terça-feira, 20 de agosto de 2013
O que a Igreja Presbiteriana afirma sobre os 10 Mandamentos e o Sábado?
1) O que é a Lei de Deus? O que são os Dez Mandamentos?
No “Catecismo Maior”, que é onde encontramos as instruções essenciais para um crente presbiteriano, na resposta à pergunta 93, lemos:
“A Lei Moral é a declaração da vontade de Deus, feita ao gênero humano, dirigindo e obrigando todas as pessoas à conformidade e obediência pessoal, perfeita e perpétua a ela — nos apetites e disposições do homem inteiro, alma e corpo, e no cumprimento de todos aqueles deveres de santidade e retidão que se devem a Deus e ao homem, prometendo vida pela obediência e ameaçando com a morte a violação dela.” — P. 93.
E a resposta à pergunta 98 diz:
“A Lei Moral acha-se resumidamente compreendida nos Dez Mandamentos, que foram dados pela voz de Deus no monte Sinai e por Ele escritos em duas tábuas de pedra, e estão registrados no capítulo vigésimo de Êxodo.” — P. 95.
Conforme foi visto acima, esses teólogos e autoridades da Igreja Presbiteriana têm a Lei de Deus, os Dez Mandamentos, numa alta estima.
2) Para que serve a Lei de Deus, os Dez Mandamentos?
O mesmo “Catecismo Maior” apresenta uma resposta muitíssimo apropriada:
“A Lei Moral é de utilidade a todos os homens, para os instruir sobre a natureza e vontade de Deus e sobre os seus deveres para com Ele, obrigando-os as andar conforme a essa vontade; (…) aos homens não regenerados para despertar as suas consciências a fim de fugirem da ira vindoura e forçá-los a recorrer a Cristo; (…) aos que são regenerados e crentes em Cristo… para lhes mostrar quanto devem a Cristo por cumpri-la e sofrer a maldição dela, e para bem deles, e assim provocá-los a uma gratidão maior e a manifestar esta gratidão por maior cuidado da sua parte em conformarem-se a esta lei, como regra de sua obediência. — Respostas 95–97, p. 94–95. Grifos acrescentados.
3) A Lei de Deus, os Dez Mandamentos, estão vigentes para o cristão?
Na “Confissão de Fé de Westminster”, a confissão de fé adotada pela Igreja Presbiteriana, podemos achar a posição oficial:
“V. A Lei Moral obriga para sempre a todos a prestar-lhe obediência, tanto as pessoas justificadas como as outras, e isto não somente quanto à matéria nela contida, mas também pelo respeito à autoridade de Deus, o Criador, que a deu. Cristo, no Evangelho, não desfaz de modo algum esta obrigação, antes a confirma.
I Jo.2:3–4,7; Rm.3:31; Tg.2:8,10–11; Rm.3:19; Mt.5:18–19.
“VI. Embora os verdadeiros crentes não estejam debaixo da lei como pacto de obras, para serem por ela justificados ou condenados, contudo, ela lhes serve… como regra de vida, a vontade de Deus, e o dever que eles têm, ela os dirige e os obriga a andar segundo a retidão… Ela é também de utilidade aos regenerados, a fim de conter a sua corrupção, pois proíbe o pecado; as suas ameaças servem para mostrar o que merecem os seus pecados e quais as aflições que por causa deles devem esperar nesta vida, ainda que sejam livres da maldição ameaçada na lei. Do mesmo modo as suas promessas mostram que Deus aprova a obediência deles e que bênçãos podem esperar, obedecendo… assim o fazer um homem o bem ou o evitar ele o mal, porque a lei anima aquilo e proíbe isto, não é prova de estar ele debaixo da lei e não debaixo da graça.
Rm.6:14; Rm.8:1; Gl.3:13; Rm.7:12,22,25; Sl.119:5; I Co.7:19; Rm.7:7; Rm.3:20; Tg.1:23,25; Rm.7:9,14,24; Gl.3:24; Rm.8:3–4; Rm.7:25; Tg.2:11; Ed.9:13–14; Sl.89:30–34; Sl.37:11; Sl.19:11; Gl.2:16; Lc.17:10; Rm.6:12–14; Hb.12:28–29; I Pe.3:8–12; Sl.34:12,16.
