terça-feira, 2 de maio de 2017
O sábado desde a criação
Olá irmão Ivan, desde Adão até Moisés nenhum relato canônico foi escrito exceto o de Jó, portanto não há registros bíblicos destas épocas. Moisés, por sua vez, escreveu desde o Gênesis até o seu último livro, somando 5 livros, na mesma oportunidade, em seu tempo. Porém Moisés menciona que Abraão já guardava preceitos estatutos e mandamentos de Deus (Gênesis 26:5). E vemos Deus cobrando estas leis de seus descendentes, filhos de Abraão, após a libertação do cativeiro do Egito (Êxodo 16:28). Notamos que o mandamento com que Deus estava irado de o povo não guardar era justamente o sábado (Êxodo 16:29) e Deus, 40 anos depois da libertação pede para que o povo continue se lembrando de guardar o sábado (Êxodo 20:8). Também regulamenta o dízimo que procede desde Abraão e Jacó, destinando-os agora aos levitas (Gênesis 14:20, Gênesis 28:22, Hebreus 7:9).
Antes de trabalhar com a escrita, pedindo pra que um profeta escrevesse, Deus passava as ordens a seus profetas como Elias e Enoque os quais igualmente passavam as instruções de Deus ao povo de forma verbal, por isto não temos registros de todos os ensinos e pregações da maioria dos profetas.
No gênesis, antes do pecado, a coisa era ainda mais simples, Deus apenas dava à Eva e Adão e estes aceitavam. Deus preparou a terra, separou as águas, criou as plantas e os animais, mas criou também algo a mais para o homem no sétimo dia ("E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem..." Marcos 2:27, Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga?..." Isaías 40:28). Para servir-lhes de descanso e dia de comunhão com o criador e os seus irmãos para todo o sempre.
É dito que o sábado era um sinal entre Deus e o seu povo, dirigindo-se unicamente ao povo de Israel, porque demais nações haviam rejeitado a Deus, agora, Deus, por meio desta nova nação derramaria seus juízos sobre as demais nações, justamente por atentarem contra os conceitos morais de Deus e que foram detalhados aos israelitas através de Suas leis. Entre o povo recém liberto haviam, além dos hebreus, escravos de outras nações e egípcios que decidiram seguir com o povo de israel para a terra prometida, aceitando o chamado de Deus. Assim Deus fez uma aliança com aquele povo, prometendo proteção enquanto permanecessem fazendo a vontade de Deus.
Além de aceitar pessoas de outras nações, Deus continuava mantendo a porta de Israel aberta para que estrangeiros que quisessem aceitar o Deus vivo pudessem abraçar a aliança da salvação, guardando o sábado e a lei de Deus (Isaías 56:1-7).
O partir o pão de Atos 20:7 era algo comum e que os cristãos faziam todos os dias da semana (Atos 2:46, Atos 2:42, Atos 27:35-38). Paulo e os demais comeram do pão até o amanhecer (Atos 20:7, 11).
Era o cair da tarde, da noite início do domingo, porque os judeus contam o dia de um pôr do sol a outro por do sol. Este verso nos mostra que depois de partir o pão, Paulo viajou imediatamente no domingo de manhã, não passando o dia com os irmãos. Veja, irmão, que vinham de um sábado, onde Paulo não viajou, mas deixou para viajar logo em seguida quando despontava o primeiro dia.
1 Coríntios 16:2, por sua vez, nos dá duas informações importantes:
Primeiro de que Paulo não estaria com eles no domingo, porque a coleta deveria ser feita no domingo ANTES de Paulo chegar ("No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar...para que não se façam as coletas quando eu chegar."), o que significa que Paulo chegaria posteriormente ao dia da coleta.
Segundo que a separação das doações deveria ser feita por cada um em suas próprias casas ("cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar" 1 Coríntios 16:2) Motivo pelo qual haveria a coleta, de casa em casa, ajuntando aquilo que cada um separou.
