Introdução
Poxa, este blog é sobre apologética e temos apenas um ou dois artigos falando sobre este assunto!
Decidi então escrever algumas dicas essenciais para não se passar vergonha ao embrenhar-se neste mundo facinante da defesa da própria doutrina religiosa.
Mas antes de falarmos sobre defesa, falemos um pouco sobre o ataque à doutrinas.
O ataque à doutrinas é uma forma de se tentar compreender, questionar, testar ou derrubar uma doutrina, não importando quais sejam as razões.
Mas o que é necessário para se fazer um ataque à doutrinas?
Ataque
Um bom apologista ao fazer qualquer tipo de ataque deve tormar um cuidado extremo ao manifestar conhecimento sobre a doutrina alheia! Mesmo não concordando com tais doutrinas, o apologista deve demonstrar conhecer a opinião da religião que pretende atacar e precisa ainda conseguir explicar tal doutrina EXATAMENTE da forma como os praticantes de determinada religião crêem, mesmo que não os apóie ou discorde deles totalmente.
Um exemplo prático! Todo protestante conhece que a adoração de imagens está em contradição com os 10 mandamentos da lei de Deus, porém, muitos de nossos irmãos católicos não crêem que o trato que dão aos santos seja uma forma de idolatria, mas tão somente uma admiração e no máximo uma veneração.
http://www.youtube.com/watch?v=UIEP7cQ-IsY
O apologista segundo suas próprias crenças pode até acreditar que veneração e idolatria sejam equivalentes, porém, em sua explanação sobre a crença em questão, deverá dar à palavra veneração o exato sentido no qual os irmãos católicos crêem, que no caso, então, se trataria tão somente de uma forma de admiração.
Portanto quando se pretende falar sobre as crenças alheias é necessário expressá-las da exata forma como tais crentes crêem, dando também às palavras os mesmos sentidos que estes dão, mesmo que não se concorde com tal sentido.
É preciso que o apologista demonstre que, embora não concorde, compreende perfeitamente o ponto de vista de determinada religião, bem como, conhecer um pouco da visão de mundo que tal religião tem acerca de um determinado assunto.
Um bom apologista, quando parte para questionamentos, ganhará um debate se ANTES conseguir narrar com perfeição AQUILO em que ELES acreditam e da EXATA FORMA como eles acreditam, de forma que a pessoa questionada concorde perfeitamente com aquilo que foi dito sobre sua crença. Lembre-se que o apologista está manifestando as crenças do QUESTIONADO e não as crenças DELE próprio.
Manifestando a crença alheia
Por exemplo, devemos dizer:
- Segundo as doutrinas católicas não há adoração de imagens de santos, o que eles têm é uma veneração pelos santos e que estas imagens representam pessoas santas que deram bons exemplo. Procurando se inspirar em seu exemplo os católicos se permitem ter estas imagens muitas vezes por uma admiração particular sobre algo na vida de cada santo.
Então perguntamos a um padre por exemplo:
É isto mesmo padre?
O padre então deverá dizer: - Está corretíssimo!
Uma vez tendo manifestado total conhecimento não apenas sobre a doutrina e a crença comum, mas também sobre o significado que dão às imagens e o sentido que atribuem à palavra veneração, aí então o apologista poderá questionar, discordar ou argumentar tanto sobre a doutrina, quanto sobre as crenças envolvidas e até mesmo sobre o verdadeiro significado da palavra veneração!
Mas se quiser perder a razão em um debate, comece assim:
- Segundo as doutrinas católicas eles acham correto adorar à imagens de santos...
Isto está completamente errado, porque o apologista não manifestou o "Segundo as doutrinas católicas", mas sim um "O que eu acho sobre as crenças católicas".
Falar SEGUNDO doutrinas alheias é repetir da exata forma como tal religião crê, incluindo todos os pontos, todas as vírgulas e inclusive os equívocos, enganos e até mesmo heresias, se houver.
Como na citação de um livro onde não se poder modificar sequer uma vírgular, nem procurar corrigir coisa alguma, mesmo que esteja errado, mas tão somente ser perfeito ao repetir da exata forma com está no original, da mesma forma devemos proceder na apologética.
Um indivíduo então começa:
- Os adventista crêem nos livros de Ellen White como uma segunda bíblia....
Mesmo SE os adventistas cressem que os livros de Elen White fossem uma segunda bíblia, ainda assim, o apologista teria que procurar em fontes primárias para descrever a crença adventista da exata forma como estes realmente crêem.
Seria algo como:
(debatente) - Os adventistas crêem nos livros de Ellen White como inspirado, mas não crêem que corresponda à uma segunda bíblia, em verdade costumam se referir à tais livros como uma luz menor que guia à luz maior que é a Bíblia! Dão muito valor aos escritos da Sra. White, mas segundo suas crenças, a Bíblia permanece como única regra de fé e de prática e fonte de suas doutrinas. Estou correto em minha explanação?
(contraparte) - Sim! está correto!
Eu porém não concordo que seja assim, pelas seguintes razões:
[inicia-se então a crítica]
Acontece que, havendo então uma pessoa capaz de manifestar a exata crença de um adventista, este poderá depois manifestar todas as suas discordâncias e até ser bastante duro em suas críticas, mas já terá conquistado o respeito no debate, pois dirão:
-Você realmente conhece as nossas doutrinas e as nossas crenças comuns, sinto-me então na obrigação de lhe responder.
Ao invés de dizer:
- Pois olha! O amigo está mais por fora do que arco de barril, sendo assim, não convém respondê-lo!
Conclusão
Então, para se iniciar um bom debate, ao se pretender fazer ataques, é necessário conhecer as doutrinas que se pretende atacar, tanto quanto, ou mais que, aqueles que hão de defendê-las e isto se faz com um aprofundado estudo em fontes primárias.
Então, ao manifestar a crença alheia o apologista não deve incluir a sua própria opinião nem a de terceiros, mas opinião da própria fonte primária e da forma mais exata possível. Somente após isto é que o apologista deverá se sentir livre para fazer suas críticas ou iniciar algum ataque, utilizando os meios e as ferramentas que melhor lhe convierem.
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