Olá, irmão em Cristo, Odair Vieira,
Para entender esta forma de expressão usada em apocalipse 20:10 e que está presente em várias outras partes da Bíblia, devemos levar em consideração a maneira com que os israelitas se expressavam em sua cultura oriental. Assim fazendo, não será difícil entender por que o autor usou a expressão "todo o sempre", neste verso, mesmo sabendo de que o castigo dos ímpios não haverá de durar eternamente.
Uma expressão comum de nossos dias mata a xarada:
"E viveram felizes para sempre".
Nenhum imortalista haverá de concordar de que esta expressão indique de que algum ser humano tenha vivido ou venha a viver para sempre neste mundo. O fato de entenderem o significado desta expressão demonstra que os tais são também capazes de Entender Apocalipse 20:10.
Deste modo não é correto se escorar nesta expressão a fim de tentar comprovar a chamada "imortalidade da alma", que é de origem grega e se tornou uma doutrina tradicionalmente ensinada pela igreja, assim como fora também a doutrina do purgatório, que inclusive baseia-se nesta doutrina da imortalidade da alma.
Eldon Ladd nos diz o seguinte a respeito deste assunto:
“Como um lago de fogo literal pode acarretar tortura eterna a seres não físicos é impossível imaginar. É óbvio que se trata de linguagem pitoresca descrevendo um fato real no mundo espiritual: a destruição final e perpétua das forças do mal que têm prejudicado o homem desde o jardim do Éden”
Harold Guillebaud:
A cláusula ‘não têm descanso algum, nem de dia nem de noite’ (Ap 14:11) certamente diz que não haverá interrupção ou intervalo no sofrimento dos seguidores da besta, enquanto este continue; mas por si mesma não diz que continuará para sempre”
Assim como ocorre nos dias atuais, Eldon Ladd reconheceu naquela expressão, uma linguagem a que ele chama de pitoresca.
A expressão chave no verso 10 de Apocalipse 20 está na expressão "e de dia e de noite serão atormentados". A expressão seguinte "para todo o sempre" vem apenas para reforçar o que havia sido dito, indicando que. indica que não haverá mudança nesta situação.
Deste modo, o "para todo o sempre" se refere à duração daquela condição e não à duração do indivíduo jogado ali no lago de fogo e enxofre.
Um exemplo:
Vamos comparar aquela mesma situação, com um outro relato Bíblico:
Acerca do castigo dos ímpios naquele lago de fogo e Enxofre, segundo Apocalipse 14:11:
"E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre"
"não têm repouso nem de dia nem de noite"
Acerca dos ribeiros de Edom e que supostamente deveriam queimar por toda a eternidade, se assim interpretarmos este mesmo tipo de expressão em Isaías 34:10.
"Nem de noite nem de dia se apagará"
"para sempre a sua fumaça subirá"
"de geração em geração será assolada"
"pelos séculos dos séculos ninguém passará por ela."
Veja o que é dito no verso anterior, sobre este mesmo acontecimento :
"E os seus ribeiros se tornarão em pez, e o seu pó em enxofre, e a sua terra em pez ardente."
A referência é acerca daquilo que provê o castigo! Por isto é dito de que o fogo que os consome é eterno, ou o castigo é eterno. Mas eterno em que sentido?
"E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga,
Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga." (Marcos 9:43,44)
Por isto é dito de que o fogo é eterno porque é um fogo que nunca se apaga!
Mas se apagou! Tanto com Sodoma como com Gomoha, o que, então, isto quer dizer?
Quer dizer, querido irmão, de que o fogo de modo algum pode ser apagado, nem o castigo dos ímpios suspenso, sendo neste sentido de que tanto o castigo quanto o fogo que castiga os ímpios é eterno.
Jesus fez referência a um lugar onde corpos de criminosos, juntamente com lixo, eram queimados continuamente, mas não significava de que os corpos e o lixo jogados ali nunca eram consumidos, pelo contrário, jogavam fogo era para consumir mesmo e, enquanto houvesse corpos ou lixo para serem queimados, continuavam naquela mesma procedência.
