segunda-feira, 31 de julho de 2017

A Igreja Adventista é a responsável pela confusão religiosa de 1844?

Não, irmão Paulo Cadi, Miller e os adventistas não estudaram nada além das profecias. Continuavam guardando o domingo, crendo na imortalidade da alma, uns criam na trindade e outros não. Tudo que Miller aprendeu de doutrinas foi em sua igreja Batista. O que Ellen White aprendeu foi na Metodista e assim cada millerita tinha seu conjunto de crenças formadas graças ao que foram ensinados em suas igrejas.

Então se estavam ensinando estes cristãos errados, eram as igreja das épocas.

Caso não houvesse surgido o movimento millerita, estariam todos dentro de suas antigas igreja, com todos os enganos, farsas e erros que ali aprenderam. Cada millerita pertencia a uma denominação e compartilhavam das crenças daquela denominação.

As pregações de Miller foram sobre as 2.300 tardes e manhãs de Daniel, todo o resto, cada cristão herdou da confusão religiosa que existia naquela época.

Somente depois da fundação da IASD e atuação de Ellen White é que tais milleritas deixaram de marcar datas, de fumar, beber, de crer no domingo, na imortalidade da alma, tormento eterno. De modo que, até a formação e aprofundamento em suas doutrinas fundamentais, foi um longo processo de reeducação e reforma nas doutrinas da nova Igreja Adventista do Sétimo Dia.

E a doutrina da trindade foi uma das difíceis realmente porque na confusão religiosa em que estavam, ouviram formulações sobre a trindade das mais variadas possíveis. Haviam variações na crença da trindade e até mesmo anti-trinitarianismo latente, mas todos estes tinham uma denominação e faziam parte das várias religiões daquela época.

Estranho que as várias religiões, mesmo com estas discrepâncias doutrinárias, eram consideradas como igrejas cristãs genuínas. Uma igreja não era taxada de herege ou sectária por suas diferenças de crenças ou descrença nestes assuntos.

Não acusavam, por exemplo, a Igreja Batista de sectária e herege por um de seus membros, Miller, ter marcado uma data para a volta de cristo como várias outros cristãos de outras igrejas fizeram no decorrer da história.

Não taxaram a igreja dos anti-trinitarianos de sectária e herege! Até o período do segundo grande reavivamento esta discrepância de ensinos era bem aceita, as igrejas faziam vistas grossas umas às outras, não se ensinava mais doutrinas dentro das igrejas e desde que se mantivesse a harmonia, cada igreja tinha a liberdade de pregar o que bem quisesse.

Foi justamente por discordar destas posturas que, então, um grupo de milleritas desapontados resolveram deixar de lado a confusão religiosa em prol de uma unidade de doutrinas. Com os estudos concordaram com o sábado, imortalidade condicional da alma, as regras dietéticas, deixando de lado as crenças que perceberam não provir do "sola scriptura".

A Igreja Adventista do Sétimo dia herdou todas as influências positivas e negativas das igrejas da época e não poderia ser diferente. Porém fez sua reforma e continua revendo suas posições.

Hoje cremos, por exemplo, que Miguel é um título honorífico, conclusão a que Calvino, Mathew Henry, dentre vários outros também haviam chegado mediante estudo mais aprofundado das Escrituras.

Cremos na imortalidade condicional, partilhando das mesmas razões apontadas por Oscar Cullmann e vários outros eruditos que mudaram sua forma de pensar com o estudo mais aprofundado das Escrituras.

Então não sei por que o irmão, bem como Luciano Sena, estão culpando uma igreja que surgiu duas décadas depois pela confusão religiosa que estava estabelecida em meados de 1844. Aqueles cristãos ali não inventaram nada novo, apenas tinham enraizado as crenças que aprenderam com os pastores e pregadores da época sendo a estes quem os irmãos teriam que culpar.

Não a IASD que surgiu depois, proibindo marcação de datas, ensinando que um cristão não precisa engatinhar de quatro feito criança para herdar o reino dos céus. Assim, não culpo os Milleritas que, ao se disporem de seus bens para esperar a volta de Cristo, demonstraram estarem realmente em sinceridade. Todo o peso de culpa sobrecai à negligência das igrejas por se conformarem com aquela confusão de crenças e ensinamentos.

E enquanto as igrejas se conformarem com esta babilônia, fingindo que está tudo bem em haver estas discrepâncias doutrinárias no meio cristãos e não fizerem tal qual o exemplo dos adventistas, buscando uma unidade de doutrinas fundamentadas na Verdade, serão elas próprias as culpadas por coisas deste tipo continuarem ocorrendo.

Um abraço.

sábado, 29 de julho de 2017

Resposta do Pastor Sérgio Monteiro a acusação do Flávio Martínes do CACP



Depois de refutado, mais uma vez Flávio Martínes dá chilique e parte para calúnia e difamação contra seu debatedor. O Pastor Sérgio Monteiro que participou do programa Vejam Só da RIT recebeu acusações e insultos via áudio e redes sociais.

Ao analisar as fontes percebe-se que Flávio Martínez se encontrava mais uma vez mal informado sobre o assunto que pretendia tratar. Usando uma citação e sem levar em conta o contexto global das obras de Josefo, Flávio Martinez pretende se justificar de seu equívoco e atacar o debatedor que, neste vídeo, de forma correta, mostrou que embora tal registro da morte de Moisés tenha sido registrada, o próprio Flávio Josefo afirma que ele mesmo não cria em tal relato, conforme relatou no debate.

Há uma grande diferença entre você relatar uma crença e você apoiá-la, conforme o pastor Sérgio Monteiro demonstra em sua explicação. Esta informação dada pelo Pastor Sérgio, acerca da opinião particular de Flávio Josefo, está contida inclusive em um livro do Pastor Elias, um outro conhecido participante do programa Vejam Só.


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Resposta - Augustus Nicodemus, Ezequiel Gomes e a Cristologia Adventista

Em resposta ao artigo de Luciano Sena, do blog MCA, contido em:

https://mcapologetico.blogspot.com.br/2017/07/augustus-nicodemus-ezequiel-gomes-e.html

"Assim, o Rev Nicodemus teria que fazer doutorado em Torre de Babel, para entender toda essa salada presente na cristologia adventista da Nossa Senhora Adventista de Todos os Sonhos."

Ou tão somente ler qualquer dos livros doutrinários da igreja disponível na CPB. Ou pegar o telefone e perguntar para algum pastor, ou entrar no site da Novo Tempo, no site do Ellen White State, ou tão somente digitar o assunto no youtube ou mesmo no google e escolher algum dos vários vídeos/artigos falando acerca do assunto.

Porém, Augustus Nicodemus conseguiu acidentalmente se esgueirar de todas estas informações existentes, conseguiu ter acesso, porém, à fontes de obras antigas como o irmão Luciano Supõe?

Luciano Sena chama de torre de babel, o fato de no movimento adventista pós-milerita e antes de terem a idéia de se organizar em uma nova igreja, provirem das mais diversas denominações mantendo ali suas crenças naturais, inclusive no que se refere à trindade.

De modo que estes não saíram de uma Igreja Adventista do Sétimo Dia existente na época de Miller, mas, pelo contrário, provieram da babilônia de confusão religiosa que eram as diversidades de crenças existentes na época onde cada uma das igrejas considerava a outra ortodoxa!

Assim, Luciano Sena pretende falsamente justificar que a diversidade de crenças/discrepâncias seria fruto de doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo Dia, quando na verdade continuavam sendo fruto dos ensinos que cada participante do movimento havia aprendido em suas respectivas religiões, desde antes do movimento millerita e também logo após o desapontamento.

Obviamente as denominações da época mantinham todas as influências em questões de doutrinas, os acertos e as heresias.

E veja, irmão Luciano Sena, que tanto anti-trinitarianos adentraram o movimento adventista como a maior parte dele se manteve em suas respectivas denominações cristãs, descrendo na trindade tanto quanto aqueles da mesma religião que se engajaram no movimento adventista.

Ellen White, por exemplo era Metodista e foi ensinada em sua igreja familiar, a Metodista. Seus conceitos sobre doutrinas bíblcias, incluindo a trindade foram formados nesta religião.

A igreja Metodista da época era herética, irmão Luciano? Sim, porque se a noção de Ellen White sobre a trindade era herética, isto cai na conta da religião que a ensinou bem como sua família acerca das doutrinas Bíblicas.