Acompanhe também:
https://www.youtube.com/watch?v=4XGyM9rga94
Jesus, irmão, não realizou a obra da ressurreição no sábado, nem a obra de sacrifício tão importante para nós quanto a ressurreição, mas entre a sexta e o domingo, efetuou a obra da redenção onde, no meio dela, temos o sábado em que Cristo descansou no sono da morte (Mateus 9:24, João 11:11), como o próprio Jesus se referia, de sua obra redentora assim como Deus descansara da sua na obra da criação.
Não obstante, Jesus se declarou senhor do sábado ("Pois o Filho do homem é Senhor do sábado".
Mateus 12:8) e realizou obras importantes neste dia, como curas e milagres, além de ter deixado o exemplo de uma vida dedicada ao culto a Deus todos os sábados na sinagoga (Lucas 4:16). Costume também compartilhado por seus discípulos (Lucas 23:56).
As reuniões que lemos, no domingo da ressurreição de Cristo, não eram para culto, haja vista que os discípulos nem sabiam que Cristo havia ressuscitado ou que haveria de ressuscitar. As mulheres haviam ido para visitar o corpo de Jesus, as mesmas mulheres que não fizeram tal visita no sábado a fim de guardarem o mandamento, preparando as especiarias na sexta e se dirigindo ao túmulo no domingo bem cedinho.
E os apóstolos, irmão, não se reuniram com objetivo de santificar o primeiro dia da semana, porque além da ressurreição de Cristo ser uma surpresa (os discípulos acreditavam que Cristo ainda estava morto), o próprio verso nos diz o motivo de estarem reunidos em certa ocasião no domingo:
"Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, COM MEDO DOS JUDEUS, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco." (João 20:19). Cristo havia morrido e os discípulos temiam que os judeus também os entregassem à Roma.
O cristianismo se espalhou rapidamente pelo império romano, irmão, e os judeus-cristãos continuaram convivendo na sociedade judaica (Atos 1:14) até o evento da invasão de Jerusalém no ano 70 conforme profetizado por Cristo (Mateus 24:20). De um lado, estes cristãos eram considerados pelos judeus como uma seita dos nazarenos (Atos 24:5, Atos 24:14). Do outro lado, eram considerados como sendo também judeus pelo império romano especialmente devido à guarda do sábado, incluindo, a estes, todos aqueles cristãos que igualmente se reuniam nas sinagogas aos sábado para ouvir da lei de Moisés (Atos 15:21, Atos 13:42, 44) e também os profetas (Atos 13:27). Costume que se perpetuou pela história, enquanto a igreja gradativamente movia-se para um domingo com o fim de serem dissociados dos judeus, enquanto eram perseguidos, acusados de terem parte na rebelião dos judeus contra Roma, motivo que levara à tomada da cidade de Jerusalém.
A igreja verdadeira era a dos apóstolos, que continuaram com o costume de trabalhar nos demais dia da semana e reservarem-se no sábado de seus trabalhos (Atos 18:3-4, Atos 16:13).
E nossos reformadores continuavam guardando o domingo porque ainda não haviam redescoberto a verdade do sábado, assim como ainda não haviam redescoberto outras verdades como a de que não é correto fazer o batismo infantil, a inexistência de um purgatório e várias outras práticas comuns da Igreja Romana e que foram sendo deixadas de lado em prol de verdades bíblicas, por meio da reforma.
Reforma esta que em dado momento parou, motivo pelo qual ocorreu o movimento do Segundo Grande Reavivamento e que envolveu o mundo todo.
E não apenas a circuncisão, irmão, os serviços no templo eram feitos em carga aumentada no dia de sábado pelos milhares de levitas que trabalhavam no templo e pelos sacerdotes que preparavam ainda mais sacrifícios, além dos cultos de adoração que também ocorriam no templo. Enfim, tudo aquilo que era de cunho religioso, era lícito de fazer no sábado (Mateus 12:5, João 5:17). Os trabalhos que os sacerdotes e Jesus faziam não tinham nada a ver com interesses egoístas, ou de atendimento de interesses pessoais, como é o emprego diário de cada um. A circuncisão era lícita no sábado tanto quanto o batismo é hoje, porque faz parte da pregação e da salvação de almas para Cristo. Ali fazemos a vontade de Deus (Isaías 58:13-14).
Um abraço.
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