quinta-feira, 27 de julho de 2017

Resposta - Augustus Nicodemus, Ezequiel Gomes e a Cristologia Adventista

Em resposta ao artigo de Luciano Sena, do blog MCA, contido em:

https://mcapologetico.blogspot.com.br/2017/07/augustus-nicodemus-ezequiel-gomes-e.html

"Assim, o Rev Nicodemus teria que fazer doutorado em Torre de Babel, para entender toda essa salada presente na cristologia adventista da Nossa Senhora Adventista de Todos os Sonhos."

Ou tão somente ler qualquer dos livros doutrinários da igreja disponível na CPB. Ou pegar o telefone e perguntar para algum pastor, ou entrar no site da Novo Tempo, no site do Ellen White State, ou tão somente digitar o assunto no youtube ou mesmo no google e escolher algum dos vários vídeos/artigos falando acerca do assunto.

Porém, Augustus Nicodemus conseguiu acidentalmente se esgueirar de todas estas informações existentes, conseguiu ter acesso, porém, à fontes de obras antigas como o irmão Luciano Supõe?

Luciano Sena chama de torre de babel, o fato de no movimento adventista pós-milerita e antes de terem a idéia de se organizar em uma nova igreja, provirem das mais diversas denominações mantendo ali suas crenças naturais, inclusive no que se refere à trindade.

De modo que estes não saíram de uma Igreja Adventista do Sétimo Dia existente na época de Miller, mas, pelo contrário, provieram da babilônia de confusão religiosa que eram as diversidades de crenças existentes na época onde cada uma das igrejas considerava a outra ortodoxa!

Assim, Luciano Sena pretende falsamente justificar que a diversidade de crenças/discrepâncias seria fruto de doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo Dia, quando na verdade continuavam sendo fruto dos ensinos que cada participante do movimento havia aprendido em suas respectivas religiões, desde antes do movimento millerita e também logo após o desapontamento.

Obviamente as denominações da época mantinham todas as influências em questões de doutrinas, os acertos e as heresias.

E veja, irmão Luciano Sena, que tanto anti-trinitarianos adentraram o movimento adventista como a maior parte dele se manteve em suas respectivas denominações cristãs, descrendo na trindade tanto quanto aqueles da mesma religião que se engajaram no movimento adventista.

Ellen White, por exemplo era Metodista e foi ensinada em sua igreja familiar, a Metodista. Seus conceitos sobre doutrinas bíblcias, incluindo a trindade foram formados nesta religião.

A igreja Metodista da época era herética, irmão Luciano? Sim, porque se a noção de Ellen White sobre a trindade era herética, isto cai na conta da religião que a ensinou bem como sua família acerca das doutrinas Bíblicas.

O Batista Miller por exemplo, irmão Luciano, não foi devidamente informado em sua igreja Batista acerca de que "o dia e a hora" da vinda de Jesus ninguém sabe?

O irmão escreve como se a confusão de crenças existente no movimento millerita e no movimento adventista pós-desapontamento fossem de uma igreja que passou a existir com seu corpo de doutrina oficiais somente duas décadas depois! Ao invés de atribuir as tais confusões de crenças às religiões de onde provieram cada membro do movimento millerita, onde foram ensinados, doutrinados.

Assim, se haviam anti-trinitarianos no movimento, era fruto do que cada igreja "ortodoxa" ensinou para cada um destes cristãos, antes de se unirem ao movimento.

O movimento millerita tratou apenas da interpretação de profecias, não de doutrinas, de modo que as doutrinas de cada pessoa contida no movimento foram herdadas das respectivas denominações às quais muitos ainda pertenciam.

Nisto, durante o movimento adventista pós desapontamento não se fez uma filtragem para escolher este ou aquele, filtrando os "hereges", a fim de formar uma igreja contendo somente aqueles que aceitavam as puras doutrinas reais bíblicas.

Veja que todo aquele pessoal era tão vítima das discrepância de ensinos nas igrejas quanto são os cristãos das várias igrejas atualmente.

