segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Os cálculos de Miller

Em resposta a:

http://mcapologetico.blogspot.com/2014/09/o-livreto-de-samuel-snow-e-falsa.html?showComment=1411982933079#c7450348779168028127

Pois então vamos interagir... Será que o amigo consegue?

a) Que elementos em fontes primárias o amigo possui e que lhe permitem concluir que a questão das 2.300 tardes e manhãs se trate de uma profecia recebida por Miller e NÃO o resultado de cálculos baseados em profecias Bíblicas?

b) Onde o amigo leu que Ellen White ou os adventistas consideram Miller um profeta, tal qual consideramos a Ellen G. White.

c) Por que o amigo não considera as conclusões dispensacionalistas, baseadas também em cálculos proféticos, como sendo profecias e seus elaboradores como sendo tomados como profetas?

São duas perguntas retóricas e o amigo pode respondê-las se assim o desejar. Pretendo usar porém estas perguntas para chegar a uma conclusão simples e elementar!

O amigo se refere como profecia, à marcação de data acerca da volta de Jesus!

O amigo pretende mostrar que tal profecia se tratava de uma falsa profecia, uma vez que é comum surgirem "profetas" anunciando a volta de cristo, muitas vezes utilizando como motivo, o que se lê de forma equivocada dentro da própria Bíblia, geralmente um trecho isolado, fora de um contexto amplo.

Com isto, levar seus leitores a não se interessarem pelas razões pelas quais Miller chegou à suas conclusões e o que havia de tão plausível e que levou uma grande parte do meio cristão da época a acreditar em Miller, mesmo diante de versos bíblicos, que desgastadamente o amigo tem trazido aqui e que avisam de que a nenhum homem é dado conhecer previamente o dia da volta de Cristo.

A pergunta que se faz é: O que havia de certo nas pregações de Miller e o que havia de errado nas pregações de Miller?

Porém não é isto que ocorre por parte do amigo, que atua no sentido de desqualificar tudo que Miller pregou.

Miller trabalhou com dois elementos: Cálculos + Conclusão.

A conclusão, como sendo equivocada, é obvia de se notar, haja visa que Cristo não voltou e os milleritas pós-desapontamento bem sabiam disto (óbvio)

O que nos resta então tratar é:

Será que os cálculos de Miller estavam certo ou estavam errados?

Este é o ponto chave, pois o amigo não tem contradito Biblicamente os CÁLCULOS de miller, estes aqui:

http://novotempo.com/bibliafacil/

O amigo como deve ser bem instruído e deve ter pesquisado em fontes extra-adventistas, já deve saber que o cálculo com que Miller trabalhava era basicamente o mesmo feito por vários estudiosos que o precederam e que trabalhavam com o método HISTORICISTA de estudos.

O amigo deve saber também que o método historicista era o método padrão de estudo do cristianismo há muito tempo atrás mas que com o passar do tempo deu lugar a outras escolas interpretativas a exemplo da dispensacionalista.

Isto, claro, o amigo já deve saber, pois é o básico para se entender toda a questão.

Então responderemos a uma icógnita, de o porque de tantos cristãos haverem sido convencidos tão facilmente por Miller:

A resposta é simples meu amigo e bem saberia se houvesse estudado a fundo o que ocorreu na época e me refiro ao próprio movimento de reavivamento!

O movimento de reavivamento se deu justamente porque, por volta de 1792, incitou-se uma cogitação em torno de um maior estudo da Bíblia, especialmente nos livros proféticos, mais especificamente os de Daniel. Pesquise e o amigo descobrirá que vários estudiosos apontavam parcialmente aquela época como um período apontado bíblicamente para a ocorrência da algo importante.

A questão é que não sabiam O QUE haveria de ocorrer!

Miller que passou a estudar a fundo a Bíblia se aventurou nas profecias e acabou elaborando todo o cálculo e percebeu que batia com as ocorrências histórica, que se tinha registrado até então.

De fato não podemos dar o crédito dos cálculos de Miller inteiramente ao tal "profeta", pois desde 1792 já havia um foco no estudo dos livros de Daniel por parte de amantes das profecias.

Ou seja, foi fácil para Miller angariar respeito e admiração pelo fato de NÃO estar trazendo algo totalmente novo! Mas o que Miller trouxe fechava perfeitamente os cálculos proféticos e que apontavam realmente para aquele período como sendo a ocorrência de algo grande mas que ninguém era capaz de definir o que seria!

Pois bem amigo Luciano Sena, tendo entendido esta pequena e importante parte do contexto do reavivamento, entramos na questão que o amigo tem levantado.

De fato Miller errou em sua interpretação! Óbvio, porém será que também errou nos cálculos?

Pois esta foi justamente a pergunta que pairava a mente dos milleritas desapontados!

Dentre os milleritas, haviam alguns que pensavam como o Luciano Sena, dentre estes, alguns poucos voltaram arrependidos para suas antigas denominações e outra grande parte se apostatou da fé!

