Muitos cristãos parte da linha de que o acendimento de fogo foi uma vez proibido por Deus por conta da dificuldade e do esforço exigido para se produzir tal bem, tendo que caminhar longa distância à procura de lenha e também do esforço para se acender a primeira chama que tomaria toda a lenha.
Esta afirmação está correta, porém está ainda incompleta. O contexto contido no livro de Êxodo referente a este assunto nos mostra que o problema principal e que levou Deus a dar tal castigo à congregação Israelita era na área da comunhão.
De fato judeus posteriormente se apegaram à questão de medição do esforço (trabalho) necessário para se fazer determinadas ações e assim definir o que seria transgressão e o que não seria transgressão ao mandamento do sábado.
Isto foi um erro por parte dos judeus e da nação israelita e que Jesus Cristo corrigiu mais tarde.
A proibição de acender o fogo estava intrinsecamente ligada ao fato de muitos israelitas deixarem a congregação no dia de sábado, dedicando-se a trabalhos que poderiam ser feitos nos demais dias da semana. Para os tais se mostrava fatídico ter que passar um dia inteiro "sem fazer nada".
Ocorre que estavam ainda habituado a se manterem aparentemente "sem Deus" ocupando-se de alguma tarefa em todos os dias da semana. Este povo jamais poderia aprender as delícias de se guardar um sábado na comunhão com Deus, congregando com os irmãos enquanto agissem de forma individualista, cada um buscando seu próprio conforto e seus próprios meios de passar o tempo em suas tendas, ao invés de aproveitar o sábado para o que foi destinado.
Coisa que alguns cristãos não percebem é de que Deus proibiu, ao povo de israel, o acendimento de fogo em cada uma de suas moradas no dia de sábado, por causa desta atitude de rejeitar a comunhão com Deus e a congregação junto com os irmãos, em vista da má educação que já tinham e que não se sentiam confortáveis em mudar.
Deste modo, de forma geral, o povo se negava à reeducação que Deus pacientemente lhes propunha, como alunos rebeldes e que não querem saber nada dos ensinamento de seu professor, o que foi mudando com o passar do tempo.
Como todo bom Professor e Educador, Deus precisou aplicar um castigo a seus filhos rebeldes.
Devido ao fato de que o povo de israel se recusava a reunir no sábado em congregação para comunhão com Deus, ELE castigou-os certa vez ordenando que não arredassem o pé de suas tendas no dia de sábado. O povo, que não desejava congregar com os demais, em comunhão com o Deus verdadeiro, tiveram então de ver o que seria de fato, ficar o dia inteiro sem fazer nada, em suas tendas.
O citado castigo consta em (Êxodo 16: 27-30)
Somente com o passar do tempo e uma profunda reeducação é que o povo israelita aprendeu de fato a congregar na forma como o sábado exige e a adorar de fato ao Deus criador. Assim cada um deixou de acender fogo em suas moradas no sábado à noite, para congregar com os irmãos em torno de uma fogueira que ficava acesa no meio da congregação.
"Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado." Êxodo 35:3
Fato é que logo após este evento, algum tempo depois, israelitas passaram a congregar no dia de sábado, inclusive à noite em torno de uma fogueira no acampamento! Estranho não!? Que Israelitas, antes supostamente proibidos de acenderem fogo, então, estivessem reunidos em uma fogueira acesa logo após a entrada do sábado?
Isto porque os israelitas aprenderam a preparar toda lenha, bem como tudo aquilo que necessitariam para se manter com conforto nos demais dias da semana, deixando o sábado totalmente livre para congregação e comunhão com Deus!
Naquele ambiente, nada mais precisava ser feito para tornar possível a guarda do sábado, pois Deus provinha tudo aquilo de que o povo de Israel precisava, então poderiam guardar o sábado sem qualquer tipo de preocupação.
Por meio deste andar harmônico do povo israelita, com a vontade de Deus, algumas manias fortemente entranhadas na cultura escrava deste povo, aos poucos foram sendo reeducadas. Lembremos de alguns destes episódios e que envolvem o que estamos falando:
A Bíblia relata que, inicialmente, o povo insistia em sair no dia de sábado a procurar o maná, no que não encontravam pois o maná não caía no dia de sábado conforme Deus instruiu. Esta desculpa servia então de pretexto para alguns deixarem a congregação! Me pergunto quanto sábados deveriam ter se passado até perceberem que o maná de fato não caía no dia de sábado!? O que mostra que o problema realmente se tratava de rebeldia em guardar o sábado.