O conceito adotado pelo movimento adventista foi o de reformar a crença geral dos participantes do movimento por meio do "sola scriptura" e da "razão", ferramentas utilizadas por Lutero durante a reforma.

Então não vejo sentido em Luciano Sena demonizar aqueles cristãos, fazendo análise sobre arianismo, porque tal demonização cai na conta de cada igreja aceita como "ortodoxa" na época às quais aqueles cristãos pertenciam.

A estratégia de Luciano é colocar aos leitores como se as doutrinas cridas pelos milleritas fossem responsabilidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia (que surgiu somente duas décadas depois) ao invés de responsabilizar cada denominação da época dizendo: "A religião batista é sectária e herética, porque como vemos, Miller, batista, criou uma falsa profecia"

Ou ainda: Segundo o que percebemos, a igreja Metodista não cria na trindade, haja vista que Ellen White que aprendeu nesta igreja não se manifestou abertamente acerca deste assunto durante o movimento millerita e pós millerita ou ainda décadas depois já como membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Não culpa a religião de Bates, sobre as suas crenças, não culpa a "Conexão Cristã" pelas crenças de Thiago White. Ao invés disto, Luciano Sena, joga toda a dicrepância de ensinamentos na conta de uma igreja que surgiu muito tempo depois e que criou seu próprio conjunto de crenças que são aquelas que vemos desenvolvidas e sendo ensinadas nas igrejas, no rádio, na TV, bem como em nossos livros doutrinários.

E, ÓBVIO, somente alguém totalmente sem noção não perceberia que até se chegar a uma unidade de crenças e completo desenvolvimento e entendimento de doutrinas, isto requer tempo, anos, tendo a nova igreja que passar por todo processo teológico de aprofundamento, mudança de conceitos, aceitação/rejeição de novos conceitos como passou todas as igrejas cristãs desde a reforma.

Assim, Luciano Sena demoniza a igreja adventista por passar pelo mesmo processo que toda igreja já passou e sem exceção, onde muita distância foi percorrida até que doutrinas heréticas como o batismo infantil fossem abandonadas pelas igrejas protestantes.

Todas estas crenças ditas como heréticas por Luciano Sena, já passaram e continuavam passando pelas várias denominações que existiam na época do desapontamento. Influência de ensinos errados, tanto de Martinho, como de Calvino, como da patrística, gnosticismo e todas as demais sempre afetaram a igreja.

Agora Luciano Sena redige seus argumentos como se a existência destes falsos ensinos houvessem surgido por ocasião do movimento adventista.

Não, irmão Luciano Sena, é justamente o contrário, todos os ditos "falsos ensinos" provieram das mais variadas religiões da época e os do movimento adventista e posteriormente os da igreja adventista tiveram muito trabalho em reformar o conjunto de doutrinas cridas por aquele grupo de milleritas membros das várias religiões existente na época.

Sendo assim mesmo que ocorre quando há necessidade de uma reforma em meio de uma babilônia de ensinos. Estes falsos ensinos eram produtos das religiões da época sendo ensinada dentro das igrejas à qual pertenciam cada pessoa que decidiu abraçar a mensagem de Miller.

Repito que Miller não fundou igreja, nem estabeleceu doutrinas, de modo que todas as doutrinas cridas pelos componentes do movimento milleritas eram provindas dos ensinos que cada um recebeu em suas próprias igrejas.

A honestidade intelectual exige que se avalie uma religião pelo conjunto de crenças que ela apresenta no hoje! Não se avalia as crenças de uma religião, com base em suas raízes nem para o bem nem para o mal.

Do mesmo modo que uma igreja sectária e herética não pode ser julgada como sendo boa por ter vindo de um meio ortodoxo, uma Igreja genuinamente cristã não pode ser julgada como sendo má por ter raízes em um grupo que apresentava uma confusão de crenças.

Queria o quê, irmão Luciano Sena, que os do movimento adventista todos cressem na trindade e  em todas as doutrinas essenciais do Cristianismo em uma época onde nas várias igrejas destes mesmos cristãos ensinavam um monte de heresias?

