quarta-feira, 21 de março de 2012

Resposta aos testemunhos

O evento é clássico, uma pessoa entra na IASD pensando que encontrará as melhores pessoas do mundo, com irmãos amorosos e pastores atenciosos. Esperam que suas vidas a partir daí se tornem calmas e que os conflitos existam apenas do lado de fora da igreja.

Quando porém, vêm as provações, muitos se entregam no primeiro instante, outros porém relutam por algum tempo, por fim poucos são aqueles que permanecem firmes ao final. Os que saem se perguntam dia a dia:

- Por que os irmãos não fizeram mais por mim? Onde estavam quando eu precisei.

Porém têm medo de perguntar a si mesmos:

- Onde eu estava quando os irmãos precisaram de mim, por que não fiz mais por eles?

É da mania egoísta do ser humano sempre esperar receber, porém sem nunca dar. Assim muitos dos que entram na IASD esperam que seus irmãos sejam melhores, mais amorosos, mais preparados, mais atenciosos, porém se negam a enxergar que os que estão lá estão na mesma condição. Assim se perguntam:

- Onde estavam os irmãos quando tive necessidades?

A resposta é simples, estavam em algum lugar se perguntando onde estava tu quando tiveram necessidade.

O problema é que muitos dos que adentram as portas da IASD esperam que os irmãos estejam em uma situação bem diferente dele próprio, imaginam que diferente dele os demais irmãos não têm necessidades, dificuldades, conflitos. De forma egoísta imaginam que os irmãos tem a obrigação de ajudar-lhe em horas de necessidade, porém o orgulho impede que a própria pessoa se humilhe diante dos irmãos implorando por ajuda.

Sim o orgulho, aquele sentimento que sempre nos diz que a vida dos outros é muito mais fácil que a nossa e que os outros têm a obrigação de estar a par de tudo que acontece em nossa vida, que estes têm também a obrigação de nos ajudar.

Porém o orgulhoso nunca deita sua cabeça no travesseiro e tenta imaginar as dificuldades que passa o irmão que se assenta ao lado no banco da igreja nos dias de sábado. Tudo sempre parece fácil para os outros e imaginam que ao contrário de si próprios o irmão é sempre mais abastado.

A verdade porém é que todos os irmãos da IASD passam pelas mesmas dificuldades, mesma carência de amor, mesma carência de compaixão. Mas será que a culpa é do outro que está ao seu lado?

Porque nenhum deles ao sair da IASD diz, DIFERENTE DE MIM, os demais irmãos não são caridosos, não se preocupam de fato com o irmão, não procuram conceder ajuda antes de receber.

Porque os que saem da instituição e injustamente procuram colocar toda a culpa nos irmãos como se ele próprio fosse diferente são como passarinhos recém saídos do ovo, cuja única coisa que aprenderam a fazer é abrir o bico e esperar que a mãe águia lhe derrube comida dentro de sua garganta.

Assim são passarinhos depenados, que não sabem se alimentar e imaginam que os irmãos sejam águias, poderosas e bem resolvidas e não percebem que os irmãos na verdade são tão passarinhos quanto eles próprios.

Por que não encontram alento na IASD? Ora porque os irmãos que estão lá são exatamente como vocês. Precisam aprender a dar amor tanto quanto os que acabam de chegar, afinal de contas são apenas homens e mulheres vítimas do pecado e com as mesmas dificuldades emocionais, financeiras e espirituais.

Francamente sinto nojo ao ver pessoas que saem da IASD julgarem seus irmãos, enfiando-lhes o dedo dentro dos olhos e acusando-os de não terem amor, não serem atenciosos, nem benevolentes. Como se ele próprio estivesse acima de tudo isto.
Pobre homem cego, nu e agora sem igreja, está procurando amor no lugar errado e está fazendo as coisas do modo errado. Procura tu, que conhece a falta de amor e que recebeu de Deus revelação sobre a carência da igreja, fazer algo de útil pelos seus irmãos.

Jogar pimenta nos olhos dos irmãos e rir de suas incapacidades enquanto em si mesmo confessa que é incapaz de dar o primeiro passo e amar, isto é coisa de passarinhos que decidem abandonar o ninho antes de lhe nascerem penas para as asas e procuram por si só alcançarem a Deus, sem ajuda alguma, com sua própria justiça, seu próprio conhecimento, com suas próprias capacidades.