“VII. Os supracitados usos da lei não são contrários à graça do Evangelho, mas suavemente condizem com ela, pois o Espírito de Cristo submete e habilita a vontade do homem a fazer livre e alegremente aquilo que a vontade de Deus, revelada na lei, requer se faça.
Gl.3:21; Ez.36:27; Hb.5:10.” — Cap. XIX da “Confissão de Fé de Westminster” (1647). Citado por Philip Schaff em “The Creeds of Christendom”, vol. 3, p. 640–641. Grifos acrescentados. Essa confissão de Fé pode ser encontrada no seguinte web site: http://www.luz.eti.br/do_confissaodewestminster1647.html (acessado a 07/09/2007).
O Dr. Timothy Dwight, famoso teólogo e pregador presbiteriano, declara:
“A Lei de Deus é e deve necessariamente ser imutável e eterna.” — Em “Theology Explained and Defended”, vol. 4, p. 120.
E o grande reformador João Calvino, um dos pioneiros do movimento de Reforma, e pai da Igreja Presbiteriana e da Batista, escreveu em seus “Institutes”:
“A lei não sofreu nenhuma diminuição de sua autoridade e deve receber de nossa parte sempre o mesmo respeito e obediência.” — Vol. 2. cap. 7, sec. 15.
João Calvino também escreveu o seguinte em seu “Comentary on a Harmony of the Gospel”:
“Não devemos supor que a vinda de Cristo nos tornou livres da autoridade da lei; pois ela é a norma eterna de uma vida devota e santa, e deve, portanto, ser tão imutável como a justiça de Deus, que a envolveu, é constante e uniforme.” — Vol. 1, p. 277. Grifos acrescentados.
Depois de mostrarmos o pensamento de seu fundador e a posição da confissão de fé presbiteriana, precisaríamos citar mais alguma fonte para provar que todos os Dez Mandamentos permanecem vigentes para os cristãos, segundo o ensinamento oficial da Igreja Presbiteriana?
4) Desde quando existem os Dez Mandamentos, a Lei de Deus?
Ainda na confissão de fé presbiteriana, nós encontramos a seguinte declaração:
“I. Deus deu a Adão uma lei como um pacto de obras. Por este pacto Deus o obrigou, bem como toda sua posteridade, a uma obediência pessoal, inteira, exata e perpétua; prometeu-lhe a vida sob a condição dele cumprir com a lei e o ameaçou com a morte no caso dele violá-la; e dotou-o com o poder e capacidade de guardá-la.
Gn.1:26; Gn.2:17; Ef.4:24; Rm.2:14–15; Rm.10:5; Rm.5:12,19.
“II. Essa lei, depois da queda do homem, continuou a ser uma perfeita regra de justiça. Como tal, foi por Deus entregue no monte Sinai em dez mandamentos e escrita em duas tábuas; os primeiros quatro mandamentos ensinam os nossos deveres para com Deus e os outros seis os nossos deveres para com o próximo. Tg.1:25; Tg.2:8,10; Dt.5:32; Dt.10:4; Mt.22:37–40.” — Op. cit., cap. XIX.
Da mesma confissão de fé, podemos extrair o seguinte no capítulo IV:
“Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com almas racionais e imortais… tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e o poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, que era mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não comerem da árvore da ciência do bem e do mal”.
Aí está a posição oficial da Igreja Presbiteriana. Pelo que lemos dos testemunhos presbiterianos, não há nenhuma dúvida entre seus teólogos e mentores de que os Dez Mandamentos foram dados a Adão, ANTES DA QUEDA. Portanto, a resposta a esta pergunta deve ser: DESDE A CRIAÇÃO DO MUNDO!
5) Existe diferença entre a Lei Moral e a Lei Cerimonial?
O erudito bíblico John D. Davis, autor presbiteriano de um dos mais famosos dicionários bíblicos que já alcançou várias edições, assegura:
“Os Dez Mandamentos, sendo a lei fundamental e sumária de toda moral, permanecem firmes; baseiam-se na imutável natureza de Deus e nas relações permanentes do homem sobre a terra. A respeito do quarto mandamento, disse Jesus: ‘O sábado foi feito para o homem’; segue-se, pois, que a lei permanece em toda sua força enquanto o homem existir sobre a terra.