O Batista Miller por exemplo, irmão Luciano, não foi devidamente informado em sua igreja Batista acerca de que "o dia e a hora" da vinda de Jesus ninguém sabe?

O irmão escreve como se a confusão de crenças existente no movimento millerita e no movimento adventista pós-desapontamento fossem de uma igreja que passou a existir com seu corpo de doutrina oficiais somente duas décadas depois! Ao invés de atribuir as tais confusões de crenças às religiões de onde provieram cada membro do movimento millerita, onde foram ensinados, doutrinados.

Assim, se haviam anti-trinitarianos no movimento, era fruto do que cada igreja "ortodoxa" ensinou para cada um destes cristãos, antes de se unirem ao movimento.

O movimento millerita tratou apenas da interpretação de profecias, não de doutrinas, de modo que as doutrinas de cada pessoa contida no movimento foram herdadas das respectivas denominações às quais muitos ainda pertenciam.

Nisto, durante o movimento adventista pós desapontamento não se fez uma filtragem para escolher este ou aquele, filtrando os "hereges", a fim de formar uma igreja contendo somente aqueles que aceitavam as puras doutrinas reais bíblicas.

Veja que todo aquele pessoal era tão vítima das discrepância de ensinos nas igrejas quanto são os cristãos das várias igrejas atualmente.

O conceito adotado pelo movimento adventista foi o de reformar a crença geral dos participantes do movimento por meio do "sola scriptura" e da "razão", ferramentas utilizadas por Lutero durante a reforma.

Então não vejo sentido em Luciano Sena demonizar aqueles cristãos, fazendo análise sobre arianismo, porque tal demonização cai na conta de cada igreja aceita como "ortodoxa" na época às quais aqueles cristãos pertenciam.

A estratégia de Luciano é colocar aos leitores como se as doutrinas cridas pelos milleritas fossem responsabilidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia (que surgiu somente duas décadas depois) ao invés de responsabilizar cada denominação da época dizendo: "A religião batista é sectária e herética, porque como vemos, Miller, batista, criou uma falsa profecia"

Ou ainda: Segundo o que percebemos, a igreja Metodista não cria na trindade, haja vista que Ellen White que aprendeu nesta igreja não se manifestou abertamente acerca deste assunto durante o movimento millerita e pós millerita ou ainda décadas depois já como membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Não culpa a religião de Bates, sobre as suas crenças, não culpa a "Conexão Cristã" pelas crenças de Thiago White. Ao invés disto, Luciano Sena, joga toda a dicrepância de ensinamentos na conta de uma igreja que surgiu muito tempo depois e que criou seu próprio conjunto de crenças que são aquelas que vemos desenvolvidas e sendo ensinadas nas igrejas, no rádio, na TV, bem como em nossos livros doutrinários.

E, ÓBVIO, somente alguém totalmente sem noção não perceberia que até se chegar a uma unidade de crenças e completo desenvolvimento e entendimento de doutrinas, isto requer tempo, anos, tendo a nova igreja que passar por todo processo teológico de aprofundamento, mudança de conceitos, aceitação/rejeição de novos conceitos como passou todas as igrejas cristãs desde a reforma.

Assim, Luciano Sena demoniza a igreja adventista por passar pelo mesmo processo que toda igreja já passou e sem exceção, onde muita distância foi percorrida até que doutrinas heréticas como o batismo infantil fossem abandonadas pelas igrejas protestantes.

Todas estas crenças ditas como heréticas por Luciano Sena, já passaram e continuavam passando pelas várias denominações que existiam na época do desapontamento. Influência de ensinos errados, tanto de Martinho, como de Calvino, como da patrística, gnosticismo e todas as demais sempre afetaram a igreja.

Agora Luciano Sena redige seus argumentos como se a existência destes falsos ensinos houvessem surgido por ocasião do movimento adventista.

Não, irmão Luciano Sena, é justamente o contrário, todos os ditos "falsos ensinos" provieram das mais variadas religiões da época e os do movimento adventista e posteriormente os da igreja adventista tiveram muito trabalho em reformar o conjunto de doutrinas cridas por aquele grupo de milleritas membros das várias religiões existente na época.

Sendo assim mesmo que ocorre quando há necessidade de uma reforma em meio de uma babilônia de ensinos. Estes falsos ensinos eram produtos das religiões da época sendo ensinada dentro das igrejas à qual pertenciam cada pessoa que decidiu abraçar a mensagem de Miller.

Repito que Miller não fundou igreja, nem estabeleceu doutrinas, de modo que todas as doutrinas cridas pelos componentes do movimento milleritas eram provindas dos ensinos que cada um recebeu em suas próprias igrejas.

A honestidade intelectual exige que se avalie uma religião pelo conjunto de crenças que ela apresenta no hoje! Não se avalia as crenças de uma religião, com base em suas raízes nem para o bem nem para o mal.

Do mesmo modo que uma igreja sectária e herética não pode ser julgada como sendo boa por ter vindo de um meio ortodoxo, uma Igreja genuinamente cristã não pode ser julgada como sendo má por ter raízes em um grupo que apresentava uma confusão de crenças.

Queria o quê, irmão Luciano Sena, que os do movimento adventista todos cressem na trindade e  em todas as doutrinas essenciais do Cristianismo em uma época onde nas várias igrejas destes mesmos cristãos ensinavam um monte de heresias?

O que se percebe é que Luciano Sena tenta responsabilizar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que tem bem definida seu conjunto de doutrinas fundamentais, bem como toda uma teologia desenvolvida acerca de cada doutrina, pelas crenças de um grupo de pessoas que formaram seus conceitos doutrinários segundo cada uma das denominações cristãs existentes na época de Miller.

E a trindade adventista, não é nem de longe da forma que o irmão Luciano Sena, em toda sua ignorância, constrói usando a ocasião de trechos isolados de nossas fontes primárias dispostas aos seus acréscimos e livre interpretação.

Ninguém conhece melhor a doutrina da trindade adventista do que nossos próprios teólogos, que são os que desenvolvem nossas doutrinas e as explicam, sempre ampliando e se aprofundando em seus conceitos sobre esta doutrina.

Há de se ver que o questionamento de Luciano Sena acerca desta doutrina da trindade é no sentido de tentar forçar a Igreja Adventista à uma condição de sectária. Não fosse esta doutrina, escolheria uma outra qualquer para atacar/deturpar.

E a doutrina da trindade ainda hoje é tão mal compreendida nas religiões quanto o era na época do Segundo Grande Reavivamento. As igrejas nem de longe chegaram a um denominador comum acerca dos conceitos sobre esta doutrina tendo, por exemplo, alguns que além da crença na imortalidade da alma, acrescentam esta natureza à Deus, supondo que este tenha em si uma natureza fantasmagórica, vazia e sem forma. Do outro lado temos os que creem que a natureza Divina é de carne e osso e entre estas temos vários conceitos diferentes que tratam acerca da natureza de Deus.

A Igreja Adventista optou por não tratar da natureza de Deus, por compreender que tal natureza não foi dada a conhecer ao homem nem se encontra claramente nas Escrituras.

A principal objeção particular de Luciano Sena, é quanto à natureza tangível da Divindade crida pelos adventistas que via de contra sua crença calvinista em um Deus de natureza fantasmagórica. E que embora não apoie que Deus seja de carne como os irmãos TJ creem e inclusive como o próprio Luciano Sena, ex-testemunha de Jeová, Cria.

Crer em um Deus de carne, pelo que consta nas crenças trinitarianas das várias igrejas extra aquela confissão de fé que Luciano Sena levanta e abana defendendo que seja "A COMPREENSÃO ORTODOXA" se mostra tão herética quanto afirmar que Deus tenha uma natureza etérea, intangível.

Isto se dá por confundirem a natureza espiritual do ser de Deus com a noção que se tem classicamente acerca do mundo espiritual, como um lugar intangível, onde habitam criaturas celestiais igualmente intangíveis.

Esta é uma concepção grega, não ensinada nas Escrituras e de forma alguma esta natureza fantasmagórica pode ser atribuída à Divindade.

Os pioneiros adventista anti-trinitarianos lutaram especialmente contra esta definição, ao passo que boa parte passou a aceitar a doutrina sob o conceito de um Deus não fantasmagórico mas tangível ainda que de natureza incompreensível tal qual é o "Ser espiritual".

Nada de um céu intangível, onde os cristãos, devidamente munido de seus corpos, atravessarão as paredes ou mesmo os anjos ao tentar abraçá-los, ou um Deus que não ocupe lugar no espaço.