Acontece que percebem o vento passando por suas asas ainda sem penas, imaginam que ao contrário dos que ainda estão no ninho, estão alcançando o céu, um lugar livre onde nada te segura a não ser o vento. Porém não percebem que estão em queda livre rumo ao precipício e o que o espera é tão somente o chão, a terra, o mundo.

Meus amigos, felizes são aqueles que percebem que todo alimento não vem do irmão mas da águia, aquela que nos alimenta a todos. Felizes daqueles que descobrem que é possível repartir o alimento, dando ao irmão a parte que lhe falta. Mais feliz é aquele que descobre antes todas estas coisas e ensinam aos seus irmãos, este é bendito no reino dos céus. Pobre porém daqueles que abrem o bico mais do que os outros, piam mais alto como se fosse o mais necessitado e não julgando suficiente tudo que recebem, piam aos demais para que estes também lhe encham o bico de comida.

Quero perguntar aos que acusam os irmãos da IASD:
 Alguma vez procuraram repartir com os irmãos o que lhes sobrejava? Alguma vez procurou dar amor ao irmão sem ter motivo algum? Alguma vez procurou sequer saber das necessidades do irmão que se assentava contigo nos bancos da igreja?
Então como pode se achar no direito de cobrar dos irmãos tais coisas?
Tenho vistos vários testemunhos de pessoas que deixam a IASD e me sinto triste, triste realmente porque percebo que não conseguiram resistir às provações e no primeiro instante ao invés de reconhecerem sua condição miserável procuraram encontrar a miséria nos outros.
Dizem em alto e bom som, que foram incapazes de se manterem firmes em suas convicções, que ao primeiro vento, deixou que tudo desabasse. Agora procuram colocar a culpa de seus fracassos pessoais em seus irmãos que também passaram por provações, porém venceram e perceberam que todos os irmãos estão na mesma condição de pecadores carentes da graça e misericórdia de Cristo.

Alguns, porém, se julgam portadores de uma índole superior, portadores de um conhecimento que vai mais além, se vêem diferentes dos demais irmãos que permaneceram na IASD e não percebem que são apenas pessoas incapazes de conviver com irmãos que lhe lembram dia após dia como tu és de verdade.

Pois então aqueles irmãos, que julgam serem sem amor, misericórdia e sem as benevolências do verdadeiro cristãos são uma demonstração fiel de como são todos os que aceitam o ministério de Cristo e adentram as portas de uma igreja em busca de salvação. Enfermos, carentes, miseráveis em conhecimento e boas obras.
Estes somos nós humanos, fracos e necessitados de Deus, cuja única coisa que nos pode salvar é a graça e a misericórdia Divina.

Maldito seja Satanás por fazer com que os irmãos tenham que passar por tais provações, que trata de botar irmãos contra irmãos, que denuncia a iniqüidade humana dia após dia. Isto já não é o suficiente? Têm os irmão ainda que se colocar uns contra os outros, acusando o irmão que é um reflexo daquilo que nós somos?
Portanto não temos direito de dizer que os irmãos não tem compaixão, antes digamos, que nós mais do que os outros não temos compaixão alguma. Direito algum temos de dizer que o irmão não assiste nossas necessidades, antes digamos que não temos capacidade alguma sequer de saber das necessidades de nossos irmãos.

Mal zelosos são os que colocam toda culpa de seu fracasso espiritual em irmãos e instituições. Em seu orgulho são incapazes de reconhecer a sua própria miséria. A palavra mais doída para estas pessoas é dizer que ama aos irmãos da maneira como eles são. Isto jamais conseguem, porque acreditam que só poderão amar aos irmãos quando eles agirem da forma como se espera, quando acreditarem nas coisas que ele próprio acredita e quando deixar de fazer as coisas que fazem apenas para fazer da forma como o orgulhoso faz.
Porque o orgulhoso diz:

- A IASD é uma empresa multinacional que visa apenas o lucro, porém EU sou diferente!
- Os que estão na IASD são cegos e fanáticos e seguem falsas doutrinas, porém EU conheço a verdade e estou do lado certo.