“A Lei Cerimonial a que se refere a Carta aos Hebreus 8:7, como o primeiro pacto, ela a declara como antiquada e prestes a perecer, v.13 comparar com os caps. 8 a 10. O apóstolo não julgou necessário obrigar a ela os gentios, atos 15:23–28. Tinha função transitória, apontando para cristo, nosso sumo pontífice por meio de seu sacerdócio, de seus sacrifícios, de suas cerimônias e de seus símbolos. Chegado que foi o antítipo, cessaram de uma vez os tipos, sem contudo perder de vista a importância que eles tem em todas as idades futuras.” — Em “O Novo Dicionário da Bíblia”, p. 356–357.
Vejamos qual a posição oficial presbiteriana encontrada na já citada “Confissão de Fé de Westminster”:
“III. Além dessa lei (os Dez Mandamentos), geralmente chamada Lei Moral, foi Deus servido dar ao seu povo de Israel, considerado uma igreja sob a sua tutela, leis cerimoniais que contêm diversas ordenanças típicas. Essas leis, que em parte se referem ao culto e prefiguram Cristo, as suas graças, os seus atos, os seus sofrimentos e os seus benefícios, e em parte representam várias instruções de deveres morais, estão todas ab-rogadas sob o Novo Testamento.
Hb.10:1; Gl.4:1–3; Cl.2:17; Êx.12:14; I Co.5:7; II Co.6:17; Cl.2:14,16–17; Ef.2:15–16.
“IV. A esse mesmo povo, considerado como um corpo político, Deus deu leis civis que terminaram com aquela nacionalidade, e que agora não obrigam além do que exige a sua eqüidade geral.
Êx.21:1–36,22:1–29; Gn.49:10; Mt.5:38–39.” — Op. cit. cap. XIX.
O Dr. Albert Barnes, respeitado comentarista presbiteriano, em seu comentário sobre Mateus 5:18 e 19, declara:
“As leis dos judeus estavam geralmente divididas em morais, cerimoniais e judiciais. As leis morais são aquelas que emanam da natureza das coisas, que não podem, por conseguinte, ser mudadas — tais como o dever de amar a Deus e Suas criaturas. Estas não podem ser abolidas, pois jamais poderá ser correto odiar a Deus ou aos nossos semelhantes. Dessa natureza são os Dez Mandamentos; e estes, nosso Salvador não aboliu nem suprimiu.
“As leis cerimoniais são as determinadas para atender a certos estados da sociedade, ou regulamentar ritos religiosos e cerimônias do povo. Estas poderão ser mudadas quando mudarem as circunstâncias, e não obstante, a Lei Moral permanece inalterável.
“Aprendemos, portanto: 1. Que toda a Lei de Deus é obrigatória para os cristãos. (Comparar com S. Tiago 2:10). 2. Que todos os mandamentos de Deus devem ser ensinados, em seu lugar apropriado, pelos ministros cristãos. 3. Que aqueles que pretendem que haja leis de Deus tão pequenas que não precisem obedecer-lhes, são indignos de Seu reino. 4. Que a verdadeira piedade demonstra respeito para com todos os mandamentos de Deus. (Comparar com Salmos 119:6).” — Em “Notes, Explanatory and Practical on the Gospel” (1860), vol. 1, p. 65–66.
6) A que tipo de lei o apóstolo Paulo se refere em Colossenses 2:16?
O ministro e comentador presbiteriano Dr. Albert Barnes, assim comenta Colossenses 2:16 e 17:
“A palavra ‘sábado’ no Antigo Testamento, é aplicada não somente ao sétimo dia, mas a todos os outros dias de repouso sagrado que eram observados pelos hebreus, e particularmente ao começo e encerramento de suas grandes festividades. Há, certamente, referência a esses dias nesse lugar, visto que a palavra é usada no plural e o apóstolo não se refere particularmente ao assim chamado sábado, propriamente.
