quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Resposta - Jesus teria sido conivente com a transgressão do sábado?


Vamos agora analisar o texto dentro do contexto Richard?!
Então, analisemos todos os versos que formam o contexto imediato, pois um texto tirado de contexto serve para um pretexto!
Por que o sumo-sacerdote cedeu os pães a Davi, se estes eram apenas para os sacerdotes? Que ligação tinha (ou tem) esta passagem com o sábado do quarto mandamento e o contexto de Mateus 12.1-8?
“Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes?” (Mt 12.3-4 RA).
Existe uma ciência responsável pela interpretação do versículo bíblico, chamada Hermenêutica. Um dos princípios estabelecidos por esta ciência é “analisar o contexto do verso” e “outros versos de outros autores sobre o mesmo assunto”, para depois se chegar á conclusão de uma doutrina. Examinado o contexto do verso, vemos que com esta declaração Jesus não estava abolindo a guarda do Sábado.
Os mestres judaicos orgulhavam-se de seu conhecimento das Escrituras, e na resposta do Salvador havia indireta censura a sua ignorância das sagradas letras. “Nunca lestes”, disse Ele, “o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes?” (Lc 6.3 e 4).
“E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2.27 e 28).
“Não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo.” “O Filho do homem até do sábado é Senhor”. (Mt 12.5 e 6).
Se era lícito a Davi satisfazer a fome comendo do pão que fora separado para um fim santo, então era lícito aos discípulos prover a sua necessidade colhendo umas espigas nas sagradas horas do sábado. Demais, os sacerdotes no templo realizavam maior trabalho no sábado que em outros dias. O mesmo trabalho, feito em negócios seculares, seria pecado, mas a obra dos sacerdotes era realizada no serviço de Deus. Estavam praticando os ritos que apontavam ao poder redentor de Cristo, e seu trabalho achava-se em harmonia com o desígnio do sábado. Agora, porém, viera o próprio Cristo. Os discípulos, fazendo a obra de Cristo, estavam empenhados no serviço de Deus, e o que era necessário à realização dessa obra, era direito fazer no dia de sábado.
Cristo queria ensinar, aos discípulos e aos inimigos, que o serviço de Deus está acima de tudo. O objetivo da obra de Deus, neste mundo, é a redenção do homem, portanto, tudo quanto é necessário que se faça no sábado no cumprimento dessa obra, está em harmonia com a lei do sábado. Jesus coroou então Seu argumento, declarando-Se “Senhor do sábado” – Alguém que estava acima de qualquer dúvida, acima de toda lei. Esse eterno Juiz absolve de culpa os discípulos, apelando para os próprios estatutos de cuja violação são acusados.
Jesus não deixou passar a questão com uma simples repreensão aos inimigos. Declarou que, em sua cegueira, se haviam enganado quanto ao desígnio do sábado. Disse: “Se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes” (Mt 12.7). Os muitos ritos deles, destituídos de coração, não podiam suprir a falta daquela verdadeira integridade e terno amor que há de para sempre caracterizar o genuíno adorador de Deus.
Portanto, neste verso Jesus não está dizendo que era permitido aos sacerdotes fazerem trabalhos seculares no Sábado, mas sim que, assim como os sacerdotes ficavam sem culpa de trabalhar em prol do serviço de Deus (com fins religiosos), assim ele também poderia curar as pessoas. Os fariseus tinham fanatizado a guarda do Sábado. Nas leis deles, era proibido caminhar mais que um quilômetro aos sábados, se uma pessoa deixasse cair um lenço, não poderia juntá-lo porque era Sábado, tinha-se aproximadamente trezentas regras em relação ao dia de guarda.
Quando Jesus falou que os sacerdotes “violavam” o sábado, isto era segundo a concepção de poder fazer trabalhos religiosos neste dia, o quem não é proibido na lei. Ao permitir que os discípulos colhessem espigas no Sábado, ao curar as pessoas neste dia, Cristo não estava abolindo o mandamento. Ele estava ensinando-os a guardarem o sábado do modo correto. Os fariseus tinham fanatizado a guarda do sábado e Jesus queria mudar aquele errado ponto de vista sobre o dia de repouso.
“Os fariseus que censuravam os discípulos por apanharem espigas, foram além dos reclamos divinos “além do que está escrito”. Punham restrições descabidas á guarda do sábado. E Jesus, para mostrar-lhes sua autoridade, apresenta-se como o autor do sábado (ele disse que é o ‘Senhor do Sábado). Nada há de derrogatório na declaração do mestre. Ao contrário, reafirma o valor e a vigência do Sábado, escoimado, no entanto, das aderências talmúdicas”.
Broadus, renomado comentarista batista, tratando deste texto, assim conclui: “Mas o sábado permanece ainda, pois que existia antes de Israel, e era desde a criação um dia designado por Deus para ser santificado” (Gn 2.3). Com esta lição Jesus quis ensinar aos fariseus que a maior tarefa da religião é mostrar o plano de salvação e atender à necessidades das pessoas, uma religião baseada apenas em formalismo e em ‘exageros’ nunca terá êxito em cumprir o plano de Deus em prol da humanidade. Jesus também ensinou que não há nada demais em colher uma fruta no dia de Sábado para comer, isto não é um trabalho! Já os fariseus tinham criado muitas restrições ao sábado que Deus não ordenou em sua Palavra.
O próprio Jesus disse que “é lícito fazer o bem aos sábados” (Mt 12.12). O Sábado é um dia próprio para fazermos obras de caridade, auxiliar os enfermos, visitar orfanatos e asilos, dar estudos bíblicos. Note que o Senhor disse “é lícito fazer o bem”, e não trabalhar, pois desviaria nossa atenção de Deus. Deus nos deu seis dias da semana para fazermos o que quisermos. Será que seria injusto de sua parte exigir que dediquemos um dia exclusivamente a ele? Todo filho tem prazer de estar na companhia do pai. O verdadeiro filho de Deus não achará penoso estar com sua mente e afeições voltadas inteiramente ao seu Pai Celestial.
O próprio Jesus guardou o Sábado (Lc 4.16). O Sábado foi estabelecido para que o homem pudesse descansar de suas obras diárias e dedicar este tempo somente ao criador, para refletir em seu amor e no seu poder criativo. Os judeus não sabiam bem isto. É maravilhoso guardar o sábado do modo como Jesus ensinou – sem fanatismo farisaico. É uma alegria quando chega o sábado, pois iremos nos desligar de nossas atividades diárias e passar mais tempo com o Senhor Jesus. Tal companhia traz paz, alegria e descanso.
Experimente e irá gostar!
Que Deus te abençoe.
Um forte abraço.

De Maiara Costa - Equipe em 28 de agosto de 2014 11:57

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