Porém não são coisa alguma e não tem doutrina alguma, tudo o que tem são suas próprias crenças baseadas naquilo que exclusivamente desejam acreditar.

Incapazes de se organizarem, muitos criam suas seitas particulares, com seguidores daquilo que desejarem seguir, acreditando naquilo que quiserem acreditar e fazendo as coisa da maneira como querem fazer. Sustentando suas regras e crenças naquilo que lhes convém, seguindo o cristianismo da forma como se pareça mais agradável. Elegendo como guia algum, ou outrem, que julguem mais convincente.

Reclamações é tudo que lhes saem de suas bocas, como se fossem argumentos. Críticas é tudo que fazem como se fossem refutações. De tudo isto, exemplo algum dão de como deve ser a vida de um Cristão.

Se perdem em seu próprio sofrimento, imaginam-se vítimas eternas, vangloriam-se de suas incapacidades e falta de credulidade. Tratam de tirar da frente tudo aquilo que lhe atrapalha e retraduzem tudo da maneira que, ao fim, menos lhes incomodem a consciência.

Querem pastorear os irmãos adventistas? Querem mostrar novas interpretações e doutrinas corretas? Por que não fazem?

A resposta é porque não podem. São ainda incapazes de formular doutrinas, sequer de entrarem em um consenso, o único consenso de que chegam é que estão certos e todos os que estão na IASD estão errados.

Quando forem se referir aos irmãos adventistas digam: -Veja como NÓS somos. E não: - Vejam como ELES são. Ainda não perceberam que não há diferença nenhuma entre os irmãos adventistas, católicos, protestantes e os que abandonaram a igreja? Todo sofrimento por que passaram não foi suficiente para perceberem que são tão pobres e miseráveis como todos nós?
Aos que dão testemunhos de que abandonaram a igreja por uma provação e que se sentem incapazes de seguir doutrinas, estes digam: - Sou fraco.
Não tenham vergonha de dizer isto, porque todos nós somos.

Há os que percebem os erros e carências da igreja cristã nos dias de hoje e procuram fazer o que podem para ajudar os irmãos. Porém há aqueles que se botam na posição apenas de críticos questionadores, incapazes de fazer aquilo que Jesus espera que façamos.

Digo isto não apenas para nós que passamos por desilusões, que por algum motivo sofremos com a falta de amor e espírito cristão de irmandade na igreja. Não é apenas para adventistas. Não é também apenas para ex-adventista e anti-adventistas. É para todos o que sabem que existe realmente algo de muito errado dentro de nós que se manifesta em nossas vidas cristãs. Que sabemos que o inimigo é Satanás e não nossos irmãos. Que sabemos que somos falhos, pobres, miseráveis, trapos de imundícies, mas santos aos olhos de Deus e inculpáveis através do sangue de Cristo.

Por isto digo que não é hora de ficarmos lamentando nosso passado, nosso presente, nem nosso futuro. Não podemos mais ficar choramingando as conseqüências de nossas incapacidades em ajudar  o próximo que se refletem também nos irmãos que também se mostram incapazes de ajudarem outros irmãos. Antes busquemos capacitação em Deus, o amor em Deus, estudemos a verdade e a preguemos. Tratemos os irmãos como a quem devemos e não como se estes fossem nossos devedores.

Conhecem a verdade? Tem o amor que os irmãos ASDs não têm? Conhecem as verdadeiras doutrinas que os ASDs não conhecem, demonstrem, ensinem, a hora da conversa passou. Coloquem em si mesmos todos estes supostos ensinamentos e verdades para que todos vejam. Não podem? Por que?

Por que não podem ir de hospital em hospital ensinando o amor? Por que não podem dividir seus bens demonstrando a caridade? Por que não perdoam aqueles que te maltratam demonstrando compaixão?

Porque ao final de testemunhos de ex-adventistas não tem o resultado prático daquilo que tanto dizem ter encontrado? Porque não encontraram coisa alguma, apenas se perderam de muitas coisas que praticavam.