Um grupo, em especial, porém, decidiu rever aquilo que Miller havia lhes ensinado mas não conseguiram encontrar uma falha nos cálculos de Miller. Nisto surgiu um adventista que teve uma idéia, (que alguns exageradamente atribuem como uma revelação) de que Miller estivesse errado talvez não no cálculo, mas no evento.

Miller continuou insistindo de que houvesse cometido algum erro na conversão dos calendários do tempo judaico para o calendário da época e continuou a propor novas datas.

Os adventistas porém, chegaram à conclusão de que a purificação do santuário descrita no livro de daniel não se tratava da "purificação da terra com fogo" como cria Miller, mas a purificação de um santuário mesmo, mas qual santuário, sendo que o da terra havia a muito tempo sido destruído?

Surgiu então aí a compreensão de que havia um santuário no céu, coisa que hoje, muitos cristãos conhecem.

Na época era diferente pois a noção de um santuário no Céu onde Deus habita era algo totalmente desconhecido/ignorado.

Perceba Luciano Sena, que se hoje, existe no meio cristão o conceito de que há um santuário no céu, onde Jesus adentrou sendo sumo-sacerdote, significa que a idéia dos adventistas da época não estava errada.

Percebe então aí a falha em seu entendimento amigo Luciano Sena?

Pois se a interpretação de que há um santuário no céu se tratasse mesmo de uma invenção adventista para cobrir a vergonha do desapontamento, teríamos então aí um grande número de cristãos acreditando, hoje, também nesta tal "invenção de que há um santuário no céu".

Lembra da época em que estava a discutir com Décio e o estimado amigo Paulo Cadi, sobre a questão da palavra "santuário", "hagia" e que lhe incomodou ao ponto de começar a exigir minha identificação?

Pois é amigo Luciano Sena, o amigo percebeu que esta noção de existir um santuário no céu, é perfeitamente crida pela comunidade cristã religiosa representada por Paulo Cadi, e até não religiosos e profundos críticos do adventismo, como o amigo Décio.

Logo, há um santuário no céu embora calvinistas extremados e céticos quanto a este assunto, como o amigo, não acredite!

O que tenho procurado mostrar ao amigo é que as supostas "provas" que o amigo tem apresentado tentando imputar DOLO nas atitudes adventistas, apenas tem mostrado CULPA por parte dos precursores do adventistas que no final das contas foram as maiores vitimas de seus próprios equívocos.

Por outro lado, estas mesmas "provas" que o amigo tem trazido, tem por sua vez contradito coisa que o amigo havia defendido anteriormente, através de artigo, a exemplo daquele artigo onde o amigo dizia que Ellen White haveria sido totalmente omissa em relação à Trindade no meio adventista, no que o amigo mudou o rumo afirmando então que a compreensão da Trindade adventista teria justamente derivado de Ellen G. White, afirmando porém de que seria uma espécie de visão mórmon da trindade e que haveria influenciado a Ellen G. White.

O amigo está em contradição!

Recentemente o amigo postou ainda um outro artigo e que segue uma outra linha, de que na verdade Ellen White teria COPIADO muita coisa dos reformadores, justamente naqueles conceitos que segundo sua opinião ela acertou e que os adventisas de lá para cá tenham tentado harmonizar a trindade adventista com a do meio evangélico.

As fontes primárias que o amigo demonstrou, porém, apontam na direção de que muitos adventistas que possuíam tendência sectária, foram devidamente tratados de forma a aceitar a doutrina da trindade, baseado neste trecho:

" “Se durante as  quatro primeiras décadas de existência do movimento adventista do sétimo dia muitos de seus pregadores enfatizavam mais as doutrinas  adventistas distintivas do que as doutrinas evangélicas" (Alberto Timm)

Resta ao amigo agora chegar tão somente à uma última conclusão:

A de que a Trindade adventista é ortodoxa!

Perceba amigo Luciano Sena, que muito mais há que se APOIAR nas provas que o amigo tem apresentado, do que contradizer!

Voltando ao assunto do que o amigo chama de "profecia de 1844":

Há um santuário no céu e quanto aos cálculos de Miller, o amigo não tem apresentado um estudo contradizendo tais cálculos que são ainda hoje os mesmos ensinados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, os mesmos cálculos que convenceram uma grande parte do meio cristão e que criou o movimento mais expressivo da época, o millerita.

http://novotempo.com/bibliafacil/

Logo, se os cálculos que se iniciaram por volta de 1792 permanecem até hoje sendo, em sua propriedade, construídos sobre uma base histórica que confirma cada ocorrência das revelações proféticas e sendo que hoje a mente cristã já se abriu para uma compreensão da noção de que há um santuário no céu, logo, não é mais tão difícil compreender aquele verso Bíblico que inclusive foi o motivo do equívoco de Miller e dos milleritas.

"E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado." Daniel 8:14

Sendo assim, mesmo que Miller houvesse errado no EVENTO, todo o resto construído pelo movimento adventista está correto. Há um santuário no céu e os cálculos da profecia apontam realmente para aquele período à partir de 1792, conforme relacionavam muitos estudiosos e que o cumprimento da profecia das 2.300 tardes e manhãs de Daniel se deu em 1844 segundo Miller e que o evento foi a purificação do santuário celestial e não da Terra (com fogo).