A diferença do mundo físico e do espiritual não está baseado no fato de o primeiro ser tangível e o outro ser supostamente intangível. O céu é tão palpável como este nosso mundo, bem como as criaturas que ali assistem a Deus, embora não tenham sido feitos com a mesma matéria com que foi feita este mundo bem como o universo.

A igreja adventista não é adepta deste tipo de superstição, nem aceita qualquer tipo de doutrina que se baseie neste tipo de superstição. Assim cremos na trindade aos moldes Bíblicos, sem a intervenção de crenças e superstições tradicionais como esta de uma natureza fantasmagórica aplicada a Deus como defendida por Luciano Sena.

Grato!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Blog MCA - Eu não consigo entender a doutrina do remanescente

É realmente inútil tentar explicar uma doutrina a quem não quer entender, porque mesmo que se mostre, na Bíblia, que desde o Éden houve apenas um único povo de Deus, que congregavam juntos, unidos nas mesmas crenças e que Cristo fundou UMA ÚNICA igreja, jamais planejando que ela se dividisse, transformando o cristianismo em uma Babilônia de confusão de crenças, ainda assim o indivíduo não irá entender.

Temos que partir do pressuposto de que Deus tem uma única igreja física, porque a pessoa de Cristo não fundou várias igrejas tendo cada uma seu próprio conjunto de doutrinas particulares, portanto esta divisão em diversas denominações com crenças diferentes em cada uma não é apoiada pelas escrituras. Não são apenas as doutrinas essenciais que apontam para uma igreja verdadeira, mas todo o seu conjunto de doutrinas que devem ser aquelas contidas na Bíblia.

Toda vez que o povo de Deus se dividia em suas crenças, indo uns após o paganismo, Deus enviava um profeta para corrigir e indicar o caminho correto. A Igreja Adventista crê de que Deus não mudou este sistema e que sempre continuará buscando a unidade do Seu povo na Verdade que é a Palavra de Deus em Cristo Jesus.

E assim crê de que hoje ocorre a mesmíssima coisa de antigamente, tendo Deus um povo fiel e sincero, disposto a seguir as verdades de Deus e a buscar os demais sinceros espalhados aqui e acolá por conta dos enganos introduzidos no meio do povo.

Hoje, ocorre a mesma coisa que ocorria antigamente, o povo se unia em falsos ensinamentos, Deus intervia e então o povo se divida e espalhava. Assim foi na torre de Babel, assim foi com Israel até serem levados cativos à Babilônia.

Quando o povo de Deus se une na confusão, Deus tem que dividi-lo e à partir de um fragmento, o remanescente fiel, restaurar as verdades perdidas/deturpadas, o que era sempre feito por meio de um profeta.

Por que sempre um profeta? Ora, porque Deus escolheu não falar sempre diretamente ao povo de modo que um profeta é apenas o porta-voz de Deus para orientar o povo de volta aos corretos ensinamentos.

Hoje, o protestantismo está se unindo cada vez mais, porém, não em torno da verdade! Assim como aconteceu na antiguidade, estão se unindo deixando de lado a necessidade de uma unidade de fé em torno da VERDADE da palavra de Deus e estamos falando também de doutrinas Bíblicas.

Os adventistas são aquele grupo fiel que em 1844 perceberam a necessidade de, além da união em Cristo Jesus, unirem-se em concordância com as doutrinas Bíblicas, especialmente os dez mandamentos da lei de Deus, um grupo que desde 1792 já se preocupavam com o estudo profundo das profecias especialmente as de Daniel.

Esta união das igrejas hoje, porém, não se preocupando com a verdade é o que constitui a Babilônia mística. Nesta Babilônia não há aquela preocupação do profeta em buscar uma unidade de crenças, de doutrinas, passando então a viver em harmonia, porém, não na Verdade.

Hoje, uma pessoa, ao se interessar pelo cristianismo, se depara com a primeira dificuldade vergonhosa para o evangelho que é não saber qual igreja frequentar. As diferenças são gritantes, porque enquanto em uma se tem reverência nos cultos, em outras as pessoas estão se jogando no chão enquanto todas agem como se este tipo de discrepância fosse aceitável.

Porém, assim como ocorreu em 1844, onde crentes em Deus sinceros provinham das mais variadas denominações, o remanescente continua espalhado nestas mesmas denominações.

Agora, Igreja bíblica, física, onde nos cultos estão presentes as doutrinas Bíblicas verdadeiras há apenas uma! Se houvessem duas ou três, já seriam a mesma porque creem na mesma coisa! E conforme fossem encontrando as verdades bíblicas prosseguiriam se unindo.

Mas hoje ocorre justamente o contrário, por mais que se leia a mesma Bíblia, as igrejas tem se multiplicado, isto porque se tem criado cada vez mais ensinamentos extra-bíblicos ao invés de efetuar uma reforma eliminando os falsos ensinos.

A fé reformada parou de se reformar e assim como as demais profissões de fé, contidas na cristandade, estacionou em suas crenças e não abrem mão delas. De modo que ainda que Deus envie um profeta, não moverão um centímetro do calcanhar em suas doutrinas, assim como igualmente não movem as demais confissões de fé.

E agora!? E se os cristãos das mais variadas denominações decidirem buscar esta unidade de fé na Verdade da Palavra de Deus?

Nisto, a Igreja Adventista é o remanescente fiel, a voz profética que tem pregado e dado o exemplo de como a cristandade deveria proceder, buscando uma unidade de fé ao invés de uma unidade de interesses.

O interesse de Deus é que todos se unam NA VERDADE, mas cada igreja, porém, tem seguido apenas seus próprios propósitos, oferecendo novas doutrinas particulares.

É impossível que as igrejas se unam na verdade?

A história do povo de Deus e da própria igreja adventista mostra que não! Esta união é perfeitamente possível, desde que o povo esteja realmente interessado em buscar uma unidade de fé na Verdade e aceite o profeta que Deus enviar para ajuda-los neste trabalho ao invés de, como sempre se fez na história do povo de Deus, enxotá-los.

Neste tempo do fim, porém, isto não irá ocorrer, de modo que a igreja irá se dividir em dois grupos. O primeiro é aquele composto das pessoas que entenderam a necessidade de uma união em torno da Verdade, o outro é aquele que decidiu permanecer com suas crenças, não se importando se está seguindo puramente as doutrinas bíblicas ou não.

O teste final, não será apenas de permanência em Jesus, porque nisto, até mesmo irmãos espíritas permanecem, mas o que irá diferenciar um e outro é a fidelidade à palavra de Deus ou a fidelidade à homens, através de seus ensinos.

E o claro ensino gritante contido nos mandamentos escritos pelo próprio dedo de Deus e que nos chama a atenção é o sábado, modificado pelo homem trajado de vestes de boa intenção de homenagens à ressurreição de Cristo mas cujas obras mostram que se trata de uma mudança feita de acordo com a conveniência humana e não de acordo com a vontade de Deus.

Assim, o remanescente é todo aquele que tem este desejo latente de seguir a verdade, que não tem medo de deixar de lado doutrinas dos homens para seguir as doutrinas de Deus. Que tem a consciência de que o modelo de vida cristão é aquele mostrado nas Escrituras, por meio dos apóstolos, dos servos de Deus e fundamentalmente de Cristo.

A vida de Cristo é o modelo inequívoco de como viver em conformidade com a Palavra de Deus. Isto não foi mudado com a morte de Cristo, Deus não outorgou ao homem autoridade para mudar o modo do povo de Deus viver.

E pelo fato de a cristandade em geral considerar que este modo de viver mudou é que cada igreja se sente livre para seguir a Bíblia de forma diferente.

O que mudou?

Antes era sábado e agora é domingo;
Antes não se podia comer carnes imundas, agora pode;
Antes não se podia trabalhar por salário e em benefício próprio no sábado, hoje pode;
Antes, se referia à morte como um sono e o destino dos mortos como sendo o pó da terra, a sepultura mas hoje, porém, se refere à morte como um estado intermediário.

São justamente as tais mudanças que representam as doutrinas falsas que foram introduzidas na igreja, o Novo Testamento não ensina nem se propõe a ensinar tais mudanças.

O batismo e o deixar de lado o ritual da circuncisão, isto está claro na Bíblia. Igualmente a Santa-Ceia, o lava pés e todos os demais ensinamentos novos, mas não este sobre um domingo sendo santificado e tomando o lugar do sábado, nem de uma mudança de conceitos sobre a morte, explicando que a alma das pessoas deixam o corpo e vão direto para o céu ou para o um lago de fogo já presente, aos moldes do inferno grego.

