terça-feira, 13 de setembro de 2016

Luciano Sena e a parábola do Rico e Lázaro

Fico pensando um adventista diante de Jesus, e o Mestre ensinando o que ensinou... os seguidores de Ellen White e CIA - lembrar dos filhos bastardos as Testemunhas de Jeová; se sentiriam no direito de questionar Jesus ...
Que pena, como rejeitam as palavras claras do Senhor."

Pois é, irmão Luciano, Jesus pregando a morte como um sono e encaixando a crença popular do Rico e Lázaro em uma parábola, que em sua essência nos diz que é algo que não deve ser levado a sério, senão a moral da história. E a ressurreição, que não tem nada a ver com almas se desprendendo do corpo.

Realmente riríamos muito, junto com Jesus, irmão Luciano, diante dos exageros contido em tal história, como o esticar de um braço através de um abismo tocando a ponta da língua de uma outra pessoa e diminuindo seu tormento com uma gota de água pingada na língua.

Realmente "é literal" irmão Luciano, e agora sabemos que as almas tanto no céu como no inferno tem corpos físicos capaz de sentir sede e se refrescar com uma pequena gota de água. E estando no paraíso, podemos até bater um papinho com quem está no inferno, dar conselhos, contar histórias e se o braço é capaz de chegar até lá, quem sabe possamos até jogar uma partida de xadrez, com um parente querido que porventura venha a parar lá.

O que mais me deixa abismado, porém, é que irmãos deixam de dar ouvidos aos claros ensinos doutrinários dos antigos profetas acerca do estado da morte como um sono, inconsciente, nas grande quantidade de textos e exemplos utilizados por tais profetas, para se firmar em UMA única parábola e que é, de fato, parábola e não há como discutir isto.

A Bíblia não se contradiz e o próprio fato de a história contradizer os ensinamentos dos Profetas comprova de que a descrição do relato não deve ser levado a sério como doutrina.

É a esta história que o irmão se refere como "as palavras claras do Senhor"?

As palavras claras de Cristo é aquela em que Ele não utiliza de uma história cômica, mas a que é relatada em assuntos sérios, como a morte de seu parente Lázaro, ali sim temos o ensinamento acerca da morte, a qual Cristo compara a um sono.

E nada de a alma subir para o céu, Cristo quando morreu permaneceu no sono durante todo aquele sábado, vindo a ressuscitar no domingo, quando então declarou:

"Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus." João 20:17

Alguns irmãos criam histórias sem cabimento de que Cristo desceu ao inferno, pregou a alguns condenados por lá, pegou a chave do inferno e subiu triunfante levando alguns destes.

E quando lemos a Bíblia percebemos que não é nada disto que os versos estão dizendo.

Ainda dizem que almas se amontoam [entre cotoveladas] debaixo do altar de Deus. Ou que Abel ainda estaria meio vivo, clamando por vingança, estando debaixo da terra.

E o irmão sabe que isto não é verdade, porque mesmo tendo estado em um grupo religioso que tem seus equívocos doutrinário, teve a oportunidade de entender de que estes versos não estavam dizendo nada disto.

Entrar em uma religião que pregue mais corretamente certos assuntos essenciais da Bíblia, não significa entrar de cabeça e aceitar tudo que ali se ensina. Isto é cegueira espiritual meu irmão, é tapar os olhos para verdades bíblicas e aceitar tudo que se-lhe apresenta.

E o irmão sabe muito bem que para, então, chegar a esta compreensão do irmão, teve que mergulhar fundo nos ensinamentos tradicionais da patrísticas, ensinos extra-bíblicos. E o irmão sabe que estes escritos contêm altas doses de ensinamentos platônicos e de sócrates. Também sabe que os mesmos que apoiavam tal doutrina da imortalidade da alma apoiavam muitas outras doutrinas erradas, demonstrando ter um entendimento bastante deturpado, diante dos verdadeiros ensinamentos Bíblicos.

Não posso julgar o coração do irmão, mas sei que ambos conhecemos muito bem a condição destes ensinamentos patrísticos, sabemos que não podemos usar seus ensinos como firmamentos extras para as doutrinas que nos são apresentadas em nossas igrejas.

Após citar textos como a parábola do rico e lázaro, as almas debaixo do altar, a pregação aos espíritos de prisão, como se fossem ganchos onde se pudessem pendurar a doutrina da imortalidade da alma, que é ampla e complexa, a Bíblia é fechada, então abre-se os ensinamentos de Agostinho, textos da patrística, mesmo sabendo que muitos daqueles ensinos foram extraídos de ensinos gregos, platônicos, muito presentes naquela época.

https://mcapologetico.blogspot.com.br/2013/07/debate-com-adventista-no-vejam-so-por.html

https://www.youtube.com/watch?v=hYcIyDDJyXk

Porém, não culpo os que assim o fazem, na boa intenção, de ensinarem algo que realmente acreditam, até porque muitos imortalistas como este irmão presbiteriano são bastante sinceros e sobretudo educados.

Mas o fato de não poderem recorrer às antigas escrituras a fim de embasarem melhor esta crença, nos mostra de que a sinceridade  vem acompanhada de um pouco de negligência.

Quem estuda a fundo o antigo testamento e entende a ideia hebraica acerca do estado dos mortos e usa isto como alicerce doutrinário para entender o novo testamento, jamais irão interpretar um diminuto número de textos como se referindo a um estado dos mortos com consciência.

