Por que o sábado é visto como um fardo por alguns?

Por causa da tentação! De fato passar o sábado em meio aos entretenimentos e distrações do mundo é muito difícil. Mais fácil é deixar a cidade, ir para a beira de um rio e ali fazer um piquenique com a família e amigos. Quem dirá então que um sábado assim é um fardo? Quem então reclamará dizendo que passar um dia inteiro longe das coisas seculares, juntamente com a família e a natureza é algo impossível nos dias de hoje?

Estar um dia inteiro na companhia de Deus, vivendo da maneira como ELE projetou o mundo para que vivêssemos, ao lado daqueles que ELE colocou em nossa vida nunca é visto como um fardo a menos que, exemplo:

Os amigos convidados pela família gostassem muito de dançar e de repente, no piquenique, ao lado deles parassem um carro com pessoas não cristãs e então os amigos se juntassem a eles e começassem a dançar. Ou então um dos dançarinos se aproximasse trazendo um tablet, ou laptop com aquele joguinho que o filho da família cristã goste de jogar. Ou então uma jovem daquele grupo se aproximasse, chamando a filha da família cristã para ver sua coleção de barbies ou o pai da família cristã que é ex-alcóolatra começasse a perceber que o suco da uva não parece tão prazeroso como a cerveja que o outro grupo está bebendo. Ou que para a mãe de família as fofocas sobre a vida das pessoas e as novelas do outro lado pareçam muito mais agradáveis que o livro cristão que tem em mãos. Ou que para o primo o café quentinho que se toma do outro lado pareça mais convidativo que a cevada que está em suas mãos.

Então, de que lado do rio a família cristã ficará?

Pois é justamente isto que acontece, muitas pessoas medem o sábado por aquilo que estariam “perdendo” ao reservar este dia para um descanso longe da nossa própria vontade, fazendo tão somente a vontade de Deus.

Deus nos oferece um piquenique com frutas deliciosas, ao lado do rio, com conversa animada, cântico de hinos e brincadeiras de roda. Do outro lado do rio, o inimigo nos oferece muita pizza, conversas sobre assuntos seculare, músicas estimulantes, jogos, vaidades e dança.

Satanás nos oferece as mesmas coisas que Deus porém de forma distorcidas com a adição de suas especiarias:

O suco de uva fermentado, ou a cevada fermentada;

A brincadeira de roda com movimentos mais sensuais;

A música com um som mais estimulante;

A comida com um pouco a mais de gordura, e sabor intensificado pelo toicinho de porco;

As brincadeira de meninos de uma forma mais virtualizada e com um pouco mais de violência.

Um chá mais estimulante;

Para nós cristãos, tudo nos é lícito:

O suco;

A brincadeira de roda;

A música;

A comida;

As brincadeiras de meninos;

As brincadeiras de menina;

Os chás;

Porém estas coisas agregadas pelo inimigo não nos convém:

O álcool proveniente da fermentação;

O sensualismo nas danças;

O tom mais estimulante na música;

O excesso de gordura e outros elementos não saudáveis nos alimentos;

A violência a mais nas brincadeiras de meninos;

A vaidade a mais nas brincadeiras de meninas;

Os estimulantes a mais no chá;

O sábado se torna desagradável então, não porque não haja nada agradável para fazermos neste dia, mas porque, embora hajam muitas coisas agradáveis, talvez tais coisas possam não ser suficientes para agradar a nossa carne pecaminosa.

Percebemos então que o sábado se mostra um dia perfeito, até que surge a tentação. Então ignoramos tudo que temos e fazemos de conta que não é suficiente, apenas porque, diante das coisas do mundo, as coisas lícitas parecem não ser tão prazerosas.

Mas não é culpa da lei, nem do modo de vida que Deus escolheu para este dia, mas sim de nossas fraquezas.

Aquele que mata a carne e vive pelo espírito, não se regozija nas coisas do mundo, antes prefere aquelas coisas das quais Jesus se agradava.

Irmãos temos que matar a carne, pois esta deve morrer e não a vontade de Deus, não devemos alimentar a carne, mas o espírito. Devemos viver segundo o Espírito. A carne não deve ter domínio sobre nós a ponto de deixarmos de fazer coisas que enriquecem o espírito, para tão somente satisfazermos desejos humanos do paladar, da visão, audição, olfato ou até do tato.

Parece estranho dizer isto e pode até parecer que devamos nos abster de qualquer prazer, porém não é isto.

Devemos sentir sim prazer no dia de sábado, este deve ser um dia prazeroso.

