domingo, 24 de setembro de 2017

Nossos dissidentes são todos ignorantes?

Quanto a Guilherme Miller, o cálculo estava mesmo correto, tanto que houve o movimento do segundo grande reavivamento cujo eixo central foram os milleritas e especialmente o evento do Grande Desapontamento.

O ensinamento de Hiram Edson também estava correto conforme podemos ver que realmente há um santuário celestial onde Cristo ministra como Sumo Sacerdote.

Ali houve também o surgimento de movimentos antagônicos/concorrente ao evangelho, como o espiritismo moderno e o surgimento de novas igrejas evangélicas. Foi tempo também de cumprimento de muitas profecias que apontam para a volta de Cristo, como o Grande Terremoto de Lisboa, a lua que se tornou em sangue, o Dia Escuro que foram o ponto de partida para o interesse maior nas profecias Bíblicas, especialmente as que falam sobre a volta de Jesus.

Quanto ao irmão Paulo Cesar, conforme ele mesmo disse, houve tempo em que entendia as doutrinas e concordava com as tais, sem ver contradição. A contradição ocorre, irmão, por adotar uma profissão de fé diferente, passando a acreditar em conceitos calvinistas que se chocam com a teologia adventista.

Assim as doutrinas adventistas não apresentam contradição entre si, os ensinamento não se chocam entre as obras adventistas. De modo que não há contradição, mas sim CONTRARIEDADE dos ensinos adventistas com ensinos de outras profissões de fé como a do calvinismo.

A doutrina do santuário, bem como a do juízo funcionam como um relógio com engrenagens bem acertas com nosso conjunto de doutrinas fundamentais. De modo que usando conceitos que a própria igreja desenvolveu, as doutrinas são harmônicas e até fácil de entender, especialmente por irmãos que não tiveram contato com pressupostos de outras profissões de fé.

Agora, o movimento adventista surgiu justamente de uma discordância para com os ensinos das igrejas em geral no período do segundo grande reavivamento. Nossas doutrinas são resultado da percepção da divergência dos ensinos bíblicos para com muitos ensinos tradicionais das igrejas.

Foi por um maior conhecimento da Bíblia que o movimento adventista fundou a IASD, foi por comparar todos os ensinamentos da época por meio de estudos Bíblicos que nossas doutrinas foram desenvolvidas.

E assim mesmo, desde sua fundação, muitos irmãos tem estudado a Bíblia e chagado à conclusões sobre doutrinas que apontam para a corretude de nossos ensinos.

De modo que o que acontece com o irmão Paulo Cesar, não se trata da assimilação de um maior conhecimento sobre a Bíblia, porque boa parte de nossa teologia está baseada na fé reformada, os livros de Ellen White, tratam desde sempre das divergências em relação a doutrinas como outras igrejas. Analisando pontos do calvinismo e outros movimentos como o antinomista, o panteísmo, o catolicismo de forma profunda, a reforma protestante e o desenvolvimento de suas doutrinas, a patrística e seus ensinamentos, o movimento espírita que começava a despontar nos tempos de Ellen White, maçonaria, milenismo e amilenismo, calvinismo versus arminianismo, enfim, os livros de Ellen White se constitui em uma enciclopédia contendo conceitos das várias religiões da época de onde provieram aqueles adventista, inclusive a própria Ellen White.

De modo que dificilmente se encontrará uma linha de pensamento teológico que não tenha sido abordada em seus livros, como a questão de Miguel ser ou não um título honorífico de Cristo, além de imortalidade da alma, domingo, a doutrina da graça segundo movimentos evangélicos mais liberais, o próprio surgimento das igrejas evangélicas atuais, maçonaria e tudo mais que se referem à questões religiosas.

De modo que essa alegação sobre ter sido mantido na ignorância acerca de teologias cridas em outras igrejas quer tradicionais ou liberais, embora comum não se sustentam. A IASD possui em sua erudição teológica o trato da opinião de todas as igrejas existentes. Inclusive sempre fizemos uso de Bíblias de estudos evangélicas e de igrejas tradicionais como a Bíblia de Genebra, uma vez que não tínhamos uma Bíblia de estudos própria e assim os adventistas conheceram bem as opiniões acerca de doutrinas contidas em outras igrejas.

E nunca deixamos de tratar do domingo, imortalidade da alma, o porque de as demais igrejas não guardarem as leis dietéticas de levíticos, porque alguns creem de que os mandamentos tenham sido abolidos. Falamos da patrística, dos eventos históricos como a união entre Igreja e Roma, o surgimento do papado e a mudança do dia de guarda com análise dos versos bíblicos utilizado pelas igreja para embasar uma mudança do sábado para o domingo.

Temos acesso também à livros como o intitulado "Do sábado para o domingo" de Samuelle Bacchiochi, que conta como o domingo, à partir do segundo século passou a receber destaque até sua efetivação oficial no lugar do sábado, alguns séculos depois.

De modo que não é por desconhecimento dos ensinamentos de outras igrejas que irmãos tem deixado nossa igreja, mas por escolha. Toda a teologia adventista está baseada na contrastação com ensinamentos de outras igrejas e os registros nos contam as doutrinas cridas pelos nossos fundadores e de que modo foram abandonando estas doutrinas em prol de verdades bíblicas que descobriam com seus estudos.

Assim não há membro ignorante, não na Igreja Adventista do Sétimo Dia, sendo a igreja que mais trata das divergência entre suas doutrinas e as doutrinas ensinadas em outras igrejas. E assim como conhecem bem o domingo, conhecem também as demais doutrinas de outras religiões que se contrastam com a nossa.

Assim, ocorre que o irmão no vídeo em questão mudou sua opinião, deixado de lado o arminianismo para abraçar o calvinismo, tendo então que ajustar sua crenças a esta nova profissão de fé abraçada.

Já nos demais pontos, como a questão dos mandamentos de Deus e sua vigência, o ensinamento adventista encontra bastante fundamentação na fé reformada. E tem sido justamente irmãos de profissão de fé calvinista e antinomista que mais têm encontrado divergência com nossas doutrinas, porque embora siga uma linha de pensamento arminiana, possui conceitos identificados bastante com a fé reformada.

Basta então entendermos que não há contradição entre nossas doutrinas adventistas, mas sim contrariedade como ensinamentos de outras igrejas.

Quanto à uma contradição da Igreja Adventista do Sétimo Dia para com a Bíblia, esta é uma questão enfrentada por todas as igrejas, pois todas creem que sua interpretação doutrinária está em harmonia com a Bíblia enquanto que outras igrejas que creem de maneira diferente acreditam que esta esteja em contradição.

Um abraço.

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