domingo, 6 de julho de 2014

Especulações em torno de Colossenses 2:16

Como está havendo algum murmúrio em torno desta questão, tendo em vista a opinião de Bacchiocchi, farei o seguinte: usarei a própria opnião oficial presbiteriana para explicar aos leitores, usando a oportunidade de um documento cujo link foi postado no blog de Luciano Sena:

"It is sometimes suggested that the Old Testament Sabbath is a "type" of resting from sin. But the Old Testament saint, just as the New, was to "rest" from sin every day. To draw some sort of parallel between labor and sin is hardly conformed to the Fourth Commandment's own injunction to labor for six days, which can be no "type" suggesting that God's people should sin for that period. To see the Old Testament Sabbath as a picture of Christian "resting" from sin is to fail to do justice to the day's positively sanctified character or to Scripture's universal characterization of labor as honorable. Even less appropriate is it to suggest that God's pattern in the "creation week," of creating all things "very good" in six days and resting on the seventh, is meant to suggest that Israel's seventh day was a rest from what is "very bad.""

http://www.opc.org/GA/sabbath.html


Este texto está dizendo de que alguns tem sugerido que o sábado do antigo testamento seria um "tipo", uma sombra do descanso do pecado neo-testamentário. Mas fazendo um paralelo com a ordem de guardar o sábado, apenas no sétimo dia, isto  implicaria que Deus estaria dando, no antigo testamento, permissão para se cometer pecado nos outros 6 dias.

Mas isto se dá quando tomamos por base de que uma sombra seja um "tipo" que venha a perder a validade, e não ter continuidade através de sua real imagem, um "antítipo".

Opinião de Bacchiocchi:

""o sábado pode legitimamente ser considerado como a “sombra” ou o símbolo adequado da presente e futura bênção da salvação."

Bacchiocchi parece estar apoiando justamente aquilo que a Igreja Pesbiteriana considera como uma sugestão inválida, e que é aceita hoje por muitas igrejas evangélicas, onde dizem de que o sábado do antigo testamento haveria sido substituído pelo 'descanso no senhor' que ocorre hoje em todos os dias pela bênção da salvação, mas veja o valor que Bacchiocchi, por sua vez, atribui às sombras ("tipo"):


"Além do que já anotamos que o termo “sombra” é usado, não em sentido pejorativo, como rótulo para observâncias sem valor que perderam sua função, mas para qualificar o seu papel num relacionamento com o “corpo de Cristo”. "

Em suma, Bacchiocchi validou tanto a crença na observância do sábado como um mandamento irrevogável, como também de que seria um tipo, ou uma sombra do descanso diário em Cristo por ocasião da bênção da salvação neo-testamentária.

E fez isto tão somente dando o real significado das sobras ("tipos"), que se referem a um prenúncio do corpo ("antítipo").

Então, de forma formidável, Bacchiocchi conseguiu validar duas crenças que antes pareciam contraditórias resgatando uma verdade, a de que uma sombra não revoga a sua imagem, mas a representa até que esta imagem seja de fato assumida, neste caso, por Cristo, desde SEU sacrifício como cordeiro até seus trabalhos sacerdotais no Santuário Celeste.

http://www.novamenteadventistas.blogspot.com.br/2014/07/resposta-colossenses-216-samuele.html#uds-search-results

Desta forma, o sábado, tanto continua como um mandamento válido e irrevogável, como também adota a ideia de que representaria uma sombra do descanso no Senhor que temos hoje, por ocasião da certeza da salvação em Cristo Jesus (Hebreus 4).

Creio portanto que Luciano Sena pouco tem conhecido acerca da própria doutrina presbiteriana e dos pensamentos teológicos vigentes, que como diversas vezes lhe informei, são bastante lidas, apreciadas e aceitas por teólogos da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Comentando a posição presbiteriana, o sábado jamais poderia ser uma sombra do descanso do pecado, apenas porque a Igreja Presbiteriana não crê na doutrina do Santuário Celestial e por isto não crê na continuidade dos trabalhos, por parte de Cristo, daquilo que era representado no cerimonialismo terrestre.

Como a teologia adventista não da base para uma sumária abolição mas sim para uma transferência, isto dá um outro significado às sombras cerimoniais, no sentido de que uma sombra não é algo que algum dia vá perder seu valor, mas pelo contrário, que algum dia vá receber o seu real valor, quando de seu cumprimento.

A exemplo do sacrifício do cordeiro que cumpriu seu real valor, ou significado, no sacrifício de Cristo. Do sacerdócio levítico no santuário terrestre que cumpriu seu valor, ou significado, no sacerdócio de Cristo no santuário celeste.

Isto no sentido de que cumprir significa completar, encher, dar seu verdadeiro significado ('plerô'). E não revogar, abolir, perder o valor e a validade, como erroneamente alguns cristãos atribuem à esta palavra contida em Mateus 5:17.

E, afim de colocar uma última pá de cal sobre a especulação de que a defesa do sábado em Colossenses 2:16 se constitua em "coisa de adventista", deixo uma opinião de um conhecido teólogo presbiteriano:

http://novamenteadventistas.blogspot.com.br/2013/08/colossenses-216.html

Em suma, a teologia presbiteriana não aceita e jamais aceitará a idéia de que o sábado seja uma sombra, no sentido pejorativo de qualificar que algo tão somente tenha perdido sua função!

Assim sendo, a teologia presbiteriana está firmemente posicionada contra a idéia de Luciano Sena, sobre o sábado ter sido uma sombra, no sentido de que perderia sua função para o domingo (segundo uma posição Católica Apostólica Romana defendida em seu blog).

http://mcapologetico.blogspot.com.br/2014/06/deus-estabeleceu-o-domingo-cristao-no.html

Portanto, tal linha de raciocínio defendida por Luciano Sena constitui-se uma heresia contra sua própria igreja.

E Bacchiocchi seria considerado também um herege, não fosse sua interpretação acerca das sombras cerimoniais:

"Além do que já anotamos que o termo “sombra” é usado, não em sentido pejorativo, como rótulo para observâncias sem valor que perderam sua função, mas para qualificar o seu papel num relacionamento com o “corpo de Cristo”. (Bacchiocchi)


(Sr. Adventista)

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