O ensino de que Cristo assume o lugar que sempre foi dele, como verdadeiro Cordeiro de Deus oferecido em favor da humanidade, também é claro e amplamente tratado e explicado nas Escrituras. Mas não há ensino de que a lei dietética foi abolida, nem a moral, nem as de higiene, nem qualquer dos conselhos e recomendações dados por Deus em Sua Palavra, conforme os Salmos, Provérbios e demais livros.

Assim, a cristandade se liga à fabulas contadas desde a patrística, para firmar suas crenças e não no claro "Assim diz o Senhor".

Qualquer que leia somente a Bíblia, jamais irá supor um domingo no lugar do sábado ou um inferno aos moldes gregos, nem abolição da lei alimentar sobre as carnes. O Novo Testamento não se dedica a firmar e explicara estas supostas mudanças.

E se não houve propósito de Deus em ordenar e explicar estas mudanças na Sua Palavra, como podemos firmar que estas mudanças tenham de fato ocorrido?

Todo cristão que estuda profundamente suas próprias doutrinas, percebe isto, que estas doutrinas tradicionais, que propõem mudanças, na lei de Deus, que vão além daquelas que tratam do cerimonialismo, provêm de raciocínio de homens da igreja e não do claro "Assim Diz o Senhor".

Com esta consciência, cada cristão faz sua decisão! Uns optam pelo "Sola Scriptura" mas outros porém optam pela patrística em sobreposição às Escrituras. Uns decidem se firmar somente naquilo que a Bíblia explicitamente ensina, ordenando e explicando como um novo mandamento deve ser guardado, enquanto outros se firmam em lógicas e raciocínio baseado unicamente em observação humana.

Domingo, imortalidade da alma, além de outras doutrinas consideradas importantes no meio cristão, não foram tratadas como o foram aquilo que realmente mudou, a exemplo do batismo ao invés da circuncisão e da santa-ceia ao invés da páscoa acerca dos quais temos claros ensinos.

Mas estes novos ensinos, baseados em supostas mudanças, não possuem o mesmo tratamento nas Escrituras onde até mesmo a cerimônia do lava-pés é introduzida, demonstrada e explicada a forma como se deve proceder ao realizar a tal.

Assim, antes se realizaria a cerimônia do lava-pés, que é clara nas Escrituras, do que se guardar um domingo que nem de longe teria tido a mesma consideração que a cerimônia do lava-pés, cerimonia esta que não é feita nas igrejas.

Assim, o remanescente é aquele cristão fiel à Deus e à Sua Palavra. Estes estão presentes em todas as denominações. A Igreja Adventista surgiu graças à primeira união de muitos destes remanescentes durante o chamado "Segundo Grande Reavivamento" que ocorreu nos Estados Unidos e atingiu outras partes do mundo.

Hoje, estes remanescentes continuam espalhados nas mais variadas igrejas cristãs e não cristãs e vão se adequando à vontade de Deus conforme vão conhecendo as verdades das Escrituras.

ONDE estes se reúnem, esta é a igreja física verdadeira, aquela que podemos ver reunida. Os demais que não estão ali reunidos também fazem parte desta igreja, sendo igualmente remanescentes de Deus, sendo fiéis à cada luz nova e verdadeira que recebe, dentro de suas próprias igrejas, sendo a parte da igreja verdadeira que não se vê, a igreja invisível.

E nenhum apologista teria dificuldade de entender isto, caso tivesse o costume de estudar a fundo a história do povo de Deus nas próprias Escrituras Sagradas. Porque, embora o povo se reunisse para oferecerem seus sacrifícios, os que estavam fora das portas de Israel e longe da congregação, eram lembrados nos sacrifícios, tendo cordeiros oferecidos a estes, durante sua peregrinação.

Deus também se lembrou dos gentios e demais que faziam parte do Povo de Deus, embora não morassem no Israel físico, sendo chamados de Israel de Deus, o Israel espiritual, que também faziam parte do povo de Deus.

Ciro foi chamado de servo de Deus, bem como Nabucodonozor onde este, em meio pagão, também foi agregado por Deus à fileira do Povo de Deus. Assim, o remanescente está até mesmo fora das igrejas cristãs, fazendo todos estes parte do rebanho de Deus o qual Ele quer reunir em um só aprisco, um só rebanho tendo um só pastor.

Assim, remanescentes são pessoas, assim como igreja são pessoas. Igreja verdadeira são filhos de Deus verdadeiros que ouvem a voz do seu pastor, Cristo.

E há sim, irmãos, esta igreja reunida dos fiéis, que congregam juntos e podem ser vistos reunidos. Deus jamais deixaria de atuar no meio da confusão religiosa procurando reunir todos os fiéis em torno da verdade e assim como usou profetas antigamente para ajudar neste processo, usou um profeta em nosso tempo. De modo que, assim como promoveu uma união em torno novamente da verdade em vários pontos da história, também o fez recentemente.

O problema é que a cristandade não assume que tal igreja, verdadeira, com um correto conjunto de doutrinas, que representa a união daqueles que encontraram a verdade nas Escrituras, exista. Ao passo que também não se propõem a uma reforma, não para dividir ainda mais, mas para unir as igrejas em torno das verdades bíblicas.

Este passo foi dado pelo grupo de milleritas que pertenciam à várias religiões da época, cujo trabalho de busca da verdade se intensificou após o desapontamento e que resultou na união de parte daqueles cristãos em uma igreja que foi se reformando até crerem nas mesmas doutrinas.

Isto resultou em uma unidade de crenças descritas em 27 doutrinas, hoje, 28, sobre as quais a igreja tem construído toda a sua teologia.

E por que esta igreja é a verdadeira?

Porque, conforme Apocalipse, é a igreja que guarda os mandamentos de Deus (todos, conforme Deus deixou escrito em Sua Palavra, inclusive o 4º inalterado) e tem o testemunho de Jesus que é o espírito de profecia ou dom de profetizar e que se cumpriu no trabalho de Ellen G. White.

No meio da confusão, a igreja verdadeira tem sempre um profeta entre eles, porque é Deus, através de seu profeta, quem orienta a igreja no retorno às verdades Bíblicas. A função de um profeta não é conferir leis que Deus não deu, mas garantir que o povo esteja realmente retornando às verdades, segundo os ensinamentos de Deus já dados à nós por meio unicamente das Escrituras.

Então não é porque a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a igreja física verdadeira, que não hajam servos de Deus sinceros e fiéis nas demais igrejas, fazendo parte da igreja espiritual que transpõe barreiras físicas, étnicas e qualquer outro tipo de separação.

De modo que um remanescente fiel dentro da Igreja Presbiteriana tem o mesmo valor de um remanescente fiel dentro da Igreja Adventista, estes fazem parte do povo remanescente, porque têm sido fiéis cada uma à luz que recebeu.

Se Luciano Sena e Augustus Nicodemus, por exemplo, forem sinceros e fiéis a Deus, mesmo envoltos em doutrinas anti-biblicas, querendo ou não, fazem parte do remanescente e deste povo que se vê na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

É deste modo que a Igreja de Deus se divide em joio e trigo, os fiéis e os infiéis, os sinceros e os não sinceros. Tudo relacionado ao seu relacionamento para com Deus e seu compromisso pessoal com as verdades da Bíblia Sagrada.

O aprisco de Deus não é babilônia, um estado de confusão religiosa, mas sim um lugar onde a verdade se encontra restaurada e os filhos de Deus permanecem unidos em torno da verdade das Escrituras. Deus não deixa de fazer seu trabalho em reunir os remanescentes, restaurar-lhes a verdade e dar lhes a certeza de estarem no caminho correto, fazendo uso daquelas ferramentas que sempre utilizou.

Portanto não vejo, hoje, a possibilidade do cumprimento deste costumeiro proceder de Deus senão na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Se todas as denominações cristãs são verdadeiras, elas são capazes de se unir na verdade, se não puderem é porque a verdade não está nelas.

Luciano Sena e Augustus Nicodemus - A teologia Adventista é maquiavélica e dissimulada?

