quarta-feira, 24 de maio de 2017

O sábado e o cerimonialismo

Olá, irmão Pequi, os contextos continuam emendados. Um fala de dias de jejum e o outro fala das comemorações relacionadas ao santuário às quais não eram permitidas aos gentios participar. As ofertas de manjares e libações, os dias festivos, a chegada da lua nova, os sábados solenes (incluindo o do sétimo dia onde se ofereciam sacrifícios e ofertas extras), os quais os gentios continuavam não podendo participar como faziam Paulo, Pedro, demais apóstolos de Cristo e os discípulos judeus-cristãos. Para fazerem parte destas coisas os cristãos-gentios teriam que circuncidar-se e isto implicaria, no contexto da época, em se tornarem judeus. Porém, estas comemorações, estes simbolismos perderam o sentido com a morte de Cristo, que é o corpo à partir do qual é projetada esta sombra, ou seja, a sombra era apenas uma simulação e representação de Cristo e Seu ministério, como cordeiro sacrificado e como sacerdote e sumo-sacerdote. Assim, para os gentios, buscar estas coisas, o antigo método de aproximação dos méritos salvíficos de Cristo, por meio do sacrifício de animais e as festas que simbolizavam este mesmo Cristo, implicaria em rejeitar a realidade já cumprida no sacrifício feito por Cristo na Cruz. É abandonar a realidade, para voltar às sombras representativas, o que seria como rejeitar o sacrifício de Cristo! Porque os judeus continuavam a guardar todas estas coisas, por não terem Crido que Cristo era o messias. Paulo e demais apóstolos e cristãos, iam ao templo apenas para adorar e orar, tendo consciência de que as representações já haviam sido cumpridas em Cristo. Assim o sentido do templo era apenas de continuar servindo como lugar de oração, adoração. "E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões." Marcos 11:17 Isto é o que foi profetizado em Isaías 56:7: "Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos." Ou seja, a nova aliança se despia de todos os símbolos e representações do santuário, para se agarrar no Cristo e Seu ministério como cumprimento de todas aquelas coisas e assim, hoje é Cristo quem realiza os trabalhos de mediação e intercessão pelo povo e não mais os sacerdotes terrenos. Na carta em Hebreus, Paulo então explica aos gentios-cristãos acerca do santuário que está no céu, onde Cristo ministra como Sumo-sacerdote, sendo para onde então os gentios-cristãos e judeus-cristãos deveriam direcionar as suas orações, pedidos e buscar perdão para os seus pecados e não mais no antigo santuário, por meio de suas sombras representativas DESTE ministério que é de Cristo. E estas são as coias pelas quais não devemos julgar, as cerimoniais. Isto significa que o sábado era puramente cerimonial? A resposta é não, por vários motivos: Primeiro de que o sábado já era exigido como Lei por Deus antes da entrega da regulamentação do santuário e das representações cerimoniais (Êxodo 26:17-30). Conjunto de leis, incluindo o de não ter imagens e adorar outros deuses como o povo fez posteriormente aos pés do monte, e que procedem de Abraão, o pai daquele povo (Gênesis 26:5). Segundo que embora o sábado tenha recebido sombras representativas, por meio dos sacrifícios e ofertas extras, continuava mantendo o princípio de descanso semanal ao sétimo dia, guardado pelo povo recém liberto o qual foi dado na Criação (Gênesis 2:2-3). Terceiro que o sábado foi feito para servir de descanso para o homem "(E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem..." (Marcos 2:27) remetendo aos eventos da criação. Quarto, que o sábado inclui o princípio de adoração a Deus e congregação entre todo o povo. Quinto, o sábado foi criado quando não havia pecado, nem necessidade de representação de sombras e simbolismos para explicar didaticamente o sacrifício e remissão que Cristo faria por toda humanidade na cruz. Sexto, embora tenha sido a base para os demais sábados, os festivos e solenes, o sábado do sétimo dia, não precisa ser necessariamente removido junto com estes sábados, uma vez que já existia antes mesmo destes outros sábados vierem a existir. Sétimo, a necessidade de um dia para a igreja inteira se reunir e congregar, para adorar a Deus, descansar de suas atividades seculares e passar um dia em comunhão com Deus e as coisas que ele criou para que aproveitássemos, a natureza, que deveria continuar sendo no sétimo dia conforme Deus exigiu ao invés do primeiro dia, conforme a cristandade hoje se dedica. Oitavo, o descanso que é direito não apenas aos filhos, mas também ao empregado, o servo e até mesmo os animais. Nono, este mandamento com fim de descanso semanal, dia de culto e adoração a Deus e dedicação às atividades religiosas é um direito inalienável. É um bem natural dado por Deus à humanidade e que ninguém tem o direito de tomar para si. Décimo, as notas de rodapé das Bíblias evangélicas, explicam estas passagens citadas pelo irmão, sem dar um sentido de abolição do sábado ou da lei e as novas trazem consigo advertências de que estas passagens não estão a revogar o sábado ou qualquer outro mandamento, isto por conta da má interpretação destes versos no próprio meio evangélico, segundo uma suposição de abolição do sábado ou da lei. São as mesmas bíblias de estudos que utilizamos aqui na Igreja Adventista do Sétimo Dia, junto com outras bíblias de estudo especialmente as de confissão reformada. Assim, de forma alguma Paulo está sugerindo uma remoção do sábado nestas passagens, no que interpretar estas passagens de forma equivocada pode ser muito perigoso segundo Pedro adverte em (2 Pedro 3:16). E até mesmo nós estamos passíveis de erros grotescos, irmão, por isto é importante comparar a nossa com outras opiniões! Por meio de outras opiniões podemos chegar a descobrir de que estávamos errados. Não há nada de errado em ouvir outras opiniões e comparar com as nossas. Um abraço, que Deus te abençoe.

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