O Espiritismo Diante do Antigo Testamento

É comum no meio apologista, encontrarmos afirmações como esta:

"Ao evangelizar um Espírita Kardecista: use apenas os evangelhos"

(http://mcapologetico.blogspot.com.br/2012/10/ao-evangelizar-um-espirita-kardecista.html)

Isto ocorre devido ao fato de muitos espíritas rejeitarem a figura apresentada de Deus no antigo testamento.

Muitos irmãos espíritas que realmente acreditam que Jesus é o filho de Deus que morreu pela humanidade, encontram dificuldades em aceitar o Deus relatado no antigo testamento, pela aparente intransigência denotada nas escrituras.

Não obstante é comum os cristãos receberem duras críticas por se apoiarem na lei e nos profetas e acreditar em um Deus que deve ser amado, mas que, porém, também deve ser temido.

A palavra de Deus nos diz:

"De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem." (Eclesiastes 12:13)

Um Deus que castiga e pune severamente o ímpio, mesmo este estando entre o povo que ELE escolheu, parece um tanto "difícil de digerir" entre muitos espíritas.

Bem sabemos que os Kardecistas são exemplares na caridade e cuidado com o próximo e aceitam a idéia de um Deus supremo. Assim têm dado bom exemplo de cristandade no trato com os irmãos e com o próximo.

Entretanto, todo cristão deve ter consciência do que é a justiça divina. Deus é amor, mas também é justiça.

Deus consegue olhar no coração de cada pessoa e enxergar sua maldade e suas verdadeiras intenções. Hoje, em plena era cristã, nos parece fácil conceber que não há alma que não possa ser resgatada das mãos de Satanás, porque a graça de Jesus caiu sobre todas as pessoas deste mundo.

Porém infelizmente não era assim, o mundo vivia um período de gangrena moral, as pessoas não ouviam mais a voz de Deus e tudo que sabiam era praticar a iniquidade. Até mesmo no meio do povo de Israel, surgiram aqueles que deliberadamente desafiaram a justiça de Deus, desobedecendo-o diante de SUA presença e não sentiam o mínimo de temor ou remorso.

Tais pessoas eram uma gangrena irremediável que poderia contaminar os demais que Deus tão árduamente estava preparando para abrir caminho para o Rei que viria dar uma solução definitiva para o pecado.

Deus tratou de prender a atenção do povo, através de vários sábados cerimoniais e também do sábado semanal, a fim de que o povo não se esquecessem do Deus que os acompanhavam integralmente e de SUAS promessa, para que aceitassem de antemão toda a natureza do sacrifício de Cristo.

Deus punia severamente os que transgrediam suas leis, até que a graça de Cristo fosse derramada sobre a humanidade e então Jesus pudesse habitar no coração de cada pessoa. Desde então todo homem já nasce com o dom da salvação e pode à qualquer momento fazer uso dela. Não há alma perdida, nem homem perdido que Jesus não possa achar.

Como consolador temos o Espírito Santo, que foi dado à humanidade. Entretanto, antes do sacrifício de Cristo, não era desta forma. Deus procurava convencer o homem a praticar o bem através de SUAS leis, até que o Cristo prometido viesse para resgatá-los.

Quando o homem pecou, obrigando Deus a afastar-se de sua presença, o homem ficou só, porém com a promessa de que Jesus viria para morrer no lugar da humanidade e quando este veio, nos trouxe boas novas de que também o Espírito Santo nos ajudaria no processo de santificação a fim de nos prepararmos para a volta de Cristo.

Hoje nós temos a cura para o pecado que é Cristo e a vacina para o endurecimento do coração que é o Espírito Santo. Porém antigamente o homem só podia contar com os conselhos e a sabedoria de Deus ao qual estes escolhiam dar ouvidos ou não.

Jesus, pouco podia atuar na vida destas pessoas, muitas vezes aparecia aos profetas a fim de animá-los e dar-lhes esperança para que pudessem continuar a caminhada de preparação para a vinda do cordeiro que tiraria o pecado do mundo.

Com fé neste sacrifício, ofertas eram oferecidas e sacrifícios eram ofertados em sinal de aceitação do sacrifício do verdadeiro cordeiro que ainda haveira de vir.

Em pouco tempo a humanidade se corrompeu quase por completo, Noé e sua família foram os únicos dignos de serem protegidos pelo Senhor, todos os demais rejeitaram os últimos apelos feitos à humanidade para o arrependimento de seus pecados.

O povo de Israel foi socorrido em uma época em que, novamente, quase todos os homens haviam se corrompido. Deus interveio para preparar lugar para a vinda do Messias. Mesmo assim, o povo escolhido que era cativo já estava contaminado com a idolatria dos egípcios.

Mesmo libertando o povo e despojando os egípcios, Deus recebeu como paga, desobediência e rebeldia.

O próprio povo de Deus era de difícil trato e aquela geração liberta teve que ser extinta, porque nem a presença de Deus era suficiente para quebrantar o coração daquele povo.

Com isto podemos ter uma idéia do caráter dos demais povos sobre a face da terra. Estariam estes povos muito distantes da condição do homem na época de Noé?

Ao invés de Deus matar a todos, resolveu abrir caminho, como em uma mata fechada, derrubando à base da espada, os obstáculos que encontravam pelo caminho.

Deus estabeleceu o SEU reino através de Jesus e graças à isto podemos hoje descançar na graça do Senhor.

Esperemos que nossos queridos irmãos espíritas entendam o verdadeiro caráter de amor e justiça de Deus e passem a enxergar a Deus como o rei soberano que protege os justos dos ímpios.

(Sr. Adventista)