Devemos reeducar nossa carne a fim de que ela sinta prazer nas coisas do Senhor e não mais nas coisas do mundo. Então tudo que provém de Deus se tornará muito mais prazeroso do que as coisas do mundo. O sábado será então mais deleitoso que os demais dias da semana, porque o sábado é de Deus e não do mundo.

Mas como devemos proceder, para que o sábado seja um dia prazeroso, enquanto nos abstemos de dar prazer às coisas que nossa carne ainda está acostuada?

A resposta está em reeducar. Não devemos deixar de sentir o prazer do paladar, porém devemos aprender a apreciar o sabor das frutas e alimentos mais naturais no lugar das comidas industrializadas. Não precisamos deixar de lado o prazer do ouvir, mas que substituamos os prazeres frenéticos da música secular, pelo prazer das músicas de louvor à Deus ou de apreciação das coisas que Ele criou. Não precisamos nos abster do prazer do tato, mas que abracemos com carinho nossa família. Não precisamos nos abster nem do prazer sexual, mas que façamos isto com nosso cônjuge. Não precisamos deixar de ouvir as músicas românticas, mas que filtremos aquelas que distorcem o amor que Deus criou.

Deus criou todas as coisas e também SEU santo dia para que não nos faltassem absolutamente nada. Aquele que diz que ao guardar o sábado, falta-lhe alguma coisa, este é mentiroso. Aquele que diz que é necessário complementar a vida cristã com coisas seculares, não fala pelo Espírito Santo. Porque não há coisa alguma boa e necessária ao Cristão que não provenha de Deus, inclusive o trabalho:

“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gênesis 3:19)

E tudo aquilo que é desagradável à Deus é supérfluo, porque fomos projetados para necessitarmos somente daquilo que Deus criou. O resto não é necessidade, mas gosto.

Portanto aquele que diz que o sábado o coloca em necessidade, está dizendo que Deus é incapaz prover todas as necessidades do ser humano sem a ajuda das coisas do mundo. Ou que somos incapazes de resistir às coisas do mundo no dia de sábado:

“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (1 Coríntios 10:13)

Porque isto é a graça, onde de Deus recebemos tudo que precisamos. Se não por intermédio das mãos dos homens, receberemos diretamente das mãos de Deus.

“Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos.” (Gênesis 22:7-8)

Aquele que diz que o sábado foi abolido, deveria ter em seu calendário, apenas 6 dias da semana. Por que então nosso calendário ainda é composto de sete dias?

Deus alguma vez deixou, ao cristão, faltar o alimento? Acaso não alimentou os animais na arca de Noé? Acaso não alimentou SEU povo com o maná no deserto? Deixou de vestir os lírios do campo? Ou deixou de tirar água de pedras se fosse preciso?

Por que então deveríamos acreditar que Deus é incapaz de prover as necessidades de um guardador do sábado?

Claro que Deus não poderá prover as necessidades pecaminosas de nossa carne. Porém todas as necessidades naturais Deus é perfeitamente capaz de prover, a fim de que possamos viver longe das coisas mundanas. Acaso Deus não é capaz de fazer isto por um único dia na semana? Sendo que já o faz nos demais?

Se me dissessem que é impossível um cristão ser totalmente santo no dia de sábado eu bem acreditaria, porém dizer que é impossível  a um cristão ter um dia mais santificado que os demais é uma inverdade.

Depois do batismo, Jesus não trabalhou em ofício remunerado e continuou guardando o sábado. Faltou-lhe alguma coisa? Continuavam existindo, músicas mundanas, comidas mundanas, divertimentos mundanos. Porém Jesus teve necessidade de alguma destas coisas? Seus sábados se tornaram um fardo por ter que ficar mais próximo de Deus, fazendo a vontade Dele ao invés de sua vontade própria?

Não irmão, Jesus não passou por isto porque, Sua vontade era equivalente à vontade de Deus, Sua vida era equivalente à vida que Deus destinou à humanidade. Seu gosto era equivalente ao gosto de Deus.

Claro que não somos Jesus, mas, Ora irmãos! Somos sua imagem e semelhança. Nascidos criaturas novas e capacitados para um dia ser como ELE em vida santa. Nossa vontade deve ser semelhante à Dele, nossa vida deve ser semelhante à Dele e nosso gosto deve ser semelhante ao Dele. Porque não somos semelhantes ao mundo, nem semelhantes à Satanás, mas semelhantes a Jesus e ao próprio Deus.

(Sr. Adventista)