Outra questão que surgiu foi de indivíduos que deixavam a congregação para apanhar lenha, o que poderia ter sido feito nos outros dias, enfim, arrumavam desculpas de todo o tipo para não terem que se reunir junto aos demais para louvar e adorar ao Deus Criador e com sua rebeldia, desonravam ao Deus, o mesmo Deus que os mantinham a semana inteira no deserto, sem nada lhes faltar às suas necessidades.
Notamos que o problema então não era o "esforço" em caminhar no sábado à procura de maná, nem de percorrer longas distâncias à procura de lenha, nem tão somente o tremendo esforço de acender um fogo. O problema em questão era o de alguns israelitas se negarem a permanecerem em comunhão com Deus no dia de sábado, por achar que os serviços de adoração, louvores e exaltação de Deus no dia de sábado seriam uma coisa chata e até meio sem sentido e até indesejada.
E este amigos, INFELIZMENTE é o mesmo problema que encontramos ainda nos dias de hoje, até mesmo entre os próprios sabatistas!
Naquela época, Deus castigou serveramente a estes, que eram preguiçosos em guardar os mandamentos de Deus mas bastante ativos em descumpri-los, trabalhando também no sábado. Um povo antes escravo e que ainda agiam como escravos, recusando a dádiva do descanso que vem desde o Gênesis.
O sábado é um bem natural tão grande, e podemos dizer especialmente espiritual, ainda mais nos dias de hoje, que deixar de guardá-lo constitui-se na maior desfeita que um filho poderia fazer para um Pai, de quem o filho precisa, desde os eventos da criação.
O que nos falta? Do que mais precisamos para deixar um sábado livre em dedicação ao Deus que nos criou todas as coisas e que deseja usufruir da companhia de SUAS criaturas em meio à criação que proveio de SUAS próprias mãos?
Por muito tempo Deus tentou ensinar o prazer que ELE tinha em passar o sábado com SUAS criaturas e o bem que seus Filhos faziam ao reconhecer a sua generosa manteneção, dedicando também este dia a passá-lo inteiramente junto ao atarefado Deus que cuida de todo o universo.
Imagine um filho que nos dias de visita de seu pai já idoso que viaja 485 km para visitar seus filho, coloca-o sentado em uma cadeira qualquer e então passa o dia todo fazendo as atividades mais "desagradáveis" como lavar a louça e a roupa, reclamando em todo o tempo, e conversando com o pai acerca da miséria que é sua vida.
Esta visão não está nada distante daquela apresentada por um povo desumanizado que acabara de ser tirado da escravidão. Não sabiam ainda confiar na providência Divina e seu orgulho estava ainda na auto-suficiência.
O que Deus fez ao povo de Israel foi basicamente se levantar da cadeira e dizer a seus filhos: Deixe comigo que cuidarei de todos os seus problemas, por hoje, quero compartilhar do agrado da companhia de meus filhos.
Mas alguns, dentre os israelitas, agiram como o filho que não creu nas palavras do Pai, e rindo-se dele, saiu a se dedicar ao seu trabalho normalmente, ignorando o conselho e oferta de seu pai.
Mesmo o Pai cumprindo a sua promessa, de dar a mais do que precisavam nos outros dias da semana, para que assim os filhos pudessem passar o tempo todo do sábado com ELE, alguns de seus filhos continuaram a ignorá-lo e a se desfazer de suas palavras.
Em um povo desumanizado, tendo em vista a extrema dificuldade em se reeducar aquele povo, pessoas desobedientes e que serviam tão somente como mal exemplo e que incitavam outros a procederem da mesma forma desafiadora para com Deus não poderia ter outro castigo senão ser expulso da congregação.
Ser expulso da congregação, porém, naquela época culminava em deixar o indivíduo à míngua vagando pelo deserto, fadado a morrer aos poucos, ou na mão de algum inimigo. Ou então se aliar a algumas nações inimigas de Deus e que ELE já planejava combater, por meio do Povo de Israel.