Então amigos e irmãos ex-adventistas e todos os que um dia perceberam que a igreja hoje ainda está longe da irmandade ideal, proponho que nos juntemos e façamos algo de útil, demonstremos o amor, a compaixão e a caridade. Que usemos nossos blogs e nossos conhecimentos para amenizar o sofrimento dos que tem fome, dos que se iludem com as drogas e os que se perdem em suas vidas sem sentido. Proponho que paremos de criticar uns aos outros e passemos a demonstrar aquilo que pregamos.

Ao invés de cobrarmos uns dos outros, que cobremos de nós mesmos. Ao invés de culpar aos outros culpemos a nós mesmos. Ao invés de criticarmos os outros, critiquemos a nós mesmos.

Dirigir nossas críticas, cobranças e indignação para nós mesmos e aquelas coisas boas que antes fazíamos somente para nós, façamos para o próximo. Invertamos as atitudes para conosco e para com o próximo, quando fizermos isto, creio que entenderemos o que é negar a si mesmo pegar nossa cruz e seguir a Cristo.

2 comentários:

  1. Tem razão, somos todos imperfeitos. Mas temos que prosseguir a nossa vida de acordo com os nossos ideais, se é que os temos. Às vezes, não sabemos qual é o caminho que queremos seguir, só sabemos que não é aquele pelo qual já fomos (como é o caso dos ex-adventistas ou outros ex).Demos as mãos, sr.adventista, juntemo-nos em atividades solidárias para com todos. Como é que a igreja adventista promove ações de ajuda ao próximo?

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    1. Existem os missionários, aqueles que largaram o conforto para levar alento para os semelhantes. Assistência à famílias com problemas. Existem também os pequenos grupos onde se reúnem pessoas próximas na comunidade para orar, compartilhar as alegrias e dificuldades e levar o conhecimento de Jesus Cristo. Alguns se tornam adventistas, outros continuam apenas participando dos pequenos grupos.
      Alguns se reúnem para almoçar e um irmão adventista fica encarregado de receber aos convidados, porém todos os irmãos adventistas contribuem.

      Existem também os retiros espirituais, onde convidamos pessoas da comunidade para conhecer um modo de vida mais natural em comunhão com a palavra de Deus.
      Campanhas de donativos de alimentos e roupas.
      Porém o que tem surtido mais resultado são os trabalhos em dupla, onde dois irmãos percorrem cidades fazendo trabalhos de evangelização e as reuniões em família que procura ajudar pessoas com lares desestruturados. Existem também os trabalhos de estudos bíblicos que visam o batismo e o engrandecimento da igreja, também a criação de novas igrejas.
      Um outro trabalho que anda surgindo é o de evangelização pelas redes sociais e de internet. Além disto existem também ações a nível global que chamamos de Impacto de Esperança que visa alcançar aqueles que nunca tiveram um contato profundo com o cristianismo.
      Também existem projetos que envolvem o rádio, a televisão e também a música. Alguns irmãos fazem montagem de equipamentos audiovisuais em lugares de difícil acesso, fazendo além de um trabalho comunitário, trabalhos de educação espiritual e saúde.
      Estudos e pesquisas na área teológica.
      Existe também os que decidiram se dedicar mais ao trabalho, participando então de pactos, na forma de ofertas, financiando os irmãos que saem em seu lugar em trabalhos missionários.
      Ao invés de apenas trazer pessoas para dentro da igreja, procuramos levar a igreja até as pessoas, congregando com as pessoas em suas casas e em seus bairros.
      Os mais aventureiros podem viajar para países onde há extrema pobreza, crise ou violência, fazendo trabalhos voluntários em todos os ramos, tais como médica, psicológica, educação, higiene e prevenção de doenças, segundo o conhecimento e formação de cada um.
      Ou se dedicarem exclusivamente à pregação, tornando-se pregadores, pastores ou simplesmente missionários evangelizadores.

      A irmã Maria Gonçalves, assim como todos nós só precisa fazer aquilo que Deus lhe disser que deseja que faça. Cada um contribui com o dom que Deus lhe deu. Existem inúmeras maneiras de se ajudar ao próximo, falar sobre Cristo ou uma breve visita às famílias e aos necessitados já é uma poderosa ferramenta nas mãos de Deus. Que manifestemos em boas obras a vontade de servir que Jesus coloca em nossos corações.

      Atenciosamente,

      (Sr. Adventista)

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