Irmão Paulo Cadi, a doutrina expiatória ensinada por DEUS ao Israel, é esta doutrina que o irmão está a criticar.
A doutrina do Santuário Celeste é uma mera interpretação do simbolismo do antigo santuário terrestre de Israel.
Se o irmão considera que tudo foi cumprido no sacrifício de Cristo e que toda a parte que prosseguia após o sacrifício do cordeiro nunca teve nem jamais terá cumprimento ou significado, é um direito do irmão.
Porém, a dificuldade de aceitação desta doutrina se dá unicamente porque tal interpretação provém do movimento adventista.
Creio apenas que para ser coerente, não deveriam ter aceito a doutrina que ensina a existência de um santuário celeste, pois tal doutrina surgiu do desapontamento de 1844, em um milharal em uma suposta visão de um adventista.
E a questão é bem simples irmão Paulo Cadi. Se assumirmos que todo o ritual do cerimonialismo tem que se cumprir, temos aí toda a doutrina do Santuário desenvolvida pela IASD.
E se assumirmos que inclusive os rituais do dia da expiação tem que se cumprir, temos aí a doutrina do juízo pré advento, aquele que no santuário terrestre simbolizava o juízo do povo de Deus.
Deus ensinou ao povo de israel que alguém viria como Cordeiro para morrer no lugar da humanidade, que através de Seu sangue seria feito um trabalho expiatório e que por meio deste mesmo sangue, em certa data, seria realizado um juízo de todo o povo.
Pessoas como o irmão, que não estudam o cerimonialismo a fundo é que desenvolveram estes ensinamentos de que tudo foi cumprido na cruz.
Porém, o que a Bíblia (especialmente a parte do cerimonialismo) ensina é que o que se cumpriu na cruz foi toda parte necessária do sacrifício. Ali, tudo que era necessário para o perdão dos pecados de TODA a humanidade foi PROVIDO!
Provido! Não aplicado! Porque segundo Deus ensina no cerimonialismo, o trabalho expiatório é feito dentro do santuário e não fora dele.
Não é porque Cristo morreu que todos serão salvos! É preciso que cada um aceite o sacrifício e permita que Cristo execute o trabalho de expiação em favor de cada pessoa.
Negar aquilo que era representado no cerimonialismo, significava rejeitar todo o trabalho que Cristo faria no futuro em favor da humanidade.
Executar os trabalhos expiatórios no antigo Israel, sem executar os trabalhos sacerdotais, sumo-sacerdotais e os trabalhos do dia da expiação, não tinha eficácia salvífica alguma!
Era necessário cumprir TODOS os rituais do santuário à risca, da exata forma como Deus indicou, sob pena de morte para o sacerdote. Era necessário todos comparecerem no dia da expiação sob pena de morte para quem não comparecesse.
Agora veja, se o irmão vê incoerência no ensinamento adventista, porque ali é mostrado cristo executando obras no cargo de sacerdote e sumo-sacerdote então está vendo incoerência também naquilo que Deus ensinou a Israel.
A igreja tem ignorado todo o trabalho que vai desde a entrada do sacerdote no santuário, até a finalização de seus trabalhos, ao término do dia da expiação.
Ou seja, nega TODA a parte que ocorre dentro do santuário!
E por que?
Te respondo irmão Paulo Cadi!
Porque INFELIZMENTE até meados de 1844, havia ainda entre a igreja a ideia de que o cerimonialismo era uma forma de transmitir a salvação à Israel por meio de obras!
Depois do segundo grande reavivamento é que a comunidade teológica começou a aplicar parte do cerimonialismo a Cristo e a entender de que se tratava, não de um meio de salvação, mas um meio de representar a salvação futura em Cristo ao povo de Israel.
E ainda hoje permanece a ideia de que ensinar a o cerimonialismo é ensinar salvação pelas obras.
Hoje não buscamos mais entender o cerimonialismo, mas o seu cumprimento e isto começou com as cartas do apóstolo Paulo!
Paulo não ensinou a desprezar o cerimonialismo mas sim a investigá-lo a fim de observar seu cumprimento e Cristo.
E o conceito fundamental de Paulo é que as coisas passadas eram sombras representativas das coisas futuras.
Todo o cerimonialismo está se cumprindo e vai se cumprir totalmente, sem deixar passar uma única vírgula, traço ou til!
E não será por descrermos na obra que Cristo realiza em nosso favor que o impedirá de realizar os trabalhos que precisam ser realizados.
Motivos para se descrer no cumprimento de TODO o cerimonialismo:
Medo de estar buscando salvação pelas obras;
Medo de isto comprometer a garantia da salvação;
Medo de aceitar algo que foi descoberto por adventistas;
Mas as pessoas que sentem medo em imaginar Cristo cumprindo aqueles papéis sacerdotais é porque não conhece, de fato, o Cristo que os salvou. Nem confia nas garantias que Ele deu de que nenhum que permanecer fiel terá seu nome apagado do livro da vida.
Temem qualquer obra ou qualquer juízo que possa ser colocado diante de si, mesmo sendo unicamente Cristo quem está a realizar todos os trabalhos.
E a verdade é esta de que aquele que não permanecer fiel não só pode como vai ser privado da salvação em Cristo.
Mas aquele que permanece fiel, continuará no favor de Deus e jamais poderá ser condenado, porque mesmo sendo povo de dura cerviz, a bíblia registra de que todo o povo de Israel foi salvo, naquele dia de juízo, porque se apresentaram perante Deus, confiando na misericórdia divina.
O MAIOR MEDO EVANGÉLICO
* Medo de crer na parte sacerdotal do cerimonialismo (que leva o sangue para dentro do santuário para fazer expiação), por acreditar que isto implicaria na ineficácia do sacrifício.
Isto porém é um grave erro, porque não era porque o sangue do cordeiro era levado para dentro do santuário que significava que o sacrifício foi ineficaz! Esta é uma conclusão ilógica e digo mais, irracional.
O sangue era levado para dentro, justamente porque o sacrifício foi eficaz, porque se o cordeiro oferecido não fosse sem manchas ou tivesse algum defeito, morria não só o ofertante mas também o sacerdote, sendo o sacrifício totalmente rejeitado!
Mas é porque Cristo, puro e sem manchas, morreu e ressuscitou, que temos a garantia de que o sacrifício foi aceito. Todos os requisitos foram cumpridos sendo então hora de cristo APLICAR os benefícios provindos de SEU SACRIFÍCIO, na vida de cada um que o aceita como seu Senhor e Salvador.
Portanto, a obra que Cristo executa em nosso favor em nada desmerece o sacrifício que Ele mesmo fez.
Se alguém coloca a obra expiatória de Cristo como incoerente com o seu sacrifício é porque está dando ouvidos à falácia do Diabo, porque a Bíblia nunca colocou as obras expiatórias de Cristo como contrárias à Sua obra de sacrifício.
É suposição ilógica e irracional.