As almas debaixo do altar se mostra como uma figura de linguagem, tanto quanto o sangue de Abel que clamava desde a terra. Percebemos, também, que espírito é usado para definir pessoas vivas, a espiritualidade ou a parte íntima do ser humano.

Versos bíblicos não podem ser utilizados como ganchos a fim de pendurar doutrinas extra-bíblicas contido na patrística. Ainda mais quando contradiz aquilo que é ensinado, também, nas Antigas Escrituras.

O menosprezo aos ensinos do Antigo Testamento e a valorização dos ensinos dos patrísticos, como fonte autorizada de verdades é o que garante aos nossos irmãos, hoje, permanecerem no mesmo estado de engano daqueles nossos irmãos, que viam diante de si até mesmo a possibilidade da existência de um purgatório.

Deste modo não é Jesus quem está sendo questionado, mas sim, os ensinos patrísticos acerca de um estado intermediário. Aliás o irmão tem algum verso na Bíblia, para apresentar e que defenda o estado intermediário?

Não "né"? Mas o irmão crê piamente, mas baseado em que?

Se não está na Bíblia, querido irmão, é na patrística que encontramos os fundamentos para este ensino. É nos ensinos tradicionais que encontramos toda as explicações acerca do estado dos mortos na doutrina da imortalidade da alma.

Assim não é a Bíblia, que apresenta o estado da morte como sendo inconsciente, nem Jesus que comparou a morte a um sono a quem questionamos, mas sim os ensinos tradicionais provindos da patrística e a interpretação feita em cima de certos versos, usados como ganchos para pendurar uma dezena de outros ensinamentos que não estão na Bíblia Sagrada.

Um exemplo destes ensinamentos é o de que haveria oportunidade de salvação durante a morte. E não há como entender diferente se interpretarmos um dos textos bíblicos como se referindo a uma pregação de Jesus aos mortos, a fim de levá-los à salvação.

Hoje o protestantismo têm feito um processo reverso e, aos poucos, contestado certas interpretações, enquanto abandonam certas crenças contidas na imortalidade da alma.

A prática de indulgências foi uma das primeiras a cair, bem como a oração e intercessão pelos mortos, a possibilidade de salvação aos mortos também. Também o purgatório já quase não é mais crido nem ensinado. O estado intermediário está ali no "cai-e-não-cai", pois muitos já perceberam que este é mais um ensinamento que definitivamente não consta nas Escrituras.

Mas perdura ainda a consciência durante a morte e que aos poucos começou a ser questionada e que hoje, já vemos grande número de teólogos, estudiosos e comentaristas bíblicos abandonando tal doutrina.

E conquanto a cristandade continue estudando a Bíblia e se aprofundando, inevitavelmente hão de chegar à conclusão de que a Bíblia realmente não apoia a doutrina da imortalidade da alma.

Deste modo, pelo contrário, o fato de Cristo contar a história do rico e lázaro, em uma parábola, rebaixa a seriedade com que a história deve ser levada em conta, porque o relato não dever ser tomado como exemplo, mas sim, a moral da história.

Deste modo, o fato de Cristo usar uma história como a de Rapunzel, jamais tornaria o relato real. Ao passo que o fato de uma história não ser real, não impede que possa ser usada como parábola por Jesus, ou um meio didático de Deus ensinar ao Seu povo, como tantas vezes fez no antigo testamento.

Deus poderia sim, assim como fez um burro falar, pegar dois mortos, colocar um em um lugar de tormento e outro em um seio de abraão, permitir os dois conversarem e idealizarem coisas absurdas e tudo mais, mas isto não faz parte do caráter de Deus. Deus não faz EXPERIÊNCIAS com suas criaturas.

Dar castigo sim, isto Deus faz, dar ensinamentos também, mas em vida e não durante a morte, e ficar conversando, cogitando estratégias para levar mensagem aos vivos, ou para diminuir seu próprio tormento é algo que não dá para engolir como um relato literal, que tenha ocorrido.

Deste modo, abandone esta crença na parábola do Rico e Lázaro como sendo literal e se apegue ao ensinamento da ressurreição, assim como fizeram uma grande e maior parte dos teólogos.

Percebo que, ainda hoje, muitos defendem a literalidade desta parábola porque sem ela não haveria nenhum exemplo de como seria o dia-a-dia dos mortos supostamente conscientes. E nem dá para usar tal parábola para ensinar como é este dia a dia, porque os mortos ali além de terem um corpo mais material do que deveriam, na teoria, o que dialogam ali são coisas simplesmente absurdas:

Um abismo separando céu e inferno? Um morto refrescando a língua do outro com a ponta do dedo? Mortos cogitando a possibilidade de levar mensagem aos vivos?

Então, realmente, a parábola do Rico e Lázaro não é uma história literal e o que está relatado ali não deve ser usado como doutrina acerca de céu e inferno e devemos permanecer com os ensinos do profetas, de que os mortos não podem se comunicar com os vivos, não possuem a capacidade de se comunicarem entre si, nem fazer planos, ou de ter ideia do que ocorra no mundo dos vivos e que a única possibilidade de se poder voltar à consciência, segundo ensinamento do próprio Jesus, é por meio da ressurreição.

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