“Não há nenhuma evidência nessa passagem de que Paulo ensinasse que não havia mais obrigação de observar qualquer tempo sagrado, pois não há a mais leve razão para crer que ele quisesse ensinar que um dos Dez Mandamentos havia cessado de ser obrigatório à humanidade.
“Se ele tivesse escrito a palavra ‘o sábado’, no singular, então, certamente estaria claro que ele quisesse ensinar que aquele mandamento (o quarto) cessou de ser obrigatório, e que o sábado não mais devia ser observado. Mas o uso do termo no plural, e a sua conexão, mostram que o apóstolo tinha em vista o grande número de dias que eram observados pelos hebreus como festivais, como uma parte de sua lei Cerimonial e típica, e não a lei Moral, ou os Dez Mandamentos.
“Nenhuma parte da lei Moral — nenhum dos Dez Mandamentos — poderia ser referida como ‘sombra das coisas futuras’. Estes mandamentos são, pela natureza da Lei Moral, de obrigação perpétua e universal.” — Em “Notes on the New Testament”, tit. 7, p. 267.
Mais uma questão devidamente esclarecida. E muito bem esclarecida, pelo ilustre Dr. Albert Barnes, comentador de reconhecido valor no meio presbiteriano. E a posição oficial da Igreja Presbiteriana é que Colossenses 2:16 não está falando do sábado do quarto mandamento. Está falando da LEI CERIMONIAL, e não da Lei Moral!
7) E o sábado do quarto mandamento da Lei Moral, qual a sua origem?
O Dr. Archibald A. Hodge, membro da “Junta Presbiteriana de Publicações” e antigo professor do seminário presbiteriano de Princeton, nos EUA, escreveu um folheto no qual apresenta uma defesa da perpetuidade do princípio sabático como dia santificado por Deus. Dele extraímos o seguinte:
“Deus instituiu o sábado na criação do mundo, separando para este fim o sétimo dia, e ordenou sua observância como obrigação universal, moral e perpétua à raça.” — Folheto nº 175, p. 3–4.
Conforme o Dr. Hodge, o sábado teve sua origem na criação, antes, portanto, da queda do homem. Antes de ter havido necessidade de uma lei cerimonial, um sistema de sacrifícios e rituais típicos.
Diz também o prof. de teologia presbiteriano John D. Davis, reforçando aquilo que já foi assegurado:
“SÁBADO, Descanso. Dia de descanso instituído por Deus, para ser observado por todos os homens. Tendo completado a obra da criação em seis dias, cessou de trabalhar no dia sétimo. ‘E abençoou o dia sétimo e o santificou; porque nele mesmo cessara de toda a sua obra que Deus criou para fazer’, Gên. 2:1–3.” — Op. cit., art. “Sábado”, p. 519. Grifos acrescentados.
“Pelo motivo dado para que se observe o dia de sábado nos Dez Mandamentos, aprendemos que o exemplo do descanso sabático havia sido dado pelo próprio Deus por ocasião da criação. O sábado, portanto, é uma ordenança da criação (Êx 20:8–11). (…) o padrão é assim deixado para o homem seguir. (…) A linguagem usada é propositalmente forte a fim de que o homem possa aprender a necessidade de considerar o sábado como um dia em que ele mesmo precisa de descansar de suas labutas diárias. (…) Deus, e não o homem, é que deve determinar de que modo o sábado precisa ser observado.” — Idem, p. 1421–1422.
A origem do sábado, ao contrário do que ensinam alguns presbiterianos leigos desinformados, não é a doação da lei dos Dez Mandamentos no Monte Sinai. Conforme os líderes presbiterianos estudiosos da Bíblia, foi na SEMANA DA CRIAÇÃO. Seis dias de trabalho, e o sétimo dia foi SANTIFICADO para o descanso das coisas seculares e culto religioso, que é a posição oficial da Igreja Presbiteriana.
8) Há razões para santificarmos o sábado?
Ainda o prof. John D. Davis, com sua autoridade:
“A doutrina ensina claramente que este dia foi ordenado por Deus, para repouso do corpo, e bem-estar do homem; que o deviam observar, imitando o exemplo que Deus dá, e por causa das bênçãos por Ele conferidas.” — Idem, p. 520.