"Portanto, Nicodemus não errou no sentido criticado por Ezequiel Gomes, ele apenas julgou à luz de sua compreensão, uma teologia maquiavélica, dissimulada." (Luciano Sena)

https://mcapologetico.blogspot.com.br/2017/07/augustus-nicodemus-ezequiel-gomes-e-o_24.html

Em nenhuma de nossas fontes primárias, de onde os adventistas aprofundam em suas crenças, bem como da boca de nenhum pastor adventista bem como da boca de nenhum professor de classe bíblica, tem se ouvido ensinar as doutrinas adventistas da forma como Augusto Nicodemus e Luciano Sena tem afirmado em suas palestras.

Estas mesmas doutrinas abordadas por Augusto Nicodemus têm sido ensinadas ao público através do rádio, da TV, de artigos e dos vários livros que se podem encontrar nas livrarias especialmente na CPB (Casa Publicadora Brasileira), sendo explicadas detalhadamente de uma forma que contradiz frontalmente as distorções que críticos como Augustus Nicodemus e Luciano Sena têm aplicado sobre estas doutrinas, conforme se pode ver nos vídeos enviados aos que tiveram acesso à esta palestra, especialmente no youtube, a fim de acompanharem o que realmente pregamos em nossas doutrinas e que podem ser conferidas no seguinte endereço:



Como se pode perceber, ao vivo e à cores, nossos pastores, bem como toda a comunidade adventista, de forma alguma crê em nossas doutrinas da forma como Augustus Nicodemus afirmou que cremos em sua palestra. Baseando-se, então, em trechos isolados de nossas fontes, interpretados de forma tendenciosa, deixando-se de lado toda a explicação contida no próprio capítulo bem como em todo o livro de onde a afirmação foi extraída, claramente se tem a compreensão que todo adventista abstrai, ao estudar de forma integral toda a obra.

Maquiavélico, não seria o ato de interpretar um trecho de uma fonte primária de uma forma propositalmente errada enquanto se sabe que o todo da obra dá uma interpretação totalmente diferente para aquele mesmo trecho?

Dissimulado, não seria o ato de fingir não conhecer que várias outras autoridades composta de eruditos e comentaristas Bíblicos possuem praticamente a mesma opinião da Igreja Adventista quanto aos assuntos abordados por Augustus Nicodemus em sua palestra?


Maquiavélico e dissimulado, não seria o ato de levar os ouvintes da dita palestra a creditarem que aquelas doutrinas eram invenções exclusivas de Ellen White, escondendo a informação de que várias obras cristãs eruditas têm apoiado aquela mesma interpretação adventistas muito antes de Ellen White?

Então deixe ver se eu entendi...

1) O adventismo é maquiavélico e dissimulado por ensinar que a compreensão sobre Azazel se referir a Satanás seja uma compreensão nada nova, tendo sido apoiada por vários eruditos de várias denominações, ao invés de assumir que esta compreensão é exclusiva de Ellen White como Augusto Nicodemus tem proposto em sua palestra?

2) O adventismo é maquiavélico e dissimulado, por ensinar que Miguel é um título honorífico aplicado a Cristo, conforme criam personalidades cristãs como Matthew Henry e a própria linha de raciocínio de Calvino, sendo que na verdade esta seria também uma invenção de Ellen White?

Apenas um estado de profunda ignorância e falta de conhecimento das mais importantes obras teológicas do cristianismo bem como dos comentários dos eruditos mais lidos justificaria esta suposta "falta de informação" acerca das opiniões contidas nestas obras teológicas e que apoiam a interpretação da Igreja Adventista.

Interessante notar que estes mesmos que atacam ao adventismo, não acusam Calvino, Mathew Henry, Oscar Cullmann, que escreveu uma obra inteira contra a imortalidade da alma, de pregarem heresias. Interessante, não!? Nisto, os adventistas é que são os maquiavélicos e dissimulados.

E ai de quem, no meio destes próprios palestrantes, se levantar em prol da verdade apontando de que estes ensinamentos apresentados não são exclusivos da Igreja Adventista nem invenção de Ellen White!

Diz a Bíblia:

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus." (Mateus 7:15-17)

Questionemos se a palestra em questão serviu-se como uma boa figueira ou se serviu-se como um bom espinheiro, se trouxe boa informação ou se colaborou para o preconceito.

sábado, 22 de julho de 2017

Resposta - Perguntas que aniquilam o aniquilacionismo

Em resposta ao CACP e sua apologética de bebê:

"1- Explique-nos porque Jesus diz que para Judas era melhor não ter nascido (Mc 14,21). Por que melhor não ter nascido, se, segundo os mortalistas, ele apenas voltará ao estado de inexistência? Voltar ao estado de inexistência de antes de nascer não tem diferença de nunca ter nascido. Não acha?"

Se houvesse estudado algum livro que fala sobre o aniquilacionismo saberia que antes de voltar à inexistência, os ímpios passarão por um castigo, de duração de acordo com os pecados que cada um cometeu.

2- Sendo que na morte não existem nem corpo nem alma, o que ressuscitará? O que será restaurado no corpo ressuscitado se não sobrou nada? Não percebem que negando a vida póstuma caem no erro dos saduceus, isto é, passam a negar a própria ressurreição? De fato, negando a imortalidade da alma, os mortalistas não creem na ressurreição, mas sim numa recriação.

Faço a mesma pergunta, se a alma sobrevive for do corpo, o que ressuscitará? A alma não ressuscitará, não ressurgirá, mas tão somente será "reencarnada" em um corpo.

O que ressurgirá é a mesma alma que uma vez foi feita (por ocasião da junção do corpo que vem do pó + fôlego de vida que vem de Deus) e se desfez.

3- Segundo vocês, tudo morre, alma e corpo. Se a alma morre, juntamente com o corpo, nada sobra da pessoa original. Quando Deus nos ressuscitar, na verdade não seremos a mesma pessoa, seremos apenas “clones” do que fomos, mas nunca os originais. Isso mostra que a esperança de vocês, de encontrarem parentes e amigos na ressurreição, é pura fantasia! Se não existe nada vivo do original, não tem como restaurar (ressuscitar) a pessoa, será apenas um NOVO ser com as características anteriores. Como explicar isso? Na verdade, para vocês não existe ressurreição, mas sim RECRIAÇÃO. Logo, vocês estão tão equivocados quanto os saduceus. Iguais a eles, negam a ressurreição, mudando apenas a roupagem.

Deus não é incapaz de trazer a alma de volta à existência, Ele trouxe uma vez e com o mesmo poder pode trazer novamente à existência. E "recriação" é doutrina católica, cremos na ressurreição da alma, ou seja, o ser integral resultado da união do corpo com o fôlego de vida. Não existe ressurreição só do corpo, senão aí sim, seria um clone do antigo corpo onde então se colocaria a alma retida no suposto "estado intermediário".


4- Se houvesse de fato sono da alma, Cristo teria passado três dias sem ser Deus, pois estaria dormindo! E Deus teria definitivamente sumido, ao menos durante três dias. Pode Deus chegar a um estado de inexistência?

Se Cristo houvesse subido ao céu, a Bíblia não poderia dizer que Ele teria ficado três dias na sepultura. O que acontece com a Divindade no sono da morte não é revelado pela Bíblia. A natureza divina de Cristo não pode, nem de longe ser comparada com a humana. A Bíblia explica o estado da morte aos de natureza exclusivamente humana, não a de alguém de natureza divina-humana.

5- Paulo falou de um homem que foi arrebatado ao céu no corpo ou fora do corpo, mostrando assim a possibilidade de tanto no corpo como no espírito dele ter ido ao Céu! (2Cor 12,2). Que parte “fora do corpo” poderia existir para possibilitar Paulo a ir ao céu? Se não há a alma, algo imaterial no homem, como poderia Paulo supor que poderia ir ao céu “fora do corpo”? Poderia serem as tripas, a cabeça ou outra parte do corpo? O apóstolo evidentemente admitiu a hipótese de a alma retirar-se do corpo, pois não sabe ao certo se o corpo ficou na terra, como que morto, enquanto seu espírito estava no paraíso, ou se ele, por inteiro, foi arrebatado.

Paulo morreu ao receber a visão? E ao recobrar a consciência significa que Paulo ressuscitou? Como se pode aplicar um suposto estado intermediário a alguém que não morreu, cujo corpo se encontrava vivo? Viajem astral?

Paulo nos diz que a consciência foi levada ao terceiro céu, mas não sabia se junto com o corpo real ou sem o corpo, porque nos sonhos e nas visões, o profeta se vê também com um corpo. E o próprio fato de Paulo NÃO SABER SE ESTAVA SEM UM CORPO, OU NÃO nos prova de que até mesmo em visão o corpo não tem o suposto estado sem forma, etéreo e fantasmagórico (sem osso nem carne) como supõe a imortalidade da alma.

