizavam, onde expunham seu entendimento sobre o assunto. Veja as características do castigo que sobrevieram àqueles lugares que lhe mostrei: 1) sofrendo a pena do fogo eterno; 2) Nem de noite nem de dia se apagará; 3) para sempre a sua fumaça subirá; 4) e geração em geração será assolada; 5) pelos séculos dos séculos; Quando Jesus explicou acerca da punição dos ímpios, sabia muito bem que as cidades de Sodoma e Gomorra, bem como os Ribeiros de Edom já nem mais existiam. Isto porque o conceito sobre "eterno" para a cultura israelita é bem diferente da que temos, e significa, nestes casos "eterno enquanto dure". A noção de eternidade é sempre vinculada às características do sujeito ou objeto a que a palavra se refere. Por, exemplo, uma pessoa presa eternamente, não significava que a pessoa viveria eternamente, mas que ficaria presa enquanto vivesse. Da mesma forma, o castigo lançado sobre as cidades e os ribeiros durariam até serem totalmente consumidos, restando apenas a fumaça. Enfim as pessoas e tudo mais, presentes nestes lugares, não eram eternos! Eterno era aquilo que os consumia e não há porque o fogo ou o bicho permanecerem depois de completo seu trabalho. E o fogo, que vem de Deus, irmão, porque é dito que Deus é um fogo consumidor, nunca se extingue, nem por isto aquilo que entra em contato com este fogo consumidor dura para sempre, pelo contrário, é completamente destruído. Da mesma forma é a essência do fogo eterno lançado sobre estes lugares, que não pode ser extinguido, mas não tem porque continuar queimando estes lugares, depois de haver sido seu trabalho completo. De modo que, ou aceitamos o que a Bíblia diz sobre estes lugares como exemplo do castigo que será dado aos ímpios ou então temos que adotar que estes lugares continuam queimando, ainda hoje e continuarão queimando pela eternidade. Não há como, irmão, um fogo eterno consumir um lugar e o mesmo fogo eterno não consumir o outro. Sendo que Sodoma e Gomorra foram postas como exemplo do castigo reservado aos ímpios, como diz o texto Bíblico, temos que aceitar que o fim destes será como os de Sodoma e Gomorra. É por isto, irmão, que muitos irmãos tem abandonado esta compreensão popular de um inferno aos moldes gregos. Ao compreenderem o real entendimento hebraico acerca do assunto, percebem que Sheol, Hades, Gehena e Vale de Hinom, em nada tem a ver com a compreensão grega acerca de um lugar de tormento. Até porque, segundo a compreensão hebraica, todos descem ao Sheol, quer justos ou ímpios. É realmente sepultura irmão "dormitório" segundo o significado da própria palavra hebraica "sepultura". Por isto os hebreus sempre se referem aos mortos como estando dormindo no pó da terra. "Adquirem" consciência, irmão, entre aspas, somente nas formas de expressão, nas figuras de linguagens, tanto proféticas, quanto nas histórias populares. E assim como hoje damos consciência a animais, que conversam entre si, quer em filmes, histórias escritas em livros, plantas, objetos, contos populares, parábolas como Cristo usava em sua época, também o povo, de pensamento hebraico, utilizavam destes recursos. E nem mesmo nos trechos onde se simulam a fala de mortos, se escapa desta compreensão, exemplo, sobre almas, supostamente conscientes, debaixo do altar: "E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que REPOUSASSEM ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram." Apocalipse 6:11 As supostas almas tiveram que voltar ao estado de repouso, após o protesto. E definitivamente, não estão sepultadas debaixo do altar. É a mesma questão de Caim que clamava, supostamente consciente, debaixo da terra. Assim temo que entender esta forma de expressão, para não acharmos que mortos falem desde a sepultura. Então nada de inferno grego irmão, é sepultura, mundo dos mortos, Gehena e Hades. Definições ligadas à cultura hebraica as quais lidavam no dia-a-dia, nada a ver, irmão, com a compreensão grega de um estado intermediário de tormento eterno, os textos bíblicos não dizem nada disso. Um abraço.

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