terça-feira, 5 de setembro de 2017

Devemos deixar de lado a Lei para aceitar o Cristo?

Olá, irmão Roger,

Não seria o tom desafiador, uma atitude do inimigo de Deus?

"Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor. E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas. E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos." 2 Timóteo 2:22-26

Sua intenção é boa, porém, biblicamente, segundo estes versos, sua abordagem não é a correta.

A Bíblia ensina a teologia da salvação por meio de dois recursos didáticos (duas alianças) que apresentava o mesmo método de salvação por meio de Cristo (o mesmo evangelho). O primeiro era apresentado por simbolismo e o segundo pelo seu cumprimento, o primeiro era apresentado por meio de sombras, o segundo por meio de sua própria realidade.

Tendo isto em mente não é difícil interpretar o texto de Romanos 7. Basta entender de que a lei não é contra Cristo, apenas isto! Pelo contrário, a lei é à favor aponta para Cristo e sempre ensinava, em si, sobre este mesmo Cristo.

Então qual a diferença da lei que mostrava o sacrifício de cordeiros, para evangelho do Cristo que foi crucificado? Qual a diferença da lei que mostra a expiação de nossos pecados por meio do derramamento de sangue, para o evangelho de Cristo que teve seu sangue derramado? E o sacerdócio? E o sumo-sacerdócio?

Qual a diferença da lei que mostra os conceitos morais de Deus e expressam a natureza do Seu caráter para o evangelho que mostra esta lei e este perfeito caráter em Cristo?

A lei proveio de Deus a aponta para Cristo, assim a lei é expressão do caráter e das obras do próprio Cristo. Ocorre que recebemos todas a lei escrita até que recebêssemos o seu cumprimento em Cristo.

Precisávamos da lei a fim de reconhecermos, da parte de Deus, quem é o Cristo! Por isto sabemos que o Cristo é Jesus, porque cumpriu tudo aquilo que havia sido dito e predito. Cristo cumpriu fielmente todas as exigências morais e de caráter, em nada pecando, bem como cumpriu toda a voz profética que falava a Seu respeito.

Assim, ambas as alianças apresentam o mesmo caráter e o mesmo Cristo!

Porém, agora, sabemos que Cristo é o cumprimento de todas as coisas, não tem sentido permanecer nos simbolismos sendo que temos em Cristo o cumprimento concreto de todas aquelas coisas.

A lei foi dada também para regular o povo de Deus até que o próprio Deus pudesse descer e pisar sobre esta terra, na pessoa de Cristo. Antes, Deus falava por meio de seus profetas e da lei, então chegou o tempo de Deus falar diretamente à humanidade por meio do Cristo.

Este é o Cristo que Pedro e os demais estavam esperando (Mateus 16:16)! A figura real de todas aquelas sombras dada de forma escrita e também de todos aqueles conceitos morais igualmente registrados de forma escrita. Os dez mandamentos, porém é algo de ordem tão íntima que Deus não permitiu que Moisés os escrevesse.

De modo que Cristo não revoga, mas cumpre, completa, enche, amplia, dá o verdadeiro sentido à tudo aquilo que foi escrito, porque fala Dele, seu caráter e Sua obra redentora.

E o que a segunda aliança tem de superior à primeira? A superioridade é que a segunda aliança é a que nos salva, porque é o cumprimento de todas as promessas enquanto a anterior era só letra, teoria e fazia uso deste benefício futuro da salvação em Cristo a fim de salvar também aqueles que vieram antes de Cristo.

Assim a segunda aliança é superior!

Sombra "versus" cumprimento, e agora, qual das alianças haveremos de escolher? Obviamente o seu cumprimento, irmão, que é a realidade de todas as coisas ditas e preditas na lei.

Agora, não há uma dicotomia entre a antiga lei e Cristo, porque tudo aquilo que foi dito e ensinado se encontra em Cristo, que dá significado à tudo que nos foi ensinado por meio da lei (a lei era um aio, um tutor). Ela nos educou até que o nosso Senhor viesse (o aio nos conduz a Cristo).

Então não há uma dicotomia entre a lei e Cristo. Mas tendo vindo Cristo, realidade de todas aquelas coisas ditas na lei e nos profetas, devemos aceitá-lo, sem deixar de lado tudo que aprendemos através do tutor (a lei escrita). Todos os ensinos são inteiramente válidos porque todos eles apresentam princípios que nos falam do caráter de Deus que deve se refletir no cristão.

Assim apresentamos todas as coisas ditas na lei, pela perspectiva do seu cumprimento em Cristo, assim, todas as coisas devem ser apresentadas tendo como personagem principal a Cristo e todos os ensinamentos passados pela lei escrita devem ser passados apresentando seu cumprimento em Cristo.

A própria lei moral e os 10 mandamentos devem igualmente ser apresentados juntamente com o seu cumprimento em Cristo.

Assim, Cristo dá o verdadeiro sentido à todas aquelas coisas. Assim, nesta nova aliança apresentamos aquele mesmo evangelho, apresentado por meio do uso de sangue de animais, bem como os mesmos conceitos morais, por meio da realidade e do maior exemplo que é Cristo.

TODA A LEI, irmão, é cristocêntrica. Ela não louva a si mesmo, mas sim o Cordeiro de Deus. Servos de Deus louvaram a lei por entenderem de que era uma expressão do caráter de Deus, em seus conselhos encontravam também sabedoria.

Assim, a lei é intrínseca à Cristo. Assim não louvamos a lei, mas àquele a quem toda a lei representa uma expressão de Seu caráter e Sua obra, o Cristo.

É por isto que não podemos desprezar a lei, irmão, porque ela é quem defina, dentro de todo homem que já pisou na terra, quem é o Cristo.

Um abraço.

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