Agora, extraído do “Breve Catecismo”, editada pela “Casa Editora Presbiteriana”:
“O quarto mandamento exige que consagremos a Deus os tempos determinados em Sua Palavra, particularmente um dia inteiro em cada sete, para ser um dia de santo descanso a Ele dedicado. (…) proíbe a omissão ou a negligência no cumprimento dos deveres exigidos, e a profanação deste dia por meio de ociosidade, ou por fazer aquilo que é em si mesmo pecaminoso, ou por desnecessários pensamentos, palavras ou obras acerca de nossos negócios e recreações temporais. (…) Deus nos concede de fazermos uso dos seis dias da semana para os nossos interesses temporais: o reclamar Ele para Si a propriedade especial do dia sétimo, o Seu próprio exemplo, e a bênção que Ele conferiu ao dia de descanso.” — Em “Breve Catecismo de Doutrina Cristã”, P. 17–18.
Indiscutivelmente, todas essas autoridades e documentos religiosos da Igreja Presbiteriana não concordam com a visão herética semi-antinomista/dispensacionalista que nega a validade e vigência do Decálogo como norma cristã, e prega o fim total do quarto mandamento, como sendo “cerimonial”.
Mesmo que o sábado seja interpretado por esses documentos e autores como referindo-se ao primeiro dia, o “sábado cristão” como é chamado, o que importa é que admitem oficialmente a validade e vigência do mandamento e as origens endêmicas do princípio sabático. A questão sobre ter o domingo ter tomado o lugar do sétimo dia já é outra.
9) Por quanto tempo deve durar o mandamento do sábado?
Novamente, diz o teólogo erudito Prof. John D. Davis:
“A respeito do quarto mandamento, disse Jesus: ‘O sábado foi feito para o homem’; segue-se, pois, que a lei permanece em toda a sua força enquanto o homem existir sobre a terra.” — Op. cit., p. 356.
“O sábado foi instituído para benefício do gênero humano; as suas obrigações duram enquanto o homem viver e enquanto subsistirem as suas necessidades.” — Idem, p. 520.
Também afirma o Dr. Thomas Chalmers, pregador presbiteriano de grande prestígio:
“Para a permanência do sábado, portanto, podemos invocar o seu lugar no Decálogo, onde ele permanece abrigado entre os preceitos morais de uma retidão imutável e eterna.” — Em “Sermons”, vol. 1, p. 51–52.
São do autor presbiteriano T. C. Blake a seguinte afirmação, na obra “Theology Condensed”, de onde extraímos estas palavras abalizadas:
“O sábado é parte dos… Dez Mandamentos. Só isto já define a questão da perpetuidade de sua instituição. Até… que possa ser mostrado que toda a Lei Moral foi rejeitada, o sábado permanecerá. (…) O ensino de Cristo confirma a perpetuidade do sábado”. — P. 474–475.
10) Contra o que Jesus Se levantou com relação ao sábado?
Existem presbiterianos leigos, mesmo sinceros, que acreditam que Jesus não guardou os Dez Mandamentos e que ele combateu o sábado. O que diz a Bíblia? Até onde vai o conhecimento deles? Caso Jesus tivesse profanado o sábado, ou qualquer outra lei, Ele não poderia ser “um cordeiro sem defeito nem mancha” (1Pe. 1:19), nem poderia ser o Messias que tem a função de “engrandecer a lei e torná-la gloriosa” (Is. 42.21). Então, quem afirma que Cristo violou o sábado, está negando que Ele era o Messias, tornando-O um mero pecador e mentiroso, pois Ele mesmo disse ter observado os mandamentos (Jo. 15:10).
E o que dizem os líderes presbiterianos sobre esse assunto? Num livreto, intitulado “ABC Doutrinário do Candidato à Publica Profissão de Fé”, de autoria do insigne hebraísta Guilherme Kerr, encontramos o seguinte:
“Jesus condenou a tradição que os judeus acrescentaram à Lei de Deus”. — P. 19.