6- Considerando que defendem a total extinção dos ímpios, perguntamos: “Por que Deus tiraria os ímpios de suas sepulturas (Ap 20.5) para em seguida aniquilá-los? Eles já não estão mortos? Não já estão aniquilados? Não parece isso irracional?

Para serem castigados, antes de serem aniquilados! E devolvo a pergunta, por que Deus tiraria o ímpio do inferno para depois jogar no inferno novamente? Já não estão sendo atormentados?

7- Por que em todos os casos em que a Escritura Sagrada usa a expressão “Em verdade te digo”, os mortalistas põem a pontuação no lugar em que todos colocam (logo após a expressão), mas somente em Lc 23,43 é que mudam?

Porque nenhum destes trechos usa a expressão "hoje", logo, tem que ser colocada uma vírgula antes e depois da palavra, como sempre se faz quando se introduz um detalhe dentro de uma frase:

"Em verdade te digo, hoje, estarás comigo no paraíso"

Tão somente se aplicou o "reforço" de que a promessa de Cristo estava sendo feita de antemão e não tão somente na ocasião da volta de Cristo, conforme o ladrão solicitou. Ou seja, a PROMESSA foi dada naquele dia, não a recompensa que é a da salvação conforme Paulo ensina:

"Agora me está RESERVADA a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará NAQUELE DIA; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a SUA VINDA." (2 Timóteo 4:8)

8- Por que Cristo acrescentaria desnecessariamente a palavra HOJE, em Lc 23,43, se ele estava falando exatamente naquele dia? E se considerarmos que ele estava morrendo drasticamente, cheio de dores, como usaria uma palavra óbvia e inútil?

Porque o ladrão pediu para Cristo se lembrar dele na Sua vinda, mas Cristo decidiu dar seu parecer acerca do destino do ladrão, naquele dia, naquele momento, naquele "hoje", de antemão:

"Em verdade te digo, [de antemão], estarás comigo no paraíso [naquela vinda que você ex-ladrão mencionou]"

9- Por que Daniel (12.2) afirma que os ímpios ressuscitarão para “a vergonha eterna”? Por que vergonha, se serão aniquilados? Como alguém aniquilado terá vergonha, e, mais ainda, eterna?

Porque seu castigo, antes da destruição, será presenciado por todo o universo e saberão o que Deus fez a estes.

10- Segundo Mt 10.28, o que é que o homem não pode matar? Por que Jesus afirma nesse texto que a alma não morre na primeira morte? Como a alma pode escapar da morte, se segundo os mortalistas, o homem não possui nada em si que tenha sobrevivência póstuma?

Porque a Bíblia ensina a existência de duas mortes, sendo a segunda a definitiva e irreversível:

Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. O vencedor de modo algum sofrerá a segunda morte. (Apocalipse 2:11)

Na primeira morte a alma dorme inconsciente, aguardando a ressurreição, mas nas segunda, porém, não haverá mais possibilidade de a alma voltar à existência.

11- Se alma aqui é uma “potência de vida eterna”, os discípulos para os quais Jesus falou essas palavras precisaram fazer todo esse longo raciocínio a fim de concluírem isso? Se alma aqui não é mesmo alma, então, corpo também não é corpo? Por que mudar o sentido de alma e não o de corpo? Não estão no mesmo contexto? Vocês têm certeza de que uma pessoa qualquer iria chegar a esse raciocínio tão complicado de vocês sobre o sentido de alma aí, lendo sozinho as Escrituras? Isso tudo não contraria o princípio da clarividência das Escrituras, tão defendido por vocês? Mais: esse sentido de alma como “potência de vida eterna” era comum na época de Jesus, ou é um sentido moderno, dos nossos dias? Se for daquela época, vocês podem nos dar um exemplo de alma com esse sentido fora esse texto de Mt 10.28? Ainda: O que significa a expressão “matar a alma”? O texto não está claramente dizendo que o homem não pode matar a alma? Por que os mortalistas se utilizam desse texto para afirmarem que a alma morre, se segundo eles o texto não fala de alma, mas sim de “potência de vida eterna”?

Alma representa a consciência individual de cada pessoa, esta consciência se desfaz por ocasião da morte e separação do espírito do corpo. Assim a alma morre mas não é aniquilada, ela é trazida à vida novamente por ocasião da ressurreição. O dano da segunda morte que é a aniquilação total e irrevogável, esta somente Deus pode dar:

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9:27)

A morte que o homem pode dar a outro é esta em que se morre uma vez. Na segunda não se passa por esta mesma morte, mas Deus destrói a alma conferindo-lhe o dano da segunda morte, conforme é dito:

"... Antes, tenham medo daquele que pode DESTRUIR tanto a ALMA como o corpo no inferno." (Mateus 10:28)

12- Ainda sobre Mt 10.28: “Quais destes dois é pior: o aniquilamento ou o sofrimento eterno no inferno?” O sofrimento eterno no inferno é infinitamente pior do que o aniquilamento, não é?. Pois bem: “Qual desses dois faria qualquer homem (cristão ou não) tremer de medo? o risco de ser aniquilado (aqui a pessoa deixa literalmente de existir) ou o de sofrer eternamente no inferno (aqui a pessoa continua existindo)?” Logicamente que é o risco de uma pessoa ser lançada no inferno, concorda? Sofrer eternamente é muito pior do que o risco de ser aniquilado, já que o aniquilamento instantaneamente, num piscar de olhos, põe um fim literal e irrecuperável na existência humana. Sendo assim, qual o sentido de apollumi (perecer) em Mt 10,28? Jesus diz aí que o castigo infligido por Deus é infinitamente pior do que a morte do corpo que os homens podem aplicar. Porém, se apollumi aqui é “aniquilar” (ou seja, o aniquilado não sente mais nada, já que ele não mais existe), então como que esse aniquilamento feito por Deus pode ser pior do que a morte do corpo que os homens podem fazer? Se a pessoa aniquilada não mais existe, então que diferença há em morrer nas mãos dos homens ou nas mãos de Deus? Por que Jesus diria que ser destruído nas mãos de Deus é pior que ser destruído nas mãos dos homens? Não dá tudo no mesmo? De qualquer forma o homem não volta ao estado de inexistência?


Não é questão do que é o pior, mas sim do que é mais justo: uma aniquilação imediata? Ou uma criança de cinco anos em um tormento eterno por ter jogado a mamadeira no chão?

A resposta é a aniquilação antecedida pelo castigo proporcional de acordo com as más obras de cada indivíduo:

"... para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más." (2 Coríntios 5:10)


13- O verbo “exterminar” no grego é “apokteinõ” e aparece em Mt 10.28 referente ao corpo. Mas por que o evangelista Mateus quando fala na “morte da alma” mudou o verbo para “apollumi” (que em vários contextos bíblicos significa apodrecer, arruinar-se, sofrer, padecer- Rm 14.15; 1Co 8.11)? E por que Lucas (12.4.5) complicou mais ainda colocando o verbo grego “lançar” em vez de “exterminar”?

Porque a primeira parte fala da morte, que não é para destruição eterna, enquanto a segunda parte fala da segunda morte que é para a DESTRUIÇÃO eterna.

14- Teria Jesus cometido o deslize de causar tremenda confusão entre as gerações futuras ao dizer que três almas – Abraão, Lázaro e o rico – em Lc 16.19-31, haviam se separado do corpo, na morte, e estavam, conscientes, em seus devidos lugares, mesmo sabendo que a alma morre com o corpo? Não acham improvável? Sejam diretos e claros, vocês dariam uma ilustração doutrinária baseados numa crença que vocês rejeitam?

Jesus não conta, na parábola, que os três haviam se separado do corpo, mas que o rico e Lázaro estavam acompanhados de seus corpos, tendo língua, braços, a capacidade de sentir calor e se refrescarem com água que é um elemento físico. Outras dificuldades físicas como a separação por um abismo e o esticar do braço também são mencionadas. De modo que, mesmo nesta parábola, não tinham a ideia de mortos em forma extra-corpórea.

