quinta-feira, 13 de julho de 2017

A imortalidade da alma é bíblica?

Olá, irmão Marcos, realmente tem algo muito errado porque os hebreus não criam na imortalidade da alma. O antigo testamento apoia que a morte é inconsciente e no Novo Testamento, como bem mencionou o irmão adventista no vídeo, a imortalidade está assentada basicamente sobre uma parábola e um verso figurativo contido no livro de apocalipse. E não podemos tomar detalhes de uma parábola nem falas figurativas como fonte de doutrina. Se a imortalidade da alma estivesse junto ao Novo Testamento, estaria tão explícita quanto as palavras dos servos e profetas do Antigo Testamento que frequentemente se referiam à morte como morte mesmo, um estado de inconsciência. Os israelitas entendiam a morte como um sono, Jesus comparou a morte a um sono, um profeta jamais disse que a alma de alguém se encontrava no paraíso e os que a Bíblia relata que subiram ao céu foram levados vivos, então não havia nada nas escrituras ou nos ensinamentos hebreus que pudessem justificar uma crença bíblica na imortalidade da alma. De modo que não foi de sua regra de fé, a Bíblia, que poderiam formar uma doutrina sobre a imortalidade da alma. Assim, nem Jesus nem os apóstolos criam na imortalidade da alma, mas sim naquilo que disseram os servos e profetas que a morte é um sono inconsciente na sepultura, os mortos dormem. Por tanto, a Bíblia nunca ensinou a imortalidade da alma, nós é que supomos isto ao ler palavras e expressões bíblicas que na cultura GREGA fazem referência à imortalidade da alma. O Novo Testamento foi escrito em grego, mas o significado das expressões e o contexto da fala dos escritores, inclusive Paulo, junto com sua mentalidade é a hebraica, assim como a de Salomão. O conceito hebraico sobre a morte nada tinha a ver com as ideias de Platão. A ordem de Deus foi para o povo se manter afastado de qualquer forma de espiritismo, qualquer coisa que se refira a mortos conscientes trazendo mensagens aos vivos. Judeus criam que estas aparições, fantasmas, eram demônios, ao passo que criam que, pelo poder de demônios segundo agoureiros e feiticeiros poderiam de alguma forma se comunicar com mortos. Assim a façanha de se comunicar com um morto estava sempre relacionada com forças demoníacas, não de Deus. Então é estranho crer na imortalidade da alma pelas escrituras, porque o Antigo Testamento não fala sobre um estado intermediário. De modo que não haveria base para supor uma Imortalidade da Alma no Novo Testamento, baseando-se no antigo testamento. Portanto, para se interpretar certos trechos do Novo Testamento como se referindo a um estado de consciência dos mortos, você precisa deixar todos os escritos anteriores de lado e buscar em outra fonte. Porque, irmão, o novo testamento, mesmo nos trechos onde se supõe a imortalidade da alma, não ensinam sobre um estado intermediário, o estado etéreo das almas, sua aparência parecida com o corpo que tinha. Que possam falar e se comunicar, porque toda esta ideia é justamente contrária às ideias que os israelitas assimilavam por meio das Antigas Escrituras, que falam da morte como o fim de todas estas coisas. Então, não a Bíblia, mas a crença na imortalidade da alma que faz parte da cultura mundial, presente em várias religiões que não a Bíblica é que nos formam a imagem e os detalhes de como seria, por exemplo, o sheol/hades. Para o hebreu Sheol e Hades eram a sepultura, mas quando lemos isto com olhos gregos, vem em nossa mente um lugar debaixo da terra, com pessoas queimando e o diabo com chifre, rabo e um tridente espetando os condenados. Isto está presente fortemente na mitologia grega e acabou se misturando com a crença cristã durante o processo de paganização da igreja e que nos levou aos problemas doutrinários da idade média. Assim, este inferno e este suposto estado intermediário, está em nossa mente, não nas escrituras, porque, como vemos, a mentalidade hebraica se fixava no conceito de que os mortos estariam dormindo inconscientes. Para Cristo, assim como os profetas, o castigo dos ímpios é algo destinado para o futuro, no lago de fogo e enxofre que se abrirá depois da vinda de Cristo, não antes. Assim, tudo que construímos sobre a imortalidade da alma está na nossa mente, não na Bíblia, achamos que certos trechos estão falando de mortos conscientes, mas na mentalidade hebraica não passavam de alegorias, formas de expressão. "O sangue de Abel clama a mim desde a terra" Esta poderia ser a primeira expressão bíblica a apoiar a imortalidade da alma, mas quando vemos na Bíblia a forma como os hebreus pensavam, percebemos que era apenas uma forma de expressão, um exagero, uma alegoria para reforçar a ideia de que a maldade de Caim não pôde ser escondida e que não poderia ser esquecida, requirindo justiça. É com estes olhos hebraicos que devemos ler as passagens que na nossa concepção parecem supor uma imortalidade da alma. Se formos, ao invés disto, ler a Bíblia com olhos gregos, vamos sempre achar que vários versos estão falando da imortalidade da alma, algo que contradiz não apenas aquilo que é dito no Antigo Testamento mas também muitas ideias contidas no Novo Testamento. Como a de Paulo que diz que a recompensa será dada somente na vinda de Cristo, de que os que esperam em Cristo dormem. De que Paulo desejava deixar o corpo mortal para receber um corpo imortal. Que esperava ser revestido da imortalidade neste corpo sem associar sua morte a uma vivência intermediária por meio de "sua alma imortal". A ressurreição não teria sentido caso a imortalidade da alma fosse real, porque o que aconteceria seria uma REENCARNAÇÃO da alma no corpo e não um voltar à vida à partir de um sono inconsciente na sepultura. Cristo vai salvar corpo, alma e espírito integralmente, a Bíblia não ensina que ele salva primeiro a alma, para depois devolver o corpo e o espírito. E outra coisa, irmão, a alma não pode existir se não estiver ligada ao espírito! No conceito dualista platônico que divide o ser humano em corpo e alma, teria sentido, mas no sentido imortalista "cristão", corpo alma e espírito seriam três coisas distintas. O homem passou a ser alma vivente por ocasião do sopro do fôlego de vida no corpo de barro modelado por Deus. Como uma alma pode continuar existindo sendo que o princípio que dá vida provêm do fôlego de vida que Deus nos dá? Veja que é o espírito, fôlego de vida, que mostra que nossa vida foi emprestada de Deus. O pó ele retirou da terra, mas vida só pode vir diretamente de Deus. Se a alma existisse e fosse consciente e imortal, o homem não precisaria do fôlego de vida, a própria alma já conteria vida inerente e já nos daria capacidade de raciocínio e locomoção, não precisando de uma mente e um corpo físico. Assim, corpo e espírito serviriam apenas para reproduzir materialmente aquilo que a alma por si só já faria de forma etérea. O conceito de morte então deixa de ser o fim da vida para significar tão somente a perda de um estado material. O corpo é a prisão da alma, cria Platão! Vê como a nossa compreensão é baseada na compreensão platônica e não na hebraica? A igreja realmente desenvolveu seus próprios conceitos sobre a imortalidade trazendo uma suposta natureza tricotomista, dividindo o ser humano não em dois mas em três (corpo, alma e espírito), mas foi a igreja ao longo dos anos, especialmente durante a união com o paganismo e já antes por meio do processo de helenização pelo qual até o próprio judaísmo passou, quem desenvolveu estes conceitos, não a Bíblia, quer no Antigo ou Novo Testamento. Assim, esta ideia não foi desenvolvida com base nas Escrituras. São conceitos de autoridade humana que foi se desenvolvendo de modo que nos trouxe até mesmo a ideia da existência de um purgatório. Hoje sabemos que por meio das Escrituras é IMPOSSÍVEL supor um purgatório, mas esta crença foi trazida por meio do mesmo vagão onde foi desenvolvida a imortalidade da alma "cristã", o que mostra que sim, a imortalidade da alma, bem como seu purgatório, foram desenvolvidos não por conta de um maior entendimento das Escrituras. Um abraço.

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