Mais outra vez o Prof. John D. Davis responde:
“No tempo de Cristo, os fariseus aplicavam a lei do descanso aos atos mais triviais da vida, proibindo muitas obras de necessidade e misericórdia. Acusaram a Jesus por fazer curas em dia de Sábado, ao mesmo tempo em que achavam lícito retirar o boi, o animal, ou a ovelha que tivesse caído dentro de um poço. Também julgavam necessário levar os animais a beber, como em qualquer outro dia da semana, Mat. 12:9–13; Luc. 13:10–17. E não eram somente as curas feitas em dia de Sábado que eles condenavam. Quando os discípulos de Jesus passavam pelas searas e colhiam espigas, e machucando-as nas mãos as comiam, porque tinham fome, os fariseus os censuraram, como se fosse essencialmente o mesmo trabalho de fazer colheitas e moer o trigo. A isto nosso Senhor deu uma notável resposta”. — Op. cit. p. 520.
O escritor presbiteriano Ludugero Braga, no “Manual dos Catecúmenos”, escreveu o seguinte:
“Cristo era israelita e veio para cumprir a lei. Portanto, ele tinha, como bom israelita, de guardar o sétimo dia. Ele guardou-o, porém, no espírito da lei e não da letra, pelo que os fariseus O acusaram de não observar o sábado (João 9:16). (…) Jesus disse que Ele é Senhor até do sábado (Mat. 12:8). Isto Ele disse por causa do literalismo e fanatismo farisaicos. (…) Jesus declarou que ‘o sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado’(Mar. 2:27), isto é, o dia de descanso é para beneficiar o homem. Em Mat. 12:1–8, encontramos os fariseus censurando a Cristo e Seus discípulos, porque não guardavam o sábado à moda farisaica.” — P. 163–165.
Então, podemos afirmar com toda convicção: Jesus não Se levantou contra os Mandamentos, nem contra o sábado. O que Jesus fez foi não Se ajustar às formas e aos acréscimos que os escribas e fariseus fizeram à Lei de Deus. Jesus guardava o sábado conforme a ESSÊNCIA do quarto mandamento, e não à moda farisaica cheia de tradições! O que fica mais do que claro que Jesus queria confrontar os escribas e fariseus na MANEIRA deles verem o mandamento do sábado, e não no próprio mandamento em si, para reformar a observância sabática ao verdadeiro sentido do mandamento.
11) A Bíblia ensina a observância do domingo no lugar do sábado?
Em seu livro “The Ten Commandments”, diz o presbiteriano Dr. R. W. Dale:
“Está claro que, embora guardemos o domingo rigorosa ou devotamente, não estamos observando o sábado. (…) O sábado foi instituído por uma ordem específica e divina. Não podemos apoiar-nos em nenhuma ordem dessa natureza relacionada com a obrigação de guardar o domingo. (…) Não há, no Novo Testamento, uma única sentença indicando que estamos sujeitos a qualquer penalidade por violação à suposta santidade do domingo. No repouso dominical, não entra a lei divina.” — P. 127–129.
Na obra “Theology Explained and Defended”, do presbiteriano Timothy Dwight, lemos:
“O Sábado cristão (domingo) não se encontra nas Escrituras, e não era chamado ‘o sábado’ pela igreja primitiva.” — Ed. de 1818, vol. 4, nº 107, p. 49.
O Dr. William D. Killen, teólogo presbiteriano de renome, afirma:
“No intervalo entre os dias dos apóstolos e a (suposta) conversão de Constantino, a comunidade cristã mudou de aspecto… Ritos e cerimônias, das quais nem Paulo nem Pedro jamais ouviram, entraram sub-repticiamente em uso e depois reclamaram o direito de serem consideradas instituições divinas. Funções para as quais os primitivos discípulos não podiam encontrar nenhum lugar, e títulos que para eles teriam sido completamente ininteligíveis, começaram a reclamar atenção a ser chamados apostólicos.” — D. D., “The Ancient Church”, Prefácio da ed. original, p. 16.
O Dr. N. Summerbell, autor presbiteriano, faz esta declaração em sua obra “History of the Christians”:
“Ela (a Igreja Católica) subverteu o quarto mandamento, dispensando o sábado da palavra de Deus e substituindo-o pelo domingo, como dia santificado.” — P. 418.
Copiado de: http://vindeaosenhor.blogspot.com.br/2012/03/o-que-igreja-presbiteriana-afirma-sobre.html
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