15- Os aniquilacionistas utilizam-se da palavra “destruição” para supor a morte da alma. Mas, por que tal palavra no grego (apollumi) em muitos contextos bíblicos significam apenas apodrecimentos, ruína, mas não aniquilamento total (Ex: Mt.9.17-18; Lc 5.37; 15.4.6.24; Jo 6.27; 1Pe 1.7)? E quem disse aos aniquilacionistas que destruição significa necessariamente aniquilação? Em Jó 19.10, por exemplo, Jó diz que ele é demolido, mas nem por isso tal palavra significa aniquilamento. Em Hb 2.14, diz a Sagrada Escritura que na sua morte Jesus “destruiu” o demônio, mas evidentemente ele ainda está vivinho da silva. Não dá para perceber que assim como os alimentos perecem (Jo 6.27, mas a matéria não é aniquilada), assim como os odres perecem (apollumi – Mt 9.17-18), ESTRAGAM-SE mas não são aniquilados, assim também os ímpios perecem, mas não são aniquilados (Mt 24.51)? A destruição dos maus obviamente é uma destruição moral, é uma decadência, uma ruína, mas jamais aniquilamento, jamais é volta à inexistência.

Porque apodrecimento e ruínas significam a destruição de algo. Apodrecimento é o estágio lento de decomposição que os seres vivos, inclusive as plantas, passam e que resultam no fim daquele ser vivo, a ruína é o processo de deterioração que os materiais passam (construções civis por exemplo) e que resultam em sua decomposição. Ambas as palavras denotam algo que chega ao seu fim, à ruína.

16- Se morte é necessariamente aniquilamento, por que a palavra grega para morte é “thanatos” e significa “separação”? Veja exatamente essa palavra grega usada em Lc 15.24.32, por exemplo, não significando aniquilamento, mas exatamente separação.

A palavra morte no original era usado tanto para morte mesmo como para um estado de separação, assim como igualmente usamos hoje a palavra "MORTE" para significar tanto morte mesmo como separação, sendo inclusive assim que está escrito em nossas Bíblia onde entendemos que mesmo usando a palavra morte, ali significa separação enquanto que em outros contextos onde usamos a mesma palavra "MORTE", ela significa morte mesmo. Assim, o que dá significado a esta e outras palavras tanto em grego como no português é o contexto.

17- Se os maus serão exterminados, por que Jesus falou em “castigo eterno” em Mt 25.46? Se a palavra “eterno” para os maus aí significa apenas um tempo indeterminado, por que a mesma palavra grega também não significa isso para os salvos? Não está a mesma palavra grega no mesmo versículo? Não é exatamente o contexto que determina o sentido de uma palavra? E por que a palavra grega para “castigo” aí (kolazo) e o seu verbo correlato, aparece mais 2 vezes no NT e tem somente o significado de “castigar” ou “castigo” (At 4.21; 2Pd 2.9; 1Jo 4.18)?

Porque o resultado do castigo é a morte eterna, enquanto que o resultado do galardão é a vida eterna. No verso, "castigo eterno" está em contraste com "vida eterna", logo, não pode se interpretado como significando, também, "vida eterna". Assim o castigo é eterno na sua consequência, que é a morte como perdição eterna.

"Pois o salário do PECADO é a MORTE, mas o DOM GRATUITO de Deus é a VIDA ETERNA em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 6:23)

O salário do ímpio é castigo e morte (a segunda morte), a do justo é a salvação e a vida eterna.

18- Se não existe alma, por que em Mt 10.28 Cristo a distingue do corpo e Lc 12.4.5 substitui a expressão “corpo e alma” por “pessoa”? Não dizem os mortalistas que alma é apenas a pessoa? Por que, então, Lucas entendeu pessoa como um composto de corpo e alma?

Porque a alma possui um corpo, assim como possui o fôlego de vida. Você não tem algo sem nome no qual foi introduzido corpo, espírito e alma. O que você tem é algo chamado alma, na qual está contida, de forma holística, tanto o corpo quanto o fôlego de vida. Então você tem um corpo, bem como você tem um espírito, mas você é a própria alma.

Isto que você vê no espelho é o resultado da união do sopro de vida que vem de Deus com o corpo que vem do pó da terra, ou seja, você integralmente É uma alma. A alma não sobrevive fora do corpo, mas é reservada para o juízo. Assim como o corpo é reconstituído, o espírito é devolvido e a alma volta a existir como resultado da união novamente do espírito com o corpo.

19- Se haverá aniquilamento total da pessoa, por que Lc 12.4.5 entendeu o verbo “perecer” de Mt 10.28 como “lançar”, em vez de “destruir”?

Não foi Lucas quem entendeu, mas o tradutor. No grego original a palavra continua significando "perecer". Usou-se lançar na tradução baseado no objetivo do verso é falar do destino primário que será um lugar desagradável.

20- Se “Cheol” ou “Hades” é apenas a sepultura, então:
a) Por que Jesus fez uma ilustração usando o termo grego “hades” como um lugar de vida (Lc 16.19-31)? Por acaso uma parábola tem o poder de mudar o sentido das palavras?
b) Por que o hebraico e o grego têm palavras próprias para sepultura (QEVER, no hebraico; e MNEMEION no grego)?
c) Por que Jacó imaginou o Cheol como algo diferente de sepultura em Gn 37.35.36?
c) Por que Jonas achou possível gritar do cheol (Jon 2.2)?


Porque era uma parábola, e não se pode entender uma parábola como uma narrativa histórica. É parábola justamente porque apresenta tom fantasioso e estritamente não real. Em uma parábola nem se consegue saber se a tal haveria sido baseada em fatos reais ou não, porque a parábola é SEMPRE FICTÍCIA.

E possuem palavras próprias pelo mesmo motivo que temos em nossa, bem como as demais línguas várias palavras que designam o mesmo lugar, a exemplo de nossa língua que incluem: cova, sepultura. Embora cova seja a que melhor que designe um lugar debaixo da terra onde o corpo é depositado, usamos de forma mais comum o termo sepultura, embora haja sepultamentos de vários tipos tanto na nossa nacionalidade como no restante do mundo.

Sepultura significa "dormitorio" e denota mais o estado do morto que o lugar propriamente dito, por isto vemos serem usadas mais a palavra Sheol e Hades do que um que se refira à cova propriamente dita, o que ao invés de contradizer apenas reforça a ideia de que a ideia do sono da morte estava enraizada nestes versos por meio das próprias palavras Sheol e Hades

Jacó não imaginou Sheol como algo diferente da sepultura, tanto que na versão Almeida Revista e Atualizada a palavra está traduzida por sepultura.

E Jonas achou possível gritar do Sheol pelo mesmo motivo que Abel, morto por Caim, pôde clamar desde a terra. São figuras de linguagem ao qual o próprio Jonas explica o motivo:

"Porque tu me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima de mim." Jonas 2:3

Jonas estava tão somente dizendo que achou que iria morrer e que Deus o socorreu. Pedro, quando estava afundando nas águas, por exemplo, poderia muito bem ter dito a mesma coisa a Cristo após tê-lo resgatado.

21- Se a expressão “dormir” na Bíblia significa mesmo inconsciência, então, “descansar” também (Hb 4.1)? Estarão os salvos inconscientes e para sempre juntos de Deus? Por que, também, a Escritura Sagrada só usa as palavras “dormir” e “descanso” referentes às pessoas de Deus? Não dá para perceber que tais palavras se referem à felicidade eterna, sem negar a vida póstuma? Não dá para perceber que tais palavras pretendem contrapor-se àquelas referentes ao destino dos maus como “castigo, choro e ranger de dentes, suplício”? São Paulo não afirmou que o estado de sono nos isole de Deus. Veja 1Ts 5.10.

A palavra em Hebreus 4.1 significa repouso, descanso. Quando alguém lhe diz para "descansar no Senhor", o irmão estende que estão lhe desejando a morte? Da mesma forma, os hebreus não entenderiam esta passagem desta maneira mas saberiam distinguir o sono da morte de um repouso, descanso em vida, no Senhor.

22- Se Geena é um mero símbolo de destruição eterna, por que, então, em Mc 9.47.48 Cristo diz que é pior parar na Geena com o corpo inteiro? Se Geena é mesmo um lugar de destruição, que diferença faria ir para lá faltando algum membro do corpo ou com ele completo?

Leia corretamente o texto, ali está dizendo que é melhor entrar sem os olhos no reino dos céus do que permanecer com os olhos mas ir parar no inferno.