A onisciência de Deus não dá margens ao erro! Pessoas do próprio povo de Israel, que mesmo tendo um contato direto com o Criador não podiam se arrepender de suas próprias vontades malignas, não poderiam ter um destino diferente das nações que desafiaram ao Senhor, mesmo elas tendo sido, assim como o povo de Israel, visitadss por longos anos de benignidade e longanimidade pelo Deus verdadeiro.
O povo israelita não temia o açoite, nem a privação da liberdade, era um povo que havia passado e se acostumado com todas estas coisas. A morte então era a única pena a que tinham respeito e a única que levaria os demais que não transgredirem a lei, a considerar a sentença justa.
Homens que não se dobram, nem se envergam diante do Deus verdadeiro, apenas ririam Daquele que os prende ou castiga. A pena capital então seria a única solução viável naquela época.
Felizmente os tempos mudaram e até certo tempo atrás a humanidade temia o castigo, mas até isto tem mudado novamente nos dias de hoje e a história tem mostrado que naquela época Deus agiu com justiça.
Hoje, homens praticam o mal e não temem mais a vara nem as cadeias e os governos vêem a possibilidade da aplicação da pena capital em várias partes do mundo.
O povo de Israel estava ainda em um grau muito mais desumanizado devido ao tratamento que receberam nas mãos dos egípcios, onde eram tratados naturalmente como que inferiores a animais e nada tinham de valor natural senão seus préstimos.
Porém Deus deu ao povo escravo recém liberto o valor de filhos, filhos do próprio Deus e co-herdeiros, com Cristo homem, desta terra.
E este mesmo Cristo vem novamente da parte de Deus cumprir a última aplicação da pena capital na história, de forma definitiva.
Ali haverá o castigo, as cadeias e porfim a morte. Pena trazida não pela graça de Deus, mas sim pelo pecado!
Porque a graça provinda de Deus traz o arrependimento, o perdão, e a restauração. Terminando na salvação daqueles que aceitaram a Deus como seu Deus, único e verdadeiro.
Quanto aos que fazem a vontade de Satanás, desobedecendo a Deus, fazendo o que agrada ao inimigo, estes não poderão estar com Deus e SEUS filhos em um mundo eterno de amor, paz e justiça.
Ali sim não haverá mais pecado, porque o pecado já haverá sido extinto e com ele o castigo, as cadeias e a morte. Infelizmente junto com o pecado irão todos aqueles que deram margem para que o pecado guiasse sua vidas e ditassem a sua postura diante do Deus verdadeiro.
Aqueles que fizeram a si mesmo como que não-inferior a Deus terão sido rebaixados e humilhados e aqueles que se fizeram inferior a Deus serão benditos e exaltados, conforme lemos no ensinamento do próprio Deus em (Mateus 23:12).
Portanto, nos aproximemos de Deus com o tom de não merecedores, porque de fato não merecemos sua misericórdia e aceitemos a SUA companhia, companhia esta que compartilharemos por toda a eternidade.
Guardemos o sábado do Senhor Cristo nosso Deus (Marcos 2:28).
Conclusão:
Obviamente, Deus não esperava que o o povo O amasse de um dia para o outro, mas esperava que pelo menos os insatisfeitos respeitassem a SUA vontade e obedecessem às sua orientação ou pelo menos, não desafiassem abertamente a SUA autoridade. O mal exemplo de alguns poucos poderia estragar o gradativo e árduo trabalho feito por Deus por meses e até anos, revertendo o povo novamente à um estado de rebeldia e insatisfação, antes mesmo da obra que Deus havia profetizado fazer, houvesse sido completada.
Sim, estamos falando do Messias que viria para resolver todos os problemas do povo de Israel e inaugurar um reino eterno, um reino onde o povo não mais passaria por dificuldades. Este messias já veio e inaugurou este reino eterno, tornando-o algo concreto mesmo sendo ainda invisível.
Quando o que é visível então se tornar visível e o que é corrupto se tornar incorruptível e o mortal se revestir da imortalidade, entraremos neste reino eterno com os pés, sendo que de coração e alma, já estamos nele.
Que Deus abençoe a todos, encorajando a cada um de nós a buscar este reino eterno, vivendo, aqui mesmo, um pedacinho Dele, no sábado do senhor nosso Deus Salvador, onde já podemos desfrutar da SUA companhia.
Pense nisto!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.