Foi nesta compreensão que tanto Isaías, quanto Cristo, quanto João, descreveram os relatos acerca da punição dos ímpios.
Para arrematar esta questão, leiamos Judas 1:7:
"Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno."
Veja, é o mesmo fogo eterno que consumirá os ímpios no lago de fogo e enxofre, sendo o mesmo fogo eterno lançado nos Ribeiros de Edom. E assim como o fogo eterno (que nunca se apaga) consumiu tais cidades, também haverá de consumir os ímpios no lago de fogo e enxofre, assim como ocorria no Gehena.
Deste modo, o castigo, bem como o fogo, são eternos em sua essência, não podem ser apagados, agora, o que é jogado ali, já é outra história. Os versos não dizem que o que será jogado no lago de fogo e enxofre é de natureza eterna, quem pressupõe tal coisa sãos os imortalistas da alma.
O corpo dos ímpios não são eternos! Diz-se que a alma dos ímpios é eterna, mas os cristãos que partilham da doutrina da imortalidade da alma, entendem de que o corpo dos ímpios, além de não terem sido glorificados, são tão físicos e destruíveis quanto o eram antes de passarem pela morte e ressurreição, para o castigo.
Jogar corpos que não são eternos em um fogo de natureza eterna, em um castigo que também é eterno no sentido de não poderem ser interrompidos, é prontamente uma condição onde possamos dizer de que o corpo físico dos ímpios também será eterno?
Tanto a imortalidade da alma, quanto a impossibilidade de destruir o corpo, ainda que com fogo e castigo de natureza eterna é uma afronta à inteligência, mesmo que na limitada condição do ser humano. O tormento é para destruir a alma mesmo, em seu estado consciente, e o fogo é para destruir o corpo mesmo, até virar pó, que são as consequências de tudo aquilo que é destinado a este castigo de natureza eterna (que não pode ser suspenso), como o foram os Ribeiros de Edom e as cidades de Sodoma e Gomorra e como o eram no exemplo usado por Cristo e que se referem sobretudo ao resultado físico dos castigos.
Uma outra coisa muito importante:
"E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne." Isaías 66:24
A Bíblia relata CADÁVERES! E notemos também as expressões "porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará;" que denotam o porque de tais pessoas, antes vivas, terem resultado em cadáveres (corpos mortos). Estas expressos demonstram de que tais pessoas antes vivas se tornaram em cadáveres porque não haviam como, por si mesmos, apagarem o fogo ou se livrarem dos bichos, ou seja, não havia como escaparem do castigo.
Assim, o fogo e o castigo são de natureza eterna a fim de que os ímpios ali jogados, não possam escapar da sentença até que seja cumprida e que é a MORTE, chamada pela Bíblia de A Segunda Morte, que é de consequência eterna, perdição eterna. O dano desta segunda morte é a destruição total da alma.
"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte." Apocalipse 2:11
"E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo." Mateus 10:28
Note a palavra PERECER!
Sendo assim, querido irmão Odair Vieira, que se interpreta adequadamente as escrituras, com o mínimo que temos hoje em mãos e que são nossas ferramentes exegéticas, o bom senso, a grande quantidade de versos Bíblicos que nos detalham acerca dos vários assuntos e claro, nossa limitada capacidade de compreensão.
Deste modo, o castigo no lago de fogo e enxofre dura até a sua consequência, que é a destruição e morte de cada indivíduo, segundo a gradação do castigo imposto a cada um, segundo Cristo nos ensina em (Lucas 12:47-8).
Deste modo, apelo para que o irmão abandone esta doutrina, que nos afasta do melhor conhecer do juízo de Deus e a forma como Ele realiza Sua justiça e que é realmente justa, concedendo a cada um segundo as suas obras. Para o justo a vida eterna e para o ímpio a morte eterna, com a devida gradação de castigo para os ímpios para que haja justiça, também, entre os próprios ímpios.
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