23- De onde Jesus tirou a concepção sobre uma Geena? Da cultura judaica? Então, se para Jesus, Geena é um mero símbolo de destruição, por que Ele usa essa palavra como equivalente de castigo eterno e de lugar onde há choro e ranger eterno de dentes (Mt 12.42)? Além disso, por que em todas as literaturas judaicas antigas, da época de Cristo, sempre mostram tal lugar como equivalente a um lugar de eterno sofrimento, em vez de significar destruição?

Geena foi retirado de um lugar chamado de "Vale de Hinom" onde corpos de criminosos eram queimados e destruídos junto com o lixo. De modo que, pelo contrário, este lugar sempre denotou uma destruição de corpos e dejetos.

24- Se Ecl 9.5,10 é mesmo prova de que não há vida pós-morte, então, tal passagem também prova que não há ressurreição e que bons e maus terão o mesmo destino, uma vez que tal texto diz que bons e maus têm o mesmo destino e que não há mais esperança alguma para eles (Ecl 9.2,5,10)?

Este destino é a sepultura, para onde vão bons e maus:

"Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na SEPULTURA, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma." (Eclesiastes 9:10)

25- Por que a Escritura fala em sofrimento eterno (Mt 25.46), prisões eternas (2Pd 22.4), fogo que não se apaga (Lc 3.17), perdição eterna (2Ts 1.8.9), tormento eterno (Apc 14.11; 20,10), não terão descanso algum nem de dia nem de noite (Apc 14.11)? Seu verme não morre e o seu fogo não se apaga (Mc 9.47-49)? Por que essa insistência em eternidade, se os maus serão destruídos? Se objetarem que o termo “eterno” pode significar apenas “tempo indefinido”, ainda perguntamos: e por que os escritores sacros fizeram questão de detalhar essa eternidade dizendo “nem de dia nem de noite”, como que querendo enfatizar a eternidade real? E por que “o fogo não se apaga”? Ora, se o fogo é eterno, obviamente é porque aquilo que é consumido pelo fogo também é eterno, isto é, a alma dos que vão para o inferno é eterna, pois sofre a pena no fogo eterno. Se a alma fosse aniquilada, haveria algum sentido em o fogo ser eterno?

Porque resultam na perdição eterna da alma. Mateus 25:46 fala do castigo, que é o "muitos ou poucos açoites" referido por Cristo, seguido da perdição da alma. Essa PERDIÇÃO é eterna, esse castigo é de proporções eternas, devido ao seu resultado.

Apocalipse 14:11 bem como 20:10 falam do período de castigo dos ímpios e da besta, porém, não é o resultado final. A palavra "eterno" em textos como este, na compreensão oriental hebraica, significava algo NÃO INTERMITENTE, sem intervalos, sem interrupções, contínuo. Sendo este o próprio sentido dado pelo verso:

"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados [continuamente]." (Apocalipse 20:10)

O seu "verme não morre" faz referência ao Vale de Hinom, onde os vermes nunca morriam porque não paravam de consumir os cadáveres e o lixo enquanto estes ainda existiam. Bem como ao fogo que permanecia continuamente enquanto haviam corpos e lixo para serem queimados e o resultado do que sobrava era apenas a fumaça, lembrança de algo que foi consumido e que subia "pelo séculos dos séculos" e que no contexto amplo bíblico lembram também a vergonha dos ímpios castigados.

E o fogo é eterno porque não pode ser extinguido. A natureza do fogo é eterno porque vem de Deus e o homem não tem poder de interrompê-lo. Mas a duração não é eterna conforme podemos ver por meio das cidades de Sodoma e Gomorra:

"Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do FOGO ETERNO." (Judas 1:7)

26- Se o lago de fogo é destruidor, aniquilador, por que, então, a Bíblia diz que a fera e o falso profeta são jogados vivos ali (Ap 19.20)? E por que, também, a fera e o falso profeta ainda estavam nesse lago quando o demônio foi nele lançado, se foram imediatamente destruídos (Ap 20.10)?

Porque a destruição é gradual, uns serão destruídos mais rapidamente e outros serão destruídos mais lentamente. O fogo foi escolhido justamente por conta do trabalho também de castigo que deverá executar. Pelo mal que fizeram, obviamente a besta e o falso profeta queimarão por muito tempo e mais tempo ainda Satanás.

27- Se “perdição eterna” em 2Ts 1.7-9 significa “destruição eterna”, por que, então, São Paulo acrescenta “longe da face do Senhor e da suprema glória”? Não acha inútil acrescentar isso, se tal expressão denota aniquilamento?

O verso denota uma completa separação de Deus incluída no castigo que leva à eterna perdição.

28- Se após a morte, nada mais resta, por que Paulo diz que morrer é um lucro (Fl 1.20-24)? E como ele disse que queria morrer para estar com Cristo? Estar como, se, conforme a visão mortalista, ele iria dormir? Que vantagem haveria para Paulo ir embora e ficar em um sono profundo, sendo que a obra que tinha, ele considerava muito importante a ponto de ficar em dúvida se partia com Cristo ou se ficava na terra? Se ele desejava ardentemente ficar com Cristo, independente de morrer agora, ou anos depois, faria sentido se considerarmos a hipótese do sono?

Morrer para Paulo era lucro porque sua vida se tornou em perseguição e sofrimento, já sabia que o que lhe esperava era o mesmo destinos dos outros apóstolos.

29- Se Rm 6.23 é prova de que a morte física, a primeira morte, é quem apaga os pecados, então, por que os mortalistas pregam o aniquilamento no final dos tempos? Se após a morte, os maus já pagaram, com a própria morte, os seus crimes, então, o aniquilamento pós- ressurreição no final dos tempos servirá para pagar o quê? Além disso, quem falou que a morte de que trata o apóstolo Paulo aí é a morte física? De fato, “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23), mas que morte? A morte espiritual e não a física, pois mesmo Jesus (que nunca teve pecado) morreu fisicamente.

A morte provisória, primeira morte, foi dada em tempo de oportunidade. Todo pecador é aniquilado tendo primeiro que passar por um juízo e definida sua pena, o castigo, antes de ser entregue à morte definitiva. Adão e Eva bem como os demais, não foram aniquilados imediatamente devido à esperança de salvação em Cristo. Por isto a primeira morte é como um sono inconsciente, porque você acorda deste sono, diferente da segunda morte onde a alma nunca mais despertará.

30- Por que os mortalistas se utilizam de textos que no contexto falam do tempo presente, para sustentarerm o aniquilamento no final dos tempos? Por que esse desrespeito ao contexto? (No contexto dos Salmos 37 e de Prov 10.25 você constata isso).

Porque o destino dos impios nesta vida é o mesmo na que há de vir. Assim a explicação, nesta vida, do autor do livro de Provérbios serve também para a eternidade. O autor apresenta um conceito Divino de justiça onde os ímpios desaparecem e os justos são perpetuados. Os versos de Provérbios são também proféticos:

"O justo nunca jamais será abalado, mas os perversos não habitarão a terra." (Provérbios 10:30)

31- Morreram Adão e Eva no sentido em que os mortalistas interpretam a palavra morte – ‘um estado temporário de inconsciência enquanto a pessoa aguarda a ressurreição’? Deus não havia dito que, “… no dia em que dela (o fruto da árvore da ciência do bem e do mal) comeres, certamente morrerás”? (Gn 2.17). Aconteceu de fato a morte física do casal? Não! Deus mentiu? Claro que não! O que realmente aconteceu? Morreram sim naquele mesmo dia, pois foram postos fora da comunhão com Deus (Gn 3.8.9) e fora do Jardim do Éden (Gn 3.24). Fisicamente, Adão veio morrer com 930 anos. (Gn 5.5), mas a morte espiritual ocorreu naquele mesmo dia. Esta é a morte a que se refere o escritor sagrado. Veja o emprego da palavra morte no sentido de separação espiritual de Deus em Mt 8.22; Lc 15.24; Ef 2.1.5;1Tm 5.6;1Jo 3.14; Ap 3.1.

Os autores do Antigo Testamento não entenderam este evento como sendo tão somente uma morte espiritual, mas, como Salomão, um findar desta vida mesmo. E as palavras de Deus foram cumpridas quando retirou a árvore da vida de Adão e Eva, sem a qual certamente morreriam e morte eterna porque era o fruto que garantia a perpetuação da vida. Mas graças à propiciação de Deus, por meio de Cristo, poderão ressuscitar e escapar dos laços da morte, o que, sem a morte de Cristo, parecia um definitivo destino:

"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." Romanos 6:23

(Pausa para um sono e descanso)