sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O judaísmo cristianizado

Olá, irmão Stewieland, esta diferença de compreensão é derivada da invalidação das Antiga Escrituras.

Quem assim procede corre um grande risco, pois, estando errados, serão os ensinamentos do próprio Deus que estariam revogando. Estando errados, Deus poderia cobrar caro por esta atitude.

E percebo, irmão, da parte de Jesus, várias ordens diretas para guardar os mandamentos de Deus, se referindo a todos os mandamentos inclusive o decálogo.

A igreja é uma continuação do povo de Israel, o Israel de Deus, como Paulo se refere em Gálatas 6:16. Sendo cristãos, Paulo e demais apóstolos, juntamente com os demais, continuaram vivendo conforme o que aprenderam do Antigo Testamento, a Bíblia de suas épocas, lida todos os sábados nas sinagogas. Deixaram o que estava de errado na tradição, mas não deixaram de lado os mandamentos de Deus.

O suposto rompimento com a nação judaica, não proveio das Escrituras, mas de eventos históricos da igreja cristã, depois da separação, no ano 70, entre cristãos e judeus, por conta da invasão de Jerusalém e as perseguições que então ocorreram tanto a judeus quanto a cristãos.

Justamente por guardarem a lei como os judeus, especialmente o sábado, que os cristãos eram identificados e levados diante de plateias romanas para a execução.

Foi na união da igreja com o estado de Roma, que houve a definitiva separação das raízes judaica e a integração à tradição romana, onde houve o abandono definitivo do sábado.

A Igreja Universal (católica) Apostólica então passou a ser chamada Igreja Católica Apostólica Romana.

Até este ponto, a igreja costumava se reunir no sábado secretamente, temendo serem apanhados pelo império de Roma, ao passo que já a algum tempo evidenciavam uma reunião no domingo, a fim de realizarem um culto rápido antes de partir o pão, antes do início dos seus trabalhos diários.

E mesmo após a destruição de Jerusalém e separação física com o povo Judeu, a igreja continuou sendo perseguida, por conta de seus costumes e que evidenciavam a fé que tinham.

Perceba, irmão, que se o cristianismo houvesse abandonado as suas raízes, na tradição da guarda da Lei de Deus, vivendo como gentios, não haveria como identifica-los, nem porque persegui-los.

Após a invasão de Jerusalém, os cristãos eram perseguidos por parte de Roma, por sua associação com os judeus que se rebelaram contra o imperador.

Enquanto encontravam abrigo e proteção, os cristãos se refugiavam em jerusalém e em outras localidades. Mantinham constante contato com os judeus e congregavam juntos. Haviam reuniões puramente de Cristãos, mas também se reuniam aos sábados nas sinagogas de cada cidade, onde acompanhavam a leitura da Lei e dos Profetas.

O inimigo dos cristãos não eram os judeus, membros da sociedade com os quais cresceram e conviveram até o evento da invasão de jerusalém. Mas eram os líderes que procuravam a todo custo impedir a disseminação da mensagem de Jesus.

Assim, não buscavam uma libertação da lei, mas sim liberdade para levar o evangelho aos seus irmãos. De bom grado criam em tudo que estava escrito na lei e nos profetas, conforme Paulo declarou em sua defesa.

Guardavam o sábado e se reuniam para partir o pão todos os dias e iam adorar no templo. Assim a igreja se reunia ao passo que mantinha a convivência com a sociedade.

Adorar no templo era um privilégio que somente os cristãos-judeus tinham. Os gentios convertidos, porém, ao cristianismo, ainda viviam às margens da sociedade judaica, podendo ir honrar a Deus no templo, mas não podendo passar para dentro do muro interno.

Minha tese, irmão, é de que os problemas enfrentados por Paulo em relação aos gentios, conforme tratado em suas cartas, são derivado desta situação.

A questão das comidas, bebidas, dias de festas, luas novas e sábados, representavam coisas que os gentios não tinham acesso. Os sábados referidos logicamente se refere também ao sábado semanal, mas especialmente, segundo Alberto Timm, aos sábado solenes, como o do dia da expiação e que gentio de forma algum poderia participar!

A não ser, irmão! Que se tornassem judeus, praticando a circuncisão e fazendo parte de Israel, como sempre fez-se com os estrangeiros que desejavam fazer parte do povo de Deus.

Poderiam então os gentios se tornarem também judeus, para participar das coisas como os judeus-cristãos participavam?

Percebo que esta questão foi muito mais além, de modo que Pedro propôs de que não apenas poderiam, mas que deveriam circuncidar-se a fim de terem privilégio de guardar toda a lei. Vemos que Paulo protestou sobre isto, conforme lemos no primeiro concílio de Atos.

O que percebo, irmão, é que os cristãos-gentios ficaram isentos de se circuncidarem a fim de envolverem-se nas práticas dos seus irmãos judeus-cristãos. Posteriormente judeus, não muito bem intencionados, teriam convidado estes estes cristãos-gentios para se tornarem como os judeus.

Por que não?! Já que, então se tornariam como eram os cristãos-gentios?

O problema, irmão é que os judeus é quem deveriam ter todos adentrado à igreja! A igreja, já era em si o judaísmo cristianizado. Assim, os judeus estavam atrasados e ao os gentios se disporem a fazer parte do judaísmo seria como retornar às antigas coisas.