Tratando de Snow, foi justamente a pessoa que convenceu Miller a MARCAR a data para a volta de Cristo. Portanto Snow, nesta questão, em nada contribuiu em conhecimento.

Então, amigo Luciano Sena, quem conhece um pouquinho da história do adventismo e do contexto do Segundo Grande Reavivamento, de forma prática, conhece o motivo de Snow não receber uma consideração por parte de Ellen White, assim como Miller.

Creio que não precise também, convencer ao amigo acerca de uma verdade progressiva e que esta progressão muitas vezes é acompanhada de vários erros e equívocos, como cometeram muitos Pais da fé que contribuíram sobremaneira para o cristianismo como Martinho Lutero e Calvino.

Porém todos estes tiveram seus erros e muitos destes mais grosseiros do que o de Miller e com consequências muito maiores do que ter um grupo de cristãos desapontados, ávidos por estudar a Bíblia e descobrir em que haviam errado.

Quanto a Ellen White, toda esta confusão em nada desabona a sua importância, naquele contexto, pelo contrário. Apenas mostra que uma jovem frágil e limitada, conseguiu ajudar a trazer aquele grupo de volta para uma igreja, devidamente estruturada e solidamente embasada em doutrinas Bíblicas, tornando-se uma senhora sábia em conselhos e profunda praticante dos ensinamento de Jesus, construindo hospitais, escolas e aconselhando toda uma igreja, inclusive no que se referia ao assunto da plena aceitação da Trindade.

Tratava-se portanto de um povo todo errado em seu estilo de vida, mas sincero, e que passou por uma modelagem que resultou no que é hoje uma das religiões mais organizadas do planeta a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

O adventismo tem um certidão de nascimento, uma data profética, bem ou mal, surgiu em um importante período de reavivamento que culminou em um maior estudo da Bíblia, uma período de reavivamento espiritual, em cujo período o povo que mais passaram por eventos intensos foram aqueles que ao final se constituíram em um grupo ecumênico de cristãos organizados e devidamente estruturados em uma igreja oficial com sólido corpo de doutrinas e de quebra, um profeta a lhes auxiliar em uma mudança de hábitos, vida e de comportamento que resulta no que vemos hoje, os Adventistas do Sétimo Dia.

Enfim, interagindo com a postagem, respondendo objetivamente:

As crenças de Snow em nada foram utilizadas nas crenças adventistas! Simples assim!

O papel de Snow foi apenas de convencer Miller a marcar a data. O que há contido no texto do artigo, acerca dos milleritas terem seguido alguma teologia de Snow é pura invencionice baseada em suposição do amigo.

Sugestão: Tente refutar a teologia apresentada no programa Bíblia Fácil! Assim, o amigo conseguirá provar definitivamente de que tudo não passa de uma invenção adventista, sem nenhuma base bíblica ou fundamento e que portanto se trata de ensinamentos heréticos sectários!

Será o caminho mais rápido, ao invés de ficar analisando hábitos e crenças de pessoas do movimento millerita. Enfim, discutir DOUTRINAS ao invés de discutir PESSOAS (seguindo então o bom exemplo dos adventistas).

2 comentários:

  1. Olá, gostaria de saber como você diz que não era conhecido o santuário celestial, se é bíblico (?)
    As pessoas eram tão ignorantes a ponto de não conhecerem epístola aos hebreus? Onde está expressamente relatado que Cristo é sacerdote! Leia hebreus 8. Ora, está bem claro que Cristo penetrou no santuário ao chegar no céu, e não em 1844 (HAHAHA situação que chega a ser cômica, me desculpe). Além de haver um grande equivoco, "PURIFICAÇÃO" do "SANTUÁRIO" "CELESTIAL"???? Ora mas que loucura de teoria é esta??? purificar algo santo, desde quando algo celestial possui impureza? Esta teoria nunca poderia ser cogitada.

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    1. " Ora, está bem claro que Cristo penetrou no santuário ao chegar no céu, e não em 1844"

      O conceito de Cristo atuando dentro de um santuário, proveio do movimento de reavivamento. Até então, ensinava-se que cristo havia subido ao céu, mas nada de ter adentrado ao santuário.

      Também não se ensinava acerca do sumo-sacerdócio celeste de Cristo.

      E na época se entendia que a purificação do santuário seria uma purificação de nosso planeta, com fogo, por ocasião da volta de Cristo.

      Hoje as igrejas assumem que Cristo atua como Sumo-sacerdote no santuário celeste, mas antes do movimento adventista, tal conceito não existia.

      A parte que ainda hoje tem sido rejeitada é quanto à purificação do santuário, que é sinônimo de juízo.

      Estes ensinamentos estão contidos nas cartas aos Hebreus.

      "As pessoas eram tão ignorantes a ponto de não conhecerem epístola aos hebreus?"

      Exatamente isto, irmã!

      Antes por não estudarem a fundo, e hoje, por ainda ser um tabu.

      http://novamenteadventistas.blogspot.com.br/2014/11/onde-esta-doutrina-do-santuario.html

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