O que se percebe é que Luciano Sena tenta responsabilizar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que tem bem definida seu conjunto de doutrinas fundamentais, bem como toda uma teologia desenvolvida acerca de cada doutrina, pelas crenças de um grupo de pessoas que formaram seus conceitos doutrinários segundo cada uma das denominações cristãs existentes na época de Miller.

E a trindade adventista, não é nem de longe da forma que o irmão Luciano Sena, em toda sua ignorância, constrói usando a ocasião de trechos isolados de nossas fontes primárias dispostas aos seus acréscimos e livre interpretação.

Ninguém conhece melhor a doutrina da trindade adventista do que nossos próprios teólogos, que são os que desenvolvem nossas doutrinas e as explicam, sempre ampliando e se aprofundando em seus conceitos sobre esta doutrina.

Há de se ver que o questionamento de Luciano Sena acerca desta doutrina da trindade é no sentido de tentar forçar a Igreja Adventista à uma condição de sectária. Não fosse esta doutrina, escolheria uma outra qualquer para atacar/deturpar.

E a doutrina da trindade ainda hoje é tão mal compreendida nas religiões quanto o era na época do Segundo Grande Reavivamento. As igrejas nem de longe chegaram a um denominador comum acerca dos conceitos sobre esta doutrina tendo, por exemplo, alguns que além da crença na imortalidade da alma, acrescentam esta natureza à Deus, supondo que este tenha em si uma natureza fantasmagórica, vazia e sem forma. Do outro lado temos os que creem que a natureza Divina é de carne e osso e entre estas temos vários conceitos diferentes que tratam acerca da natureza de Deus.

A Igreja Adventista optou por não tratar da natureza de Deus, por compreender que tal natureza não foi dada a conhecer ao homem nem se encontra claramente nas Escrituras.

A principal objeção particular de Luciano Sena, é quanto à natureza tangível da Divindade crida pelos adventistas que via de contra sua crença calvinista em um Deus de natureza fantasmagórica. E que embora não apoie que Deus seja de carne como os irmãos TJ creem e inclusive como o próprio Luciano Sena, ex-testemunha de Jeová, Cria.

Crer em um Deus de carne, pelo que consta nas crenças trinitarianas das várias igrejas extra aquela confissão de fé que Luciano Sena levanta e abana defendendo que seja "A COMPREENSÃO ORTODOXA" se mostra tão herética quanto afirmar que Deus tenha uma natureza etérea, intangível.

Isto se dá por confundirem a natureza espiritual do ser de Deus com a noção que se tem classicamente acerca do mundo espiritual, como um lugar intangível, onde habitam criaturas celestiais igualmente intangíveis.

Esta é uma concepção grega, não ensinada nas Escrituras e de forma alguma esta natureza fantasmagórica pode ser atribuída à Divindade.

Os pioneiros adventista anti-trinitarianos lutaram especialmente contra esta definição, ao passo que boa parte passou a aceitar a doutrina sob o conceito de um Deus não fantasmagórico mas tangível ainda que de natureza incompreensível tal qual é o "Ser espiritual".

Nada de um céu intangível, onde os cristãos, devidamente munido de seus corpos, atravessarão as paredes ou mesmo os anjos ao tentar abraçá-los, ou um Deus que não ocupe lugar no espaço.

A diferença do mundo físico e do espiritual não está baseado no fato de o primeiro ser tangível e o outro ser supostamente intangível. O céu é tão palpável como este nosso mundo, bem como as criaturas que ali assistem a Deus, embora não tenham sido feitos com a mesma matéria com que foi feita este mundo bem como o universo.

A igreja adventista não é adepta deste tipo de superstição, nem aceita qualquer tipo de doutrina que se baseie neste tipo de superstição. Assim cremos na trindade aos moldes Bíblicos, sem a intervenção de crenças e superstições tradicionais como esta de uma natureza fantasmagórica aplicada a Deus como defendida por Luciano Sena.

Grato!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.