E a questão do templo além da adoração que era permitida também aos gentios, fora do pátio principal, constavam apenas os rituais que já haviam sido cumpridos.

Assim, irmão, creio ser nesta perspectiva que Paulo escreve ao gentios a fim de esclarecer-lhes melhor acerca da situação, segundo os problemas que começaram a surgir em vista destes fatos.

De tudo, a conclusão é que os gentios continuaram vivendo da forma como sempre viveram, em relação aos judeus, acompanhando a lei de Moisés que era lida todos os sábados nas sinagogas, ou visitando o templo, não indo porém além do muro externo que separava-os da parte interna do templo

Aquela divisão que Jesus anulou com seus sacrifício (Efésios 2:15), logo se tornaria realidade também de forma palpável, quando o templo então não mais existiria (Marcos13:2).

E assim se passariam as antigas coisas e a atenção se voltaria a um verdadeiro santuário e um verdadeiro sacerdócio, que Paulo nos explica especialmente em sua carta aos Romanos.

Assim, Paulo tira nossa atenção daquelas sombras e leva nossa atenção ao cumprimento de todas aquelas coisas no sacerdócio de Cristo. Creio ser por isto que Paulo disse para não julgarmos por comida, nem bebida, nem dias de festas, nem luas novas nem sábados, porque devemos avaliar as coisas, algora, de uma perspectiva celestial. E os sábados referidos, fazem sentido de incluir também o semanal porque mesmo compartilhando da leitura da Lei de Moisés todos os sábados nas sinagogas, não compartilhavam de tudo que envolvia o sábado, como faziam os judeus.

E nem seria necessário, porque, como vemos, muita da etiqueta da aguarda do sábado, dentre os judeus, era derivada da tradição e tornavam o sábado apenas pesado para os próprios judeus.

Assim, tendo a antiga aliança se cumprido na nova, não havia necessidade de os gentios aderirem à tradição dos judeus. Poderiam manter-se em suas tradições, desde que se abstessem emergencialmente daquelas coisas definidas no primeiro concílio em Atos (enquanto mantinham o aprendizado da lei de Moisés em cada sábado nas sinagogas).

Assim, os gentios-cristãos poderiam formatar a sua própria cultura segundo os ensinamentos da Palavra de Deus. Guardarem os mandamentos de Deus, conforme tanto insistido por Jesus, o sábado da forma correta, fazendo também o bem ao próximo neste dia. E guardar a lei no sentido de Cristo de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

O objetivo de Cristo era escrever a lei no coração e na mente também dos cristãos-gentios.

E assim, irmão, encontramos aquela Lei santa, justa e boa, a qual Paulo tinha prazer em guardar. (Romanos 7:22, Romanos 7:12)

Estes são os mandamentos de Cristo, os mandamentos de Deus ampliados pela compreensão e ensinamentos de Jesus. Os novos mandamentos de Cristo (kainós), são sempre algum mandamento antigo, agora de uma forma mais profunda. Neste sentido Cristo, com seus ensinamentos, contrariou muitos ensinamentos provindos da tradição dos anciãos, como:

-Comer sem lavar as mãos: Onde ensinou que o que contamina não é comer com as mãos por lavar, mas aquilo de mal que sai do coração e pela boca e que contamina a alma.
- Separar-se de sua mulher por motivo banal;
- Jurar em nome de Deus;
- A justiça por meio do olho-por-olho e dente-por-dente, que seria devolver a ofensa ao seu adversário: onde ensinou que pelo contrário, devemos amar também nossos inimigos.
- Fazer qualquer tipo de esforço no dia de sábado; onde Cristo ensinou que era lícito fazer o bem e atender às necessidades do irmão no dia de sábado.

Nisto, cristo sempre se justificada perguntando: Não tendes lido? Enquanto se referia às antigas escrituras que Ele, bem como demais judeus, sempre estudavam nas sinagogas.

Percebemos então que Cristo, não apenas corrigiu o sentido equivocado com que os judeus interpretavam a lei, segundo a sua tradição, mas ampliou o significado da lei.

Assim, em relação à lei, Cristo foi o mestre-dos-mestres e os judeus teriam aprendido ainda muito se O tivessem ouvido.

E assim, irmão devemos esquadrinhar a lei, segundo o entendimento maior que alcançamos por meio de Cristo. De modo que alerto que este movimento contra a lei de Deus, vem apenas para impedir de alcançarmos um entendimento mais excelente da lei e nisto, irmão, percebo claramente, atuação de satanás, a fim de cegar nossos olhos para o entendimento, assim como uma vez cegou os olhos dos que não creram em Cristo, quando lhes ensinavam sobre a lei de Deus em um sentido ainda mais profundo.

Os ensinamentos de Cristo, estão na lei de Deus, irmão, Cristo é uma pessoa deste Deus, que entregou a lei ao Seu povo. O desejo de Cristo, pelo exemplo, é que busquemos os significado da lei de uma forma mais profunda, compreendendo que o resumo da lei é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

E amara a Deus com de todo o coração, de toda a tua alma e de to do o teu EN-TEN-DI-MEN-TO!

E o entendimento da lei, alcançamos quando estudamos como Cristo e Paulo estudaram, todos os sábados nas sinagogas, segundo o sentido de Cristo. Porque Ele esteve junto com o Pai, faz parte da Divindade e ninguém melhor do que Ele conhece toda a lei, inclusive o sábado que Ele mesmo